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Por Shawn Mendes

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Sai de casa e suspirei, começando a caminhar no asfalto que emitia ondas de calor pelo meu corpo. Resolvi tirar os chinelos e andar assim, pela a areia.

A praia estava cheia. Muita gente indo e vindo, sorrindo. Via gente andando com cachorrinhos, gente andando sozinho, gente acompanhado. Vi um casal em específico, perto da água. Eles estavam felizes, andavam de mãos dadas e riam. Ele fez alguma brincadeira com ela e ela gargalhou, se jogando em seus braços.

Meu coração apertou sem a minha permissão. Quase senti as lágrimas subirem aos olhos, e por esse motivo, desviei o olhar, voltando a caminhar, agora um pouco mais rápido.

Eu me sentia um verdadeiro merda.

Me sentia um lixo por me sentir um merda. Sei lá, isso faz sentido? Provavelmente não. Mas eu só sei que me odeio por me sentir assim, tão frágil, tem vulnerável. Algo que eu nunca pensei que fosse sentir na vida.

É claro que eu sei o motivo disso tudo. Claro que eu sei o motivo de sempre me acordar mal, e ir dormir mal. Sei sim o motivo do aperto diário no meu peito. Sei sim quem é a pessoa que causa isso tudo.

Eu só não quero aceitar.

Suspirei enquanto andava no calçadão quente, enfiando as mãos nos bolsos. Saindo da calçada, me permiti sentir a areia quente em meus pés. Caminhei pela mesma devagar, sem me importar com o fato de que ela praticamente fervia minha pele. Também não me importei com o fato de que o sol estava fritando o meu corpo. Nem conseguia enchegar direito. Só continuei indo em direção ao mar. Acho que naquele momento, eu não ligava para nada.

Talvez seja só uma coisa momentânea. Ou não. Como eu vou saber? Não tem como descobrir se eu desistir de tudo agora. Eu continuo repetindo para mim mesmo  que é tudo coisa de momento. Que é a minha mente me traindo. Que eu vou sim conseguir ser feliz sem estar em um relacionamento com ela. Porém, eu não tenho mais certeza de nada.

Suspirei quando meu pé tocou a água quente do mar. Fiquei um tempo ali, observando o quão belo o mar azul combinava com o céu limpo de nuvens. Também observei as pessoas que tomavam banho, sem realmente prestar atenção. Minha mente estava em outro lugar. Bem longe.

Quando minhas pernas começaram a doer, eu sentei ali, apoiando um braço na areia e o outro em meu joelho, que estava meio levantado. Respirei fundo, sentindo o ar tão característico da praia. As areias em meus pés, o sol deitado sob minha pele, a brisa do vento fresco beijando o meu rosto... Eu acho que eu nunca me senti tão em paz.

O sol começou a ficar mais forte com o tempo, e meu estômago se revirou, indicando fome. Eu não havia comido nada naquele dia; com exceção de um copo de café, naquela cafeteria, onde eu tinha visto aquela garota, outro dia. Desta vez eu não havia entrado, fiquei dentro do carro junto com Aaliyah e minha mãe, e meu pai foi buscar os pedidos. Minha mãe e minha irmã pediram um capputino, e eu preferi ficar com meu café preto e forte de sempre. Pelo os vidros das paredes do local, ainda pude ver a morena de costas, inclinada sobre uma mesa, conversando com algum cliente. Ela estava do mesmo jeito que eu havia visto antes, só que desta vez, usava os cabelos castanhos e que pareciam tão macios quanto uma seda, perfeitamente presos em uma trança, que tomava toda a extensão das suas pequenas costas.

Estranhamente, aquela garota me parecia muito familiar.

Dispensei estes pensamentos sobre a garota da cafeteira quando meu estômago revirou. É, eu realmente estou com fome

Three Empy Words • ShawmilaOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz