REALIDADE VIVE

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MATHEUS 🔥

— A mãe tá no trabalho, Maicon já foi pra escola, e eu preciso já sair também — Marcela falou me trazendo uma garrafa de água — Matheus fica quieto e não inventa nada, pelo amor de Deus.

— Fica tranquila — Falei pegando de sua mão — bom trampo e aula.

Ela sorriu e me abraçou, logo em seguida ela saiu com suas coisas e bufei.

Nunca fui de ficar parado de semana, minha vida é muito corrida, agitada, aí me vem uma dessas.

Peguei meu celular e entrei na conversa de Alicia, não entrava já fazia 40 minutos.

Ouvi batidas na porta e até deixaria a pessoa plantado batendo lá, porém a  pessoa é insistente pra caramba.

— JÁ VOU — gritei de dentro da casa —.

Quando abri fiquei desacreditado, Luana tava lá, de braços cruzados.

— Oi — ela falou e fez um aceno com a mão — queria saber se você tá bem — viu que fiquei parado na mesma e se encolheu — olha Matheus, tô vindo aqui numa boa, me preocupo com você, sério.

—Se preocupa tanto e já aprontou várias pra cima de mim — falei rindo e negando com a cabeça — na moral Luana, vai embora.

— Deixa eu te ajudar — falou entrando na minha casa — tô me sentindo tão culpada — ela falou baixo pra caralho mas mesmo assim consegui ouvir —.

— Se sente culpada por que? — perguntei sem entender e ela ficou com a cara de assustada — anda Luana, fala logo.

— Me sinto culpada por vir aqui e não preparar nada pra você — desconversou indo pra cozinha e a segui — vou preparar seu café da manhã.

— Já tomei — respondi e ela deu de ombros —.

Nem tentei falar mais nada, conheço a peça, não desiste fácil.

— Vou então preparar o almoço, já é uma da tarde — falou e nem dei pilha —.

Voltei pra sala e me joguei no sofá, tava nada interessante a TV mas não sou eu que vou ficar na cozinha ouvindo ela.

— Pensei que Marcela ia ficar pra cuidar de você — falou da cozinha e revirei os olhos —.

Mesmo na sala não teria sossego.

— Marcela tem os corre dela — falei em um tom que ela pudesse ouvir — e outra, quebrei um braço não tô morto não.

Depois disso não ouvi nada, não sou ingrato, ela só quer ajudar, mas não esqueço das coisas rápido não.

Fui até a cozinha e sentei na cadeira.

— Quer ajuda? — perguntei vendo ela em frente da pia —.

— Você só vai me atrasar — respondeu e revirei os olhos —.

Não trocamos nenhuma palavra, só fiquei vendo ela fazer as coisas.

Depois de uma hora a comida já tava sendo servida, Luana do jeito dela conseguiu de fazer eu entrar na sua conversa.

— Matheus — ela me chamou e a olhei — não rola nada entre a gente?

Fiquei quieto, eu até sabia o que responder, porém tava tão bom o momento pra ser estragado.

— Vou ser sincero, não quero nada contigo não — falei tentando soar o menos grosso possível — olha Luana, as nossas ficadas acredito que ficou no passado, não namoro a Alice mas tenho um carinho e respeito com ela, espero que entenda.

— CHEGUEI — ouvi a voz da Alice na sala e logo seu rosto na porta da cozinha — desculpa, quer que eu volte outra hora?

— Não, já estou de saída — Luana falou se levantando e voltei a te olhar — caso mude de idéia tem meu número e sabe aonde eu moro.

Concordei com a cabeça e Alice já foi logo saindo da porta te dando espaço.

Depois de ouvirmos a porta bater me levantei colocando a louça na pia.

— Conversei com Marcela e ela falou pra mim ir entrando — Alice já logo se apressou —.

— Tudo bem, sei que você ouviu nossa conversa — falei já tentando cortar o clima chato que havia ocorrido —.

— Não somos nada, porém obrigada — respondeu sem jeito —.

Alice levou a louça e a todo momento fiquei olhando sua raba que não era pouca.

Depois que ela terminou fui pro meu quarto e ela me seguiu.

— Como foi a facul? — perguntei tentando puxar assunto com ela —.

— Foi um porre como toda segunda — respondeu revirando os olhos e deitando ao meu lado — vai ficar em casa até que dia?

— Quarta já volto na ativa, mas meu trabalho de entrega só quando tirar o gesso — falei lembrando das conversas de hoje de manhã.

Alice concordou com a cabeça e depois de conversarmos mais um pouco ela pegou meu notebook pra assistirmos algo.

Apesar de tudo ainda não saía da minha cabeça sobre minha conversa com o seu pai.

Não vou contar pra ela, não quero que os dois tenha mais intriga que já tem.

Isso não foi um acidente, e por agora não vou procurar o culpado, quero curtir com a Alice e só vou me afastar dela quando a mesma chegar em mim e falar que não quer mais nada, nem uma simples conversa.

Porque tanto ela quanto eu estamos curtindo o nosso lance.