Capítulo 18

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-ANNE!!!-chego em casa já gritando.
- AÍ SUA LOUCA, para de gritar. Eu estou a poucos passos de você.
- Você também está gritando.-finjo demencia.
- Fica quieta, Harley.
- O Henry é bonito né Anne?-provoco.
- Eu não sei e para de fazer inveja só porque você já viu e eu não.- finge estar magoada.
- Tecnicamente quem viu não fui eu, foi Charlie. E se Charlie disse eu acredito, pena que ele é bonito demais pra uma bicha feia que nem você.- ela detesta que eu a chame de bicha feia, ouço o barulho que ela faz ao levantar e percebo que ela está com muito ódio de mim, mas pelo que parece ela paralisou no lugar, provavelmente porque viu Henry.
- Oi Anne.- diz Henry com uma voz sedutora e eu me seguro para não rir.
- O-oi.- diz meio desconcertada.
- Que foi Anne? O gato comeu a sua língua?- alfineto ela.
- Deixa de ser inconveniente Harley.- me repreende e eu caio na risada.
-Ui, desculpa flor. Se vocês não se importam eu vou dormir, divirtam-se pombinhos.- eu não estava de provocação, realmente estava cansada. Quando me deitei parecia que um caminhão havia me atropelado, adormeci rápidamente, mas foi um cochilo de poucos minutos. Quando desci percebi que Henry e Anne estavam assistindo um filme e devia ser comédia pois ambos estavam rindo muito, resolvi não atrapalhar os dois e sai silenciosamente. Caminhei por um bom tempo sem rumo, só queria caminhar mesmo ficar sozinha.
- Harley!- é a voz de Christopher.
- Por que você não me contou?- vou direto ao ponto.
-Eu fiquei com medo de você reagir mal igual da última vez.
- Mas eu precisava saber disso.- digo fria.
- Eu não queria magoar você, me perdoa, eu te amo tanto.
- OK Christopher. Até porque eu não fui nem uma santa.- me rendo.
- Obrigada mesmo.- me deu um abraço de urso, eu precisava desse abraço.- Vamos lá para casa? Dona Karen está com saudades.
- Eu fui lá na sua casa um dia desses.- digo óbvia demais.
- É só uma desculpa para passarmos um tempo juntos.
- Tá bom então safadinho.- concordo rindo, quando chegamos na casa dele conversei um pouco com tia Karen até que Chris insistiu para irmos para o seu quarto, ficamos um tempão deitados na cama dele conversando sobre coisas banais e se beijando, é claro.
- Harley o que você acha se a gente se casasse?- me assustou com a pergunta.
- Que? Você está ficando maluco, temos só 17 anos.- digo me sentando na cama.
- Eu não falo agora, assim mais pra frente.
- Eu poderia pensar no seu caso.- coloco a mão no queixo como se estivesse pensando.
- E o que eu tenho que fazer pra te convencer?
- Me mimar muito.
- Isso eu já faço.
- Mas é pouco.
- Você é folgada viu?- diz indignado.
- Você me conheceu assim, vai continuar comigo assim.
- É por isso que eu te amo.
- Deixa de ser meloso.
- Chata.
- Obrigada pela parte que me toca.- dou um beijo em sua bochecha.- Você acha que vai rolar algo entre  a Anne e o Henry?
- Anne?- fica confuso.
- Sim, eu não te contei que a minha melhor amiga veio morar lá em casa?
- Que eu me lembre não.
- Pronto agora você já sabe. Lembrei, eu ia te apresentar ela só que você não estava em casa.- digo pensativa.
- Ata, minha mãe comentou algo sobre.
- E então o que você acha que rola ou não ? Quando eu sai eles estavam assistindo comédia e rachando o bico de tanto rir.
- Tem possibilidade, mas por que esse interesse em saber se eles ficariam ou não?
- Sei lá, é estranho imagina-los juntos.
- Ciúmes Harley?- provoca.
- Talvez.- rebato com outra provocação.
- Bom saber.- finge estar bravo e eu não perco a oportunidade de provocar.
- Eu poderia facilmente trocar você por ele.
- Para, que assim eu me ofendo e eu sou mais gato e gostoso que ele.
- Bom, eu não sei nunca vi o rosto de vocês para comparar.- fico pensando, nunca vi o rosto deles e isso é estranho.
- Ei que carinha é essa?-ele percebe que meu humor cessou.
- Eu estava pensando que eu nunca vi você. Não sei nada físico sobre você, só sei que temos mais ou menos a mesmo altura e que você nem é musculoso e nem magro demais.
- Você não pode ver, mas pode sentir me dê sua mão.- confesso que fiquei envergonhada.
- Nada de gracinha viu?-alerto.
- Relaxa.-responde em um tom tão sério que parece que estamos no meio de uma cirurgia delicada e eu acabo sorrindo do tom dele. Primeiro ele coloca minha mão em seu cabelo é  liso e meio ondulado, ele me falou que seu cabelo é castanho claro. Depois ele desce minha mão e me deixa analisar seu rosto detalhe por detalhe. Coloca minha mão em seus ombros e a faz passear por toda a região do se tórax, sinto minhas bochechas esquentarem.
- Com vergonha senhorita Castro? Ainda bem que seu passeio acaba por aqui senão você iria ficar da cor de um placa de pare.- cai na gargalhada.
- Bobo.
- Era o que você esperava?
- Superou minhas expectativas, mas mesmo que não fosse eu ia continuar amando você do mesmo jeito.
- Nem pense em fazer isso com outra pessoa, me mataria de ciúme.
- Agora que você deu a ideia, acho que vou fazer isso.- começo a rir.
- Fala isso nem brincando.
- Oi casal!!- diz Charlie todo animado entrando no quarto.
- Bem que a dona Karen falou que você vive mais aqui do que na sua própria casa.
- Que jeito fofo de me receber Harley.
- Desculpa, vem cá me dá um abraço.- abro os braços.
- Eu também quero.- Christopher se pronuncia com com a voz manhosa.
- Calma meus fãs têm Harley todo mundo.- digo me sentindo a última bolacha do pacote.- Como soube que eu estava aqui, Charlie?
- Fui na sua casa e só estava a Anne e o Henry eles me disseram que você estava aqui. Pensei em ficar lá com eles, mas não queria segurar vela então vim pra cá.
- E como você acha que não vai segurar vela aqui também?- pergunta Chris em tom brincalhão.
- Porque eu vou roubar a Harley de você.
- Nem vem ela vai ficar aqui.
- Deixa de ser chato Christopher, ela está aqui com você a tarde quase inteira, sua própria mãe disse.
- Eu vou com ele Chris, afinal eu preciso saber das fofocas.
- Tá bom sua namorada desnaturada.
- Deixa de ser  palhaço.- dou um selinho nele e saio com Charlie. Quando chegamos ao quarto dele, ele já foi perguntando.
- Acha que a Anne vai ter algo com Henry?- se joga na própria cama e eu me esforço para me sentar sem cair no chão.
- Não sei, mas acho que sim e você?
- Também acho.
- E você, quando vai me apresentar seus pretendentes, Charlie?
- Não está chovendo na minha horta não, os meninos não querem nada serio.- suspira alto.
- Todos uns idiotas.
- Você fala como se o seu namorado fosse um santo.
- Mas ele é um idiota o pior deles.- rimos alto.
- Pior.- jogamos mais conversa fora e eu fui pra casa, jantei com a minha mãe e a Anne e fui dormir amanhã será um novo dia.

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