Capítulo 15

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Acordo só que desta vez consigo me mover, aonde estou? Automaticamente começo a chamar minha mãe, mas a minha voz não sai direito, sai muito baixa, e alguém parece se aproximar da minha cama.
- Mãe! Mãe!- minha voz sai um sussurro quase inaudível. Estou com muita sede.
- Calma Harley, vou chama - la.
- Sai de perto de mim, quem é  você? Cadê a minha mãe?
- Filha? Você acordou, finalmente.
- Mãe aonde eu estou?
- Calma, se acalme eu irei explicar.
- Senhora.- diz alguém.- Você precisa sair, teremos que dopar a paciência ela está muito agitada e isso não é bom pra saúde dela.
- Tudo bem, venha Christopher.
- Eu não quero, quero ficar aqui- diz uma voz quase gritando.
- Christopher, você precisa se acalmar pela Harley.
- Tá bom.- sinto uma picada em meu braço e o sono começa a tomar conta de mim, mas antes de eu apagar uma dúvida surge em minha mente "Quem é  Christopher?".
Acordo e a primeira pessoa que vem a minha mente eu chamo.
- Henry.
- Harley, que bom que você acordou.
- Henry cadê a minha mãe?  O que está acontecendo?  Aonde eu estou? Eu estou muito confusa.
- Filha?
- Mãe, o que tá acontecendo?
- Você fez uma cirurgia nos olhos meu bem. E após a cirurgia você entrou em coma.
- Quando tempo eu fiquei desacordada?
- Basicamente, umas duas semanas.- nossa tanto tempo assim?- Vou chamar um médico para examinar você.- fico calada.
-  Meu amor estou tão feliz que você acordou.-disse a primeira voz que eu ouvi desde que acordei agora a pouco e  se aproximou demais, o estranho é que não me senti desconfortável só meio que magoada.
- Se afaste por favor.
- Me perdoe, eu fui muito idiota.
- Te perdoar pelo que? E quem é você e como sabe meu nome?
- Sou eu meu amor, Christopher seu namorado.
- Não, você está enganado. Meu namorado se chama Henry.- alguém entra no quarto.
- Não filha, Christopher que é seu namorado.
- Vocês estão querendo me confundir.
- Não se preocupe senhora Castro, é normal após um coma o paciente acordar com confusão mental. Isso é temporário.
-Espero que sim.
- Pronta para tirar o curativo dos olhos e ver o resultado da cirurgia, Harley?- diz o médico.
- Bom, sim né.- respondo o óbvio.
Sinto que o médico está se aproximando e mãos um pouco geladas e trêmulas tocam meu rosto, o médico parece mais nervoso que eu, chega a ser engraçado.
-Harley vou pedir para que quando eu tirar os curativos dos seus olhos, você não os abra de imediato.
- Sim senhor. Doutor?- digo quando ele está prestes a tirar o outro.
-Pode falar.
- Eu queria pedir que só fiquei no quarto a minha mãe.
- Claro. Rapazes? Pode se retirar por gentileza?
-OK.- responderam ambos.
Não percebi quando mais eu fiquei aérea por um tempo pensando na confusão que está a minha cabeça e por que todos estão dizendo que esse tal de Christopher é meu namorado se eu sinto que é Henry?  E porque eu sinto tanta mágoa reprimida em mim só de ouvir o nome Christopher?  Por que eu sinto tanto carinho e admiração por Henry, ouço alguém me chamar.
- Harley pode abrir os olhos.- isso acelera meu coração. Quando abro os olhos a claridade me incomoda um pouco e eu os fecho novamente e fico super feliz por ver cores e a luz, abro novamente e consigo me acostumar com a claridade, só que a minha visão está bastante embaçada e só  vejo vultos.
- E então Harley? Como está a visão?- pergunta o médico.
- Bom, está bastante embaçada. Mais fico super feliz de ver a claridade e as cores.
