Calafrios

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Assim que abri meus olhos estava na cama novamente e a dor, pela glória de todos os céus, já não estava mais lá.

Pela claridade no ambiente já devia ser a manhã do dia seguinte.

Me mexi levemente até que ouvi o ranger da porta do quarto.

-Coma, você precisa se alimentar.

Ela se aproximou e apenas deixou a bandeja sobre meu colo

-Sakura, me desculpe...

Comecei, minha voz saía baixa e levemente rouca

-Está tudo bem, você estava com muita dor, eu entendo.

Estava arrependido pela forma como havia a tratado

Levei uma colher do mingau aos lábios, não estava muito bom mas nada disse

-Conseguiu encontrar suprimentos? Um telefone?

Puxei conversa, ela parecia meio arredia, mal me olhava nos olhos e eu entendia bem o porquê

-Não, nada, fiquei o dia todo fora, parece que tudo está fechado, as pessoas devem ter ido para a cidade, a área aqui é mais rural, encontrei vários animais mortos pelo caminho.

Então finalmente ela focou sua visão em mim

-Fiquei nervosa com a aparição daquele helicóptero e me esqueci de deixar a comida e os remédios, acho que eu mereci as coisas que me disse

Ela levou uma mecha dos fios rosados para detrás da orelha

-Me desculpe, eu não estava em meu juízo perfeito

Me desculpei mais uma vez

Algumas situações podem nos levar ao extremo

-É, as pessoas fazem de tudo quando estão com dor, eu sei bem

Ela comentou e eu tentei me focar na comida

-Não vou mais deixar lhe faltar os remédios

Então ela se aproximou e recolheu a bandeja, eu ainda não havia terminado mas não me importei, aquele mingau estava intragável, estranhei já que até então ela havia se mostrado uma ótima cozinheira.

Após deixar todos os utensílios na mesa próxima a janela ela se aproximou e retirou do casaco uma seringa com um líquido branco dentro

-O que é isso?

Me remexi incomodado

-É para dor

Quando ela ia avançar eu me afastei levemente

-Eu já não estou mais com dor

-É para que não volte

Não tive tempo de argumentar mais nada, ela enfiou a agulha fina na veia do meu pescoço e em poucos segundos eu já estava apagado.



Assim que abri meus olhos estava na cama novamente e a dor, pela glória de todos os céus, já não estava mais lá.

Pela claridade no ambiente já devia ser a manhã do dia seguinte.

Me mexi levemente até que ouvi o ranger da porta do quarto.

-Coma, você precisa se alimentar.

Ela se aproximou e apenas deixou a bandeja sobre meu colo

-Sakura, me desculpe...

Louca PaixãoUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum