— Kristin, você tem algum compromisso? — ele me pergunta.

— Não... — pois é, apenas a rotina de sempre — Por quê?

— Porque eu fui convidado para ir a uma festa de um brother do time amanhã e ele disse que eu posso levar alguns amigos, então, vocês querem ir comigo? — o quê?!

— Para tudo. — Quinn parece estar completamente animada — Mas é claro que eu vou.

— Beleza. E você, Kristin? — Nathan quer minha resposta e eu não sei o que dizer, pois, eu nunca fui a uma festa popular antes, ou melhor, em nenhuma festa desde que me recordo.

Eu olho para Nathan pelo retrovisor interno e ele está me olhando também. Ele arqueia uma sobrancelha, esperando minha resposta. Parece querer muito saber o que eu tenho a dizer.

— Eu não sei. — seguro firme no volante, pensando se vou ou não. Indecisão.

Eu acho que ainda não estou preparada para isso.

Quinn ri de forma nervosa.

— Ah, qual é. Kristin, vamos. Essa é a nossa chance de sermos reconhecidas e fazermos novos amigos. Veja pelo lado bom, finalmente vamos sair do cotidiano, indo a uma festa bombástica. — ela me sacode pelo ombro enquanto eu dirijo. Isso é perigoso. — Vamos nos divertir, girl. Vamos!

— Mas... — eu não sei. Eu nem tenho roupa pra isso. — Olha. Eu vou pensar. Tá bom?

— Isso é um bom começo. — Nathan parece ter esperanças de que eu diga sim.

— Você vai ou não? Amiga, eu não posso ir sem você. — nossa, eu não acredito que ela vai deixar de sair com o Nathan por minha causa. Eu não quero me envolver nesse rolo.

Ela está fazendo de propósito para eu ter compaixão e ir.

— Eu vou pensar. — aviso, tentando acalmá-la, olhando atenta para a estrada. Estamos chegando à frente da casa da Quinn. Vou estacionar. — Amanhã na escola eu dou a resposta.

— Vai pensar mesmo? — pergunta Quinn, enquanto eu paro o carro em frente à calçada.

— Sim, eu vou. — confirmo, enquanto ela abre a porta para sair.

— Ok, eu estou contando com você, hein. — ela pega sua mochila e sai — Tchau, beijos.

— Tchau, Quinn. — Nathan se despede e eu volto a dar partida com ele.

Dirigindo, saindo da vizinhança de Quinn, Nathan passa para o banco da frente indo para o meu lado sem me pedir permissão, mas tudo bem, eu acho.

— Então, Kris. Você vai ou não? — ele torna a me perguntar, virando-se de frente para mim com seus joelhos roçando-se na minha coxa.

Tecido contra tecido. Ele está muito perto. Atravessou a zona privada.

— Eu estou pensando. — aviso, tentando não tirar meus olhos da estrada.

Nathan se cala. Sei que está me olhando.

— Pensar não demora tanto assim. Qual é, Kris, vamos comigo. — ele disse "comigo"? — Se seus pais não deixam, eu posso ir pessoalmente na sua casa e pedir permissão a eles e digo que é só uma festinha de família.

Pelo jeito essa festa é secreta.

— Teria coragem de pedir permissão aos meus pais para que eu possa ir com você?! — indago incrédula.

— Faço qualquer coisa para que você vá. — eu pressiono os lábios, pensando se devo. Ele quer. — Por que você não quer ir? Do que você tem medo?

— Eu não sou esse tipo de pessoa, Nathan. Não sou como você e os outros. — explico, sentindo-me inferior.

— Está querendo dizer que eu sou popular?! — ele ergue as sobrancelhas.

— E você não é?

— Eu não sou o cara mais popular da escola e nem o menos. Eu nem ligo pra isso. — ele fala num tom sincero e firme — Somos todos iguais, todos jovens. Você não precisa se martirizar por isso. Não se preocupe, o importante é você se divertir. Se ficar pensando no que os "populares" irão pensar de você, nunca vai aproveitar as coisas boas da vida e muito menos seguir em frente. Esse é o nosso último ano no High School. Você devia aproveitar enquanto ainda não tem tantas responsabilidades.

Ele tem razão. Eu penso mais um pouco, enquanto estaciono o carro em frente a sua casa imensa.

— Pronto. — eu respiro fundo — Chegamos.

— Ei... — sinto a mão de Nathan tocar minha coxa. Eu ruborizo ao sentir essa mão grande com anéis me apertando de leve. Ele caça meus olhos outra vez e eu os encontro — Pensa bem e me diga a resposta amanhã. Fechado?

— Por que você quer que eu vá? — acabou escapando, mas, eu estou sentindo sua pressão sobre mim. Isso me cheira a Quinn.

— Porque eu quero que se divirta. E quero que mude esse rostinho preocupado.

Eu mordo o lábio.

— Tudo bem. Então eu irei se você me prometer que não vai ficar doidão nessa festa junto com a Quinn. — isso me preocupa também, pois, eu não sei como será essa festa. De fato teremos bebidas alcoólicas e outras coisas que os façam ficar loucos.

Além disso, eu que vou levá-los e trazê-los. Imagine os dois loucos e bêbados se agarrando no meu carro.

Não mesmo.

— Kristin, eu não sou o cara que é levado, eu sou o que leva. — ele me olha fixamente e eu travo.

Eu não entendi muito bem o que ele quis dizer, mas tenho quase certeza de que isso indica que ele está sempre sóbrio nas festas. Bom saber.

— Tudo bem, Nathan. Amanhã eu respondo se vou ou não. — ele pressiona os lábios, parece tenso e afasta sua mão de minha coxa que desde que me conheço por gente, nunca foi tocada assim. — Tchau.

— Tchau. — ele parece não gostar da minha resposta, mas o que eu posso fazer? Essa sou eu, a Kristin. Uma garota difícil de ter coragem para as coisas que vão contra as regras.

Ele sai do carro e eu o deixo, dirigindo de volta para casa.

Eu realmente preciso pensar sobre isso.

Nathan quer que eu vá. Eu tenho certeza que é para a Quinn poder ir, pois se eu não for ela também não vai.

Mas, por que isso deveria me alarmar? Quinn gosta do Nathan e ele aparentemente gosta dela, então, é claro que querem ir juntos nessa festa.

Acho melhor eu pensar com cautela sobre isso.

Uma festa. É só uma festa, onde jovens se divertem aproveitando a juventude até não poder mais. Onde a música os levam, onde a noite não tem fim.

Uma festa.

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Será que a Kristin irá à essa festa??
Tatatatammm kk.

Obrigada por ler :)

E veja a part 1 do trailer da história.

Bjos e boa semana!

A Maré das LembrançasOnde histórias criam vida. Descubra agora