Falling

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Draco Pov

Ergui os olhos, vendo Sirius Black parado com nervosismo do outro lado daquela placa que vidro que nos separava.

Tinha um ar exausto, com olheiras arroxeadas ao redor dos olhos, e o cenho franzido em uma eterna expressão de preocupação.

Nós tínhamos muito em comum. Muito além da descendência dos Black.

Éramos pessoas teimosas, e que não tinham medo.

Havíamos perdido pessoas importantes, e buscávamos vingar elas, e livrar o mundo de algo terrível como Voldemort.

Muito além disso, existia algo dentro de nós, que queimava na mesma intensidade.

Fúria, raiva, rancor e melancolia.

Soltei os fios de cabelo que estavam em minhas mãos, vendo o corpo cair no chão, fazendo um baque oco soar pelo local, e abaixei meus olhos para Lucius Malfoy.

Eu nunca chegava a pensar que ele era meu pai.

Um estranho sentimento, mas muito real.

Você simplesmente olhar para a pessoa que te gerou, e perceber que não tinha qualquer sentimento bom sobre aquele ser humano era algo inesperado.

Mas não para mim.

Estávamos dentro da prisão criada recentemente pelo ministério da magia, onde ninguém tinha acesso.

Ficava em um lugar muito complicado de chegar, e usar magia ali dentro era terminantemente proibido.

O lugar tinha censores que impedia a magia de se manifestar, então mesmo que tentasse, nenhuma varinha funcionava ali. Nenhum feitiço invocatório. Nenhuma magia mental.

Nada.

Era atualmente o lugar onde estavam dois dos meus maiores troféus.

Era assim que eu vi Lucius Malfoy.

Um troféu.

Uma coisa que eu tinha conquistado por mérito próprio.

Porque eu liderei o ataque na mansão Malfoy. Eu criei todas as malditas táticas, e eu comandei a Ordem naquele ato.

E eu o prendi.

Junto com a ordem, consegui capturar quarenta e dois comensais da morte.

Mas nada me trazia mais satisfação do que saber que eu havia derrubado meu pai, e eu o joguei dentro daquele lugar imundo.

Eu, Draco, o maior responsável por levar aquele rato para um esgoto.

- Eu vou te dar mais uma chance, Malfoy - Falei, sorrindo de como minha voz soava ao dizer o sobrenome dele.

Era muito fácil esquecer quem você é nesses momentos.

Existia um limiar muito complicado de se identificar e cruzar quando você tinha um pouco de liberdade para causar a dor nas pessoas.

O ser humano não havia sido criado para resistir, uma vez que estava dentro daquele meio.

Em algum momento, saber que você punia alguém horrível como aquele homem diante de mim, deixava de ser... Pavoroso.

Olhei para baixo, vendo ele tentar se levantar de novo, mas estava fraco demais para isso, e voltou a cair na poça de sangue abaixo de si, quase como um saco de ossos com vida.

Fazia quase três meses que ele estava preso, e foi realmente algo muito difícil conseguir finalmente ter uma permissão para ir interrogar ele.

Com a minha aproximação de Sirius, ficou claro o quanto era importante encontrar Harry.

Eroda || DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora