Capítulo 13 - Os filhos da casa Jaques

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Quando chegou o filho do casal, estranhou o garoto desconhecido ali sentado assistindo TV. Antônio Jaques era o filho mais velho, e também o mais desconfiado. Quando viu a criança, logo questionou porque tinha um menino estranho na sua casa. Já que ali era um casa afastada da sede da cidade, não havia vizinho por perto, e o mais próximo tinha apenas filhas.

—Quem é este, papai?— Antônio perguntou.

—É Kaio, seu novo irmão.― Sr. Silas respondeu com a maior naturalidade.

—Como assim? É de outra mulher?—Antônio deduziu.

—Não, Antônio! Que isso!? Eu o achei na estrada perdido.

—E trouxe para casa?― Antônio perguntou indignado.

—Sim! —Silas respondeu calmamente. —Que tem haver?

—Era para deixar com a polícia. — Antônio disse estranhando a atitude de seu pai.

—Eu sei, mas olhe direito para ele, meu filho. Não poderia deixá-lo com ninguém.

—Por quê não?— Antônio perguntou assustado.

—Olhe bem para ele. — Silas mandou.

O rapaz resolveu atender seu pai, foi para o sofá, sentou perto do menino,logo se levantou, pois sentiu calafrios pelo do garoto. Antônio foi para perto do pai, e sentiu medo, mas não disse para não passar vergonha.

―Que foi?

―Entrega a policia.

―Não. Fale com ele. Seja um bom irmão. ―Sr. Silas mandou.

Antônio fez careta, mas obedeceu a seu pai, e voltou a se aproximar do garoto, a uma distancia de 2m.

—Deixe me ver você de pertinho. De onde você é? Ei, garoto, fala!—Antônio perguntou.

O menino não respondia nada, entretanto o fitou bastante. E Antônio se afastou com medo. Eram estranhos seus olhos, tinha cabelos brancos, olhos cinza com pontos azuis, uma pele muito branca opaca que não tinha tom rosado, diferente de um homem branco da região.

—Pai, onde o senhor achou esta "criança"?— Antônio disse desconfiado.

—No meio do nada, na BR 116, perdido, deitado no chão.

—Pai! Estou achando ele muito estranho, não parece uma criança normal.

—Pois é! Ele nem fala nossa língua e usava roupas curiosamente estranhas.

Antônio se assustou e deu um pulinho para trás.

—Pelo amor de Deus, pai, o que o senhor trouxe para dentro de casa?

—Uma criança perdida.― Sr. Silas respondeu com compaixão.

—Uma criança? Eh? Tem certeza?― Antônio duvidou muito.

—Sim! Não ver?

—Eu estou com medo. — Antônio revelou.

—Não precisa ter medo de mim, eu sou do bem. —Disse o garoto.

—Ah! Você fala?— Silas perguntou contente.

—Sim! Aprendi sua língua, é difícil, mas assistindo um pouco de TV deu pra entender o básico.

—Mas está falando fluente!— Antônio ressaltou.

—Fala melhor do que eu!— Silas comentou.

—O Senhor acha?— O garoto perguntou.

—Claro, agora me conte tudo sobre você? — Silas perguntou curioso.

BRAZU 1Where stories live. Discover now