Capítulo 06

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Acabou de começar o primeiro intervalo, e até posso dizer que adorei as aulas que acabei de ter que foi a de português e arte, cá entre nós eu consegui conquistar a amizade da professora de arte. Não gosto muito de sair pro intervalo, mas eu resolvo ir beber pelo menos uma água afinal de contas eu esqueci de trazer a garrafinha. Ouço alguém me chamar, mas eu não reconheço a voz que me chamou.
- Ei ceguinha!- automáticamente me irrito com a voz.
- Diz logo quem é e o que quer.- respondo arrogante.
- Só por dó irei dizer, é a Tina e eu vim avisar pra você ficar longe do meu namorado ouviu?- diz com uma voz irritante.
- Ah, o Christopher? Claro, pode deixar. Mas eu só te aviso foi ele quem me levou pra casa dele viu? Eu não pedi nada, eu nem sabia da existência dele.- Harley está ficando maluca esqueceu, ela enxerga você não.
- Ah, sua cega infeliz. - rapaz ela me deu um tapa, agora ela vai ver posso até não agredir ela, mas eu vou pegar no ponto fraco dela o ego.
- Tadinha gente, ela não passa de uma insegura, ela tem medo de perder o namorado pra cega aqui, nem se garante. - e pow, outro tapa na minha cara. Por que eu estou provocando ela? Porque ela veio até mim como se eu tivesse me oferecido pro namorado dela, posso ser o que for menos uma biscate. E por que eu estou apanhando e não estou revidando? Porque uma regra da escola é não bater em vulneráveis, e ela está fazendo isso nesse momento então provavelmente vai acabar se dando mal. E nesse exato momento acabei de levar mais dois tapas e alguém da diretoria acaba de gritar.
- Senhorita Valentina o que está fazendo? Para minha sala já e está suspensa por uma semana. E você senhorita Castro, já para a enfermaria e não quero saber de você em brigas novamente.-quando eu levanto algumas pessoas me parabenizam por eu ter tido coragem de falar umas boas verdades na cara daquela sem noção e finalmente achei a enfermaria.
- Olá Harley, menina gostei da sua atitude, mas não faça mais isso. Agora deixa eu cuidar desses ferimentos.- diz passando algo em meu rosto que deduzo ser álcool por causa do cheiro.
- A situação está muito feia enfermeira?- pergunto um pouco preocupada.
- Bom, seu rosto está inchado, e tem dois arranhões, provavelmente de unhas, um na próximo a boca e outro próximo ao olho.
- Enfermeira, tem como fazer um bilhete escrito, falando pra minha mãe que foi um gato raivoso que me atacou? É porque eu não estou com muita cabeça pra sermões hoje e se puder diz que eu não tenho condições de ficar em sala de aula, afinal de contas vão ficar me zoando por ter apanhado, por favor?- faço minha melhor cara de pidona.
- Hummm, tá bom. Mas só porque eu gostei de você.
- Aiiii, Obrigada. Já posso ir?- pergunto descendo da cama.
- Pode sim, Tchau, se cuida.
- Tchau.- bom, tenho que admitir que os tapas que aquela guria me deu estão ardendo até agora. Bom, eu vou para aquele cantinho lá na quadra, pelo menos até a hora de ir embora.
Passado algum tempo ouço alguém me chamando, mas a voz está muito distante
- Ei ceguinha, achou que ia armar pra cima de mim e sair impune não é mesmo? Agora você vai ter o que merece.- Sinto vários murros em meu rosto e sinto um gosto forte de sangue.
- Por favor pare, pare.
- Não, você tem que pagar pelo que fez.- E mais murros, dor uma dor muito forte e tudo escurece....
Alguém está me chamando e me balançando freneticamente.
- Harley, acorda. Harley.- percebo preocupação, muita preocupação.
- Que? O que houve ?- estou confusa.
- Você está aí dormindo desde de manhã.
- Que horas são ?
- São 18:00 horas da noite.
- O que? Minha mãe vai me matar, ela deve estar super preocupada.- me sento assustada.
- Relaxa, eu já liguei pra ela e falei que você estava comigo.
- Obrigada por limpar a minha barra, porque se não eu já ia chegar em casa e ter que ouvir mais um sermão pra minha coleção de broncas.- consigo lembrar como vim parar aqui .
- Por nada, Harley, agora venha eu te acompanho até em casa .- só então eu reconheço a voz que estava falando comigo.
- Não Christopher, eu não vou com você, prefiro ir sozinha.- me nego sem pensar duas vezes.
- Mas por quê? - sei que ele está confuso.
- Porque eu só estou com esses curativos por sua culpa.- digo como se fosse muito óbvio.
- Como assim minha culpa?
- A sua linda namoradinha, me deu uma surra no meio do pátio da escola, afirmando que eu havia roubado o namorado dela. Como se eu quisesse namorado dos outros, estou mil vezes melhor sozinha.- faço pose de orgulhosa de mim mesma.
- Valentina você me paga... Mas e se o namorado quisesse ficar com você e não com a Valentina?- e foi chegando bem pertinho do meu rosto.
- Eu diria que não, pois de problemas já bastam os meus. E além do mais eu gosto do Charlie e não de você. - doeu mentir pra ele, pois mesmo que eu quisesse Charlie bom como vou dizer... Não demonstra, mas é gay, ele tem medo de se assumir e sofrer.- Bom Christopher, se puder ligue pro Charlie e pede pra ele vir me buscar.- demorou um pouco pra ele me responder.
- Claro. Só me dizer o número dele.
- É 99*******.
- Alô Charlie, aqui é o Christopher... A Harley está pedindo pra você vir buscar ela na escola... OK, vou avisar.Tchau.
- E então?
- Ele disse que chega em 10 minutos. Eu acho melhor eu ir, Tchau. - ele me pareceu magoado, desculpa Chris.
-Tchau.- eu detesto ter que mentir, mas não estou disposta a ter que apanhar de novo, mesmo que desta vez eu tenha provocado. Charlie chegou e eu expliquei tudo pra ele, inclusive a parte em que eu disse a Christopher que eu gosto de Charlie.
- Garota você é maluca. E quando ele descobrir que você mentiu e que eu sou gay? Você me enfia em cada uma.- está indignado.
- Desculpe Charlie, mas eu já fui muito humilhada hoje.
- Tudo bem agora vamos, você deve estar cansada.-chegamos na minha casa e eu tomei um banho, Charlie ficou para o jantar, conversamos um pouco e rimos do dia de hoje. Quando eram umas 20:30 da noite ele foi embora e eu como não tinha nada pra fazer preferi ir dormir, a final de contas amanhã eu vou ter que enfrentar a sociedade.

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