Heart Meet Break

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43 - Heart Meet Break

Draco Pov

Eu não sabia ao certo quanto tempo havia se passado desde que eu estava ali, mas tudo em mim parecia doer, conforme perdia a noção de tempo e espaço.

Eu havia ficado tão atordoado com as coisas que ouvi na casa de Harry, que fugi para meu apartamento, e ao entrar ali, foi como se tudo houvesse explodido.

Porque não era justo.

Eu queria ser digno. Queria ser bom para Harry.

Mas isso não estava sob meu controle.

Nunca esteve.

Era horrível querer tanto algo, mesmo sabendo que conquistar aquilo jamais estaria diante de você.

Eu não tive escolhas no passado, não pude ser um cara normal. Que iria conhecer ele agora, e nada da minha sujeira jamais o afetaria.

Que a única preocupação deveria ser ter os sentimentos correspondidos.

Porque eu era a junção de tudo que havia de mais podre no mundo.

E pela primeira vez desde que a ganhei, a marca negra se tornou um problema.

Eu costumava não ligar para ela, mesmo sabendo da aversão de certas pessoas.

As que eram próximas sabiam que eu era um infiltrado, e não era como se a opinião alheia me afetasse.

Eu nunca tive problemas em carregar aquela porcaria, mas pela primeira vez... Sim, eu me senti um monstro.

Então ao ver a sequência com dois porta-retratos, um de Harry e um de nós, eu virei os dois para baixo, porque eu não era digno a ter aquelas alegrias.

Eu não merecia nada de bom.

Nada.

Eu sabia que havia perdido o controle.

Mas não era como se pudesse simplesmente desligar a parte revoltada de dentro de mim.

Então eu havia destruído quase completamente a sala.

Com exceção do quadro onde anotava os coisas do trabalho, e uma pasta com dados de um caso que iria ser responsável, que eu joguei para um canto da sala para longe da minha fúria, tudo havia sido revirado.

Porque eu sentia meu corpo inteiro formigando, como se não conseguisse acessar minhas emoções.

Aquela angústia estava enterrada dentro de mim, há muito tempo, e doía como o inferno ter tantas coisas me sufocando ao mesmo tempo, sem saber como colocá-las para fora. Ou enterrá-las novamente.

As janelas, a mesa, o sofá, os móveis, os papéis... Tudo havia se quebrado, e estava jogado em uma bagunça confusa na sala.

Garrafas de whisky estavam ao meu redor, porque quando a fúria passou, eu precisei me afogar em alguma coisa.

Me sentia deplorável, e minhas mãos estavam ficando um pouco roxas, porque meu acesso de pânico me fez quebrar diversas coisas ao meu redor, e eu nem percebi quando foi que me machuquei, com diversos cortes e hematomas nos dedos e pulsos.

Só quando eu comecei a sentir dor física, é que consegui parar de destruir tudo ao meu redor.

Porque a dor física era fácil de lidar.

Ela era bem vinda.

Mas não aquele sentimento de que eu era um sujeito imundo que não merecia ser feliz.

Antes era diferente saber que eu não era digno, porque eu não conhecia a felicidade.

Mas agora eu havia experimentado o lado bom da vida. O lado querido, o lado quente e aconchegante.

Eroda || DRARRYWhere stories live. Discover now