CAPÍTULO 4

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Permita-se novamente eu acredito em segundas chances - Imagine Dragons


É manhã outra vez. Ainda bem que eu consegui dormir melhor do que na noite passada. Eu pensei que ia ter insônia depois daquela visita indesejada do homem de preto me olhando daquela forma pela janela, como um assassino saído dos filmes de terror. Isso realmente me amedrontou.

Eu desço a escada. Meus pais já estão indo aos seus trabalhos, e como sempre, eles se despedem.

— Beijo, querida, até mais tarde. Não se esqueça de trancar a porta quando sair. — minha mãe alerta e eu entendo. Ela sai toda sorridente, ajeitando seu cabelo castanho acobreado e escovado — Tchau.

— Tchau, mãe. Tchau, pai. — sorrio acenando para eles.

— Tchau, filha. — meu pai se vai com ela, vestido com seu jaleco branco, preparado para tratar de mais mandíbulas.

Eles confiam tanto em mim e isso me deixa feliz.

Vendo-os fecharem a porta, eu sigo até a cozinha.

Outros preferem panquecas, eu prefiro torta de maçã.

Tortas de maçã hoje, tortas de maçã amanhã, tortas de maçã sempre.

Isso soa meio idiota, mas eu gosto e minha mãe Helena diz que desde pequena eu gostava. Então isso vem de mim mesmo e gosto a gente não se discute, certo?

Terminando minha refeição da manhã eu me arrumo básica como sempre: uma calça jeans clara com uma blusa de maga comprida; um tênis vans rosinha; jaqueta jeans e pronto. Pego minha mochila e tranco tudo por precaução e saio.

Dirigindo, eu volto a pensar no cara de capuz. Eu só espero que ele não tente invadir a minha casa.

Não sei se fiz a coisa certa de não ter contado aos meus pais o que eu vi, mesmo que o cara não tenha más intenções. No fundo, sinto que eu deveria ter contado.

Sim, eu deveria ter contado.

Chegando à escola, eu entro na sala C-3 e não vejo o Nathan sentado no nosso lugar. Eu respiro fundo, aliviada por saber que terei mais um dia tranquilo na escola como sempre foi. Chego até a cadeira e me sento.

— Cara. Finalmente cheguei. — e a assombração aparece. É ele mesmo atrás de mim: Nathan Carter.

— Hum. — eu respiro fundo, preparando-me para o estresse gratuito.

Nathan se senta ao meu lado e não joga a mochila no chão. Parece cansado, porém, risonho.

Ele coloca o material sobre a mesa. Posso notar que ele está todo de preto como ontem e esse casaco de capuz não me é estranho.

Espera um pouco... Esse casaco parece muito com o casaco do cara misterioso que estava do outro lado da rua.

Ai meu Deus.

— Nossa. Andar a pé de casa até a escola é bem complicado quando se mora distante. — ele reclama.

— Você veio a pé! — exclamo, achando um absurdo.

A Maré das Lembrançasحيث تعيش القصص. اكتشف الآن