-Ótimo, irei mandar fazer alguns exames em você, passar alguns remédios e colírios e vou mandar preparar o seu óculos de pós cirurgia recomendo a você, ficar pelo menos um mês com eles.
- Ok doutor.

Fiquei mais alguns dias no hospital e hoje finalmente eu pude voltar pra casa. Ainda bem, pois eu estava cansada de ficar naquele hospital, precisava de mais da minha cama.
- Harley, Christopher está lá em baixo e quer falar com você.
-Eu não quero falar com ele, como vou falar com alguém que nem conheço?
- Filha ele é seu namorado, você tem que fazer pelo menos um esforço para se lembrar dele.
- Aff tá bom, manda ele subir. - espero alguns minutos.
- Harley,  você realmente não lembra de mim ?
- Não, eu nunca brincaria com uma coisa dessas. - eu não me lembro, mas sei lá eu me sinto tímida e ao mesmo tempo tão bem perto dele. Mais alguma coisa me diz que ele fez algo que me deixou triste.
- Vou te contar como a gente se conheceu então.
- Como quiser.- digo desinteressada.
-Bom, foi assim. " Eu estava saindo da aula de física confuso e e stressado, pois não tinha entendido a matéria e iria me ferrar na prova. Quando do nada esbarro em alguém
-Você não olha por onde anda não?  Tá ficando cega é ?- quase gritei exaltado.
-Não, eu não olho por onde ando e não  estou ficando cega eu sou cega, idiota.-você gritou  um pouco alterada.
-Me desculpe...- digo desconcertado.
- Não, eu não desculpo. No mínimo você devia me ajudar a levantar né? - te levando do chão.
-Você pode ao menos me dizer seu nome ?- não é necessário, mas pergunto mesmo assim.
-Harley, você está bem ?- pergunta alguém, que pelo jeito que sua voz sai parece que veio correndo.
- Não, não estou bem. Venha vamos sair daqui.-você o responde com certa irritação.
-Que jeito estranho de se conhecer.- bem minha cara tratar alguém que me derruba desse jeito.
- Pois é mais assim não teríamos nos conhecido.
- E como ficamos tão íntimos assim?
- Bom aí já foi outra situação estranha.
- E você pode me contar?
- Claro. "De repente sinto uma pancada.
- Harley você está bem ? Aí minha nossa, desculpe mesmo.- digo, mas você não respondeu, apenas se encolheu no chão aonde caiu e ficou chorando.
- Ei Harley , você está bem?- pergunto novamente.
- Hum? Sim, sim estou bem.- responde tentando se recompor.
- Vem levanta daí
- Desculpas mesmo é...- diz tentando lembrar meu nome.
- Christopher.- completo.
-Isso, Christopher. Eu estava indo a farmácia.
- Mas por que você estava correndo e chorando?Depois você me conta, primeiro a gente vai na farmácia comprar o que você ia comprar.- me empolgo.
- Tá bom então.
- Boa noite em que posso ajudá - los?- diz o atendente.
- Boa noite, eu preciso de esparadrapo, gases, analgésicos, anti-inflamatorio e álcool antiséptico.- permaneço calado.
- Só um momento eu vou buscar.- esperamos um pouco até que o farmacêutico voltou. - Aqui está, deu R$ 25,00 reais.
- Ixi, minha mãe me deu só R$ 20,00 reais.
-Deixa eu pago pra você, e não pense em dizer que não. Aqui está moço, muito obrigada.- digo tentando ajudar.
Quando saímos da farmácia fomos até uma praça próxima dali e começei a fazer perguntas para você.
- Então, vai me contar o que fez você sair correndo e chorando que nem uma louca?
- Bom, eu não sei se eu te falei. Mas eu detesto que escondam algo de mim, por mais doloroso que seja e meu amigo Charlie escondeu algo muito importante de mim.
