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ALICE 🌹

Quando recebi a mensagem da Marcela me desesperei, minha mãe de imediato pediu pro motorista me levar ao hospital que tinham me falado.

Sueli estava sentada chorando com o filho mais novo ao lado, Marcela rodava aquele hospital inteiro atrás de notícias e eu estava sentada orando baixinho.

Ouvi passos em nossa direção e Marcela estava vindo ao lado do médico.

— Bom, família de Matheus Torres, certo — ele falou olhando pra Marcela e concordamos com a cabeça — o estado dele não é nada bem, porém, foi um livramento de Deus, a essa altura era pra nós termos que estar avisando que o mesmo que teria que usar uma cadeira de rodas, ou até dando o aviso que ele não sobreviveu — enquanto ele falava tudo aquilo meu coração se apertava mais ainda — ele só quebrou o braço esquerdo, vai ter que parar de andar de moto por um tempo.

Á mãe dele chorava de alegria assim como seus irmãos.

— Quando vamos poder ver ele? — Marcela perguntou ainda sorrindo —.

— Já podem ir ver ele, porém um de cada vez — o médico falou e olhei pra Sueli e ela pra mim —.

— Vai vocês primeiro e eu vou por último — falei intercalando o olhar pra Sueli e Marcela — vou ficar com o Maicon na lanchonete.

Elas concordarem então nós dois fomos pra lá.

— Pode pedir qualquer coisa — falei pra ele e o mesmo se debruçou no balcão, apontou os que queria e a mulher foi pegando, deu o prato e copo — um suco de laranja por favor — falei pra atendente —.

Peguei meu suco e paguei tudo.

Sentamos em uma mesa perto da janela.

Maicon era muito engraçado, assim como o irmão.

— Ele vai me levar pra praia sábado — falou todo contente — quer ir?

— Opa, lógico — falei sorrindo pra ele —.

Foi o tempo de ele comer e voltarmos que as duas voltaram do quarto.

— Pode ir — Marcela falou se sentando no banco —.

— Eu também posso? — Maicon perguntou curioso —.

— Você pode ficar aqui e me contar tudo do que conversaram — Marcela falou pegando ele no colo —.

Sorri com a cena e caminhei até o quarto de Matheus.

Abri a porta e lá estava ele sorrindo olhando pro celular, com o barulho da porta ele passou a me encarar e sorriu mais ainda.

— Pensei que não viria — falou e sorri com sua cara —.

Fechei a porta e caminhei ficando ao lado de sua cama.

— Isso foi um acidente? — perguntei alisando seu braço engessado —.

— Tô achando que não em maravilha — falou sorrindo mas sabia que estava triste e querendo contar algo —.

— Fala logo Matheus — falei revirando os olhos —.

— Fica tranquila maravilha, sendo acidente ou não eu sobrevivi, tô vivo caralho — falou sorrindo e sorri com ele — deita aqui comigo.

Matheus deu espaço pra eu deitar ao seu lado e mesmo estando apertado eu deitei, senti ele fazer cafuné em mim e sorri comigo mesma.

Como uma pessoa desconhecida pode me fazer tão bem? Feliz com coisas tão simples? Me fazer dar risada por coisas tão bobas?

— Mesmo tando com o braço quebrado nós vai no cinema sexta — Matheus falou depois de um bom tempo —.

— Claro que não né Matheus, tu tá todo ferrado — falei negando com a cabeça rapidamente — quando você chegar da faculdade na sua casa vou pra lá, nós liga o notebook e assisti algum filme.

MATHEUS 🔥

Tô com um pé atrás se isso tudo foi acidente mesmo, quando acordei no hospital já me veio as lembranças da rua, o trânsito, semáforo, o caminhão vindo com alta intensidade, e logo em seguida a conversa com o pai da Alicia, não vou chegar nela e falar sobre minha visão, não quero estar errado e depois ela não querer olhar mais na minha cara pela acusação que eu próprio fiz.

— O que tanto pensa Mat? — Marcela perguntou sentada na poltrona, neguei com a cabeça, queria esquecer sobre esses meus pensamentos — eu te conheço mais do que você próprio, anda, solta o bico logo.

— Eu e o pai da Alicia tivemos uma conversa aí, sabe, não foi uma das melhores — falei com uma certa insegurança — não quero contar pra ela porque vai que tô errado e foi um acidente mesmo?

— Tudo da indícios que foi acidente Mat, o motorista do caminhão já foi na delegacia, só vão esperar você sair pra finalizar tudo — Marcela falou fechando seu livro — ele falou que foi acidente, tem até provas que o pneu escorregou no asfalto por conta da obra — ela respirou fundo olhando pro chão e voltou a me encarar — tem outra, o patrão dele vai até comprar uma moto nova pra você, porque a sua por conta do acidente tá detonada sem jeito pra concerto, e ele não quer confusão.

Fiquei quieto, não tava engolindo essa história não, mas eu que não vou contar pra Alicia sobre seu pai, tô curtindo ela e não a quero perder nessa altura do campeonato.


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