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ALICE 🌹

O resto da semana passou rápido e agradeci aos céus por isso, amei entrar nesse projeto mas estava sendo cansativo, ontem por ser sexta fiquei até as dez planejando os próximos passos.

— Bom dia gatinha — Marcela desejou assim que cheguei na sala —.

— Bom dia mona mour — falei sorrindo e me joguei em cima dela  que estava deitada no sofá — vai fazer o que hoje?

— Depois do almoço vou pro salão, de noite vou sair com Rian — comentou e bufou logo em seguida —.

— Decidiu sair com o pobre coitado finalmente? — perguntei rindo dos foras que dava no garoto, ela me empurrou pra fora do sofá e cai no chão — machucou Marcela.

— Desculpa, você e meu irmão estão me irritando desdo início da semana por conta dele — comentou irritada — odeio me sentir pressionada.

— Desculpa Ma — falei me sentindo culpada — em nenhum momento foi essa a minha intenção.

— Eu sei meu amor — falou me ajudando a levantar — Matheus sempre me irrita em relação a tudo, ele tem certeza que vou meter o pé na bunda do Rian.

— Parece — cochichei pra mim mesma mas ela ouviu e me olhou com cara feia — pelo o que vocês falam você nunca rendeu pra ele, saiam juntos por conta do teu irmão, um mais porra loca que o outro, não dão certo juntos, ele sempre insistindo e você saindo de fininho — joguei na roda o que sabia e mordi meus próprios lábios por medo de sua reação — não te julgo e ninguém pode, você foi uma boa pessoa por saber das intenções dele e não se aproveitar.

— Sempre fui assim — comentou e suspirou pesado — sempre quis mostrar pras pessoas que a mulher pode ser durona e não precisa de nenhum homem, ainda mais aqui na Rocinha.

— Eu te entendo, ainda mais esses dias que estou morando aqui com vocês — falei me lembrado das cantadas sujas que jogam — não são todos que te respeita quando não tem nenhum homem ao seu lado — ela concordou com a cabeça — vou com você no salão, vou mais tarde com Mat na casa do meu irmão — mudei de assunto quando percebi que ela ficou abatida — elas são boas?

— Se são boas? As melhores — falou sorridente — o almoço já deve estar pronto, vamos. 

Andamos até a cozinha, Sueli estava no fogão e Maicon assistindo na cadeira.

— Bom dia Alice — Sueli falou assim que se virou — o almoço já esta quase pronto.

— Bom dia — desejei e me sentei na cadeira vaga — vai também no salão?

— Vai — Marcela falou por ela e sua mãe olhou com uma cara a repreendendo — a filha mais nova da Sônia vai cuidar do Maicon e vocês duas vão sair juntas.

— A comida já tá pronta, podem tirar — avisou e concordei com a cabeça contente — não se mete em burrada Marcela — avisou e fiquei quieta tirando minha comida —.

Elas não trocaram mais nenhuma palavra, comemos com Maicon falando sobre a aula de ontem, do jogo que me preparava dele, ele queria dizer que eu estava demorando pra aprender a jogar e nem liguei, eu que não vou perder feio pra uma criança outra vez.

Marcela falou que lavaria a louça então fui tomar um banho, e assim fiz, coloquei um short e uma das camisetas de Matheus. Passei creme e desodorante. Peguei meu celular do carredor e fui pra sala, só faltava Sueli que não demorou pra ficar pronta.

Descemos pro salão e estava lotado, Marcela foi falar com uma mulher e Maicon já foi deitando em um sofá que tinha ali, ele não daria trabalho porque pegou o celular de sua mãe, o fone e procurou um desenho pra ficar assistindo.

Chamaram Marcela e Sueli primeiro, fiquei ali observando tudo atenta.

— Pode vir — uma mulher falou e deduzi que seria a dona — vai cortar fazer luzes? — perguntou quando me sentei na cadeira —.

— Cuida direito dela Sônia — Marcela falou e riu — é a namorada do Matheus.

Senti alguns olhares tortos sobre mim e sorri sem graça pelo espelho pra ela.

— Só uma hidratação profunda, escova e prancha — pedi um pouco envergonhada —.

— Tudo bem — ela falou e me levou aonde lavaria meu cabelo — sou amiga e vizinha da Sueli a anos, então conheço Matheus — comentou começando a jogar água no meu cabelo — aproveita ele, é um garoto bom.

Sorri em resposta e deixei que ela lavasse lá, a mesma ficava dando atenção a mim e as outras garotas, só podia dar risadas das besteiras que toadas falavam, eu que não vou falar nada aqui, sei que estou em um ninho de cobras e qualquer coisa dita aqui o morro inteiro já sabe.

REALIDADE VIVE Where stories live. Discover now