- Se não quiser falar o que tudo bem, eu respeito.
-Não, tudo bem. Eles escondeu de mim durante semanas que havia feito uma cirurgia para voltar a enxergar.
- E por isso você saiu que nem uma maluca ?
- Não, eu fiquei super feliz por ele e tudo. Mas o que me deixou desapontada foi que ele não me contou por achar que eu ficaria com raiva dele por ele ter voltado a enxergar e eu não. Pois eu fiz várias cirurgias e não consegui voltar a enxergar e ele na primeira começou a enxergar, aí eu fiquei frustrada poxa eu nunca seria capaz de ficar com raiva da felicidade dos outros.
- Nossa você deve estar se sentindo péssima.
- Sim, ainda por cima minha mãe sabia e não me contou.
- Vamos parar de falar de coisas tristes. Pra que você comprou aquele tanto de remédios?
- Porque no dia em que você me viu na praça, eu me machuquei em uma mesa de vidro que minha mãe comprou e não me avisou que iria colocar na cozinha e pra completar na hora que eu esbarrei em você e acho que cortei a mão em algo.
-Deixa eu ver esses ferimentos.
- Vai dar uma de socorrista senhor Christopher? - diz zoando de mim.
- Claro que sim, e você vai ser minha paciente Senhorita Harley.
- Haha.
- Caramba Harley, seu ferimento do braço está horrível, vou passar o álcool. Com certeza vai doer bastante.
- Ai... Vai com cuidado.
- Prontinho, está liberada paciente.
- E o da mão doutor?
- Verdade, deixe-me ver. Nossa está menos pior que o outro.
- Engraçadinho.
- Prontinho senhorita, agora sim está liberada. Quer que eu a acompanhe até em casa?
- Se não for encomodo senhor doutor, você deve ter outras pacientes para atender.
- Não se preocupe, você é a única. Mas eu só vou se você me prometer que vai voltar a ir a escola a partir de amanhã.
- Então OK, eu prometo.
Depois da nossa encenação todo no meio da praça, provavelmente com pessoas olhando, te levei  até em casa.
- Aaaaa, que fofinhos e malucos kkkks.
- É por isso que eu amo você minha pimentinha.- diz e eu tenho um reflexo de memória
"-Christopher!?
-Oi? Desculpe eu estava no banho.
-Me ajuda a sair do banheiro, eu não conheço sua casa, então não queremos que algum acidente aconteça não é mesmo?
- Verdade, venha segura no meu braço.
-Pera, você disse que estava no banho e está molhado, então você está somente de toalha...Que vergonha, Christopher vai vestir uma roupa.
- Foi você quem me chamou bem na hora que eu estava tomando banho e você não está enxergando nada, então sem problemas.
-Digo é nada.
- Você sabia que você fica linda vermelha de vergonha.
-Para com isso, rum.- belisco o que eu rezo pra ser seu braço.
- Tá bom pimentinha. Aii!! para uma deficiente visual você tem uma bela pontaria.
-Faz piada de novo que eu te belisco de novo." Sem perceber acabo sorrindo.
- Que sorriso é esse no rosto ?- sou tirada de meus pensamentos.
- Eu estava lembrando do dia em eu você me chamou de pimentinha e eu te belisquei.
- Que bom que você lembrou disso, foi outro momento bom nosso.
- Christopher.- Harley  fica quieta.- Me da um abraço?- acho idiotice o que falei, mas sei lá de alguma forma sinto que eu preciso sentir o calor dele.
-Claro.- me abraça e eu sinto o alívio tão grande, como estávamos sentados em minha cama ele se deita e me leva junto, não me importo, pois é como se eu sentisse muita falta dele do nada eu como chorona de carteirinha começo a chorar.
- Ei pimentinha? Por que  está chorando?
- Eu não sei.- ele respeita meu silêncio e ficamos um tempo assim deitados e abraçados, provavelmente até adormecemos.

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