CAPÍTULO 5

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Eu não quero brigar, eu não quero brigar, eu não quero brigar, eu não quero brigar. - The Neighbourhood

De volta à sala de aula, eu me sento na última cadeira da fileira, pois eu gosto do fundo da sala.

Eu não gosto de sentar na frente, eu tenho boa visão e audição.

Sentada, eu me ajeito e abro meu livro de História, quando sinto uma presença ao meu lado.

— Então essa é a nossa sala de aula. Gostei. — é o Nathan surgindo do nada.

Ele se senta largado ao meu lado na última cadeira. Espera. Ao meu lado de novo. Mas, tem outra cadeira sobrando logo ali. Por que ele veio sentar justamente aqui?

Tudo bem. Ele realmente quer começar de novo.

— Hum. — eu tento ser simpática mais uma vez.

— Você realmente gosta de não ser notada. — ele me reparou bem e ele tem razão. Eu odeio chamar atenção. Eu prefiro fica aqui no fundo da sala, quietinha. — Você é engraçada.

— Eu?

— Sim. Você e sua amiga. — ele ressalta, mostrando que nos observava.

Sobre a Quinn eu até entendo, mas, em que momento eu fiz algo que foi engraçado?

Olhe para mim, eu sou invisível, ou melhor, eu me camuflo nas coisas. Não sou engraçada.

— Valeu. Eu acho. — agradeço do meu jeito tímido. Não consigo olhar por muito tempo os olhos das pessoas que não tenho intimidade.

— De nada, Kris. — ele solta risos e... Kris? É a primeira vez que me chamam assim. Nem mesmo Quinn que me conhece há três anos me chama assim.

Que estranho. Eu não consigo tirar meus olhos dos olhos desse garoto, ele... Ele está me deixando cada vez mais descabelada. Francamente.

A Srta. Tisdale entra na sala iniciando a aula de História e eu volto a olhar para frente para poder prestar a atenção na explicação.

A professora começa a falar, pedindo-nos para abrir o livro na página 145. Eu abro e percebo que estou sendo observada.

— Qual página? — Nathan me pergunta ao sussurro. Parece que não estava prestando a atenção na professora, então onde prestava? Não é possível que seja em mim. Ele está em outra cadeira e outra mesa e mesmo assim ele me consulta.

— 145. — tenho que respondê-lo. Ele sorri e abre a página do seu livro rapidamente, mostrando-me que ele está querendo estudar.

A professora começa a ler o texto. Eu pego meu marcador para sublinhar as partes importantes.

— Pode me emprestar? — ouço seu sussurrar outra vez. Eu olho para ele que está me olhando fixo.

— Claro. — eu passo meu marcador para ele. Nathan pega o marcador e começa a usá-lo, prestando a atenção na professora.

A Maré das LembrançasOnde as histórias ganham vida. Descobre agora