Nada de polícia

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CAMILA

Eu estava desesperada, meu corpo tremia e eu não sabia o que dizer para as meninas que me encaravam tão desesperadas quanto eu. Meu corpo todo pesava, provavelmente meu cérebro fosse explodir a qualquer instante e a imagem da minha pequena irmã e de Lauren da qual aquele número desconhecido me enviara não saía da minha cabeça, era tão perturbador imaginar que alguém era tão sem escrúpulos a ponto de fazer uma coisa dessas.

Sem saber como agir eu andava de um lado ao outro da sala da casa de Lauren e minha cabeça doía como nunca antes e o converseiro das meninas não me ajudavam em nada, eu só queria poder sumir, parecia que desde que pisei meus pés em Miami a minha vida havia desandado junto. A começar por todo o furacão de sentimentos estranhos dos quais a mulher me fazia sentir seguidamente do desastre de ter minha irmã e a tia da minha amiga sequestradas.

Eu tentava imaginar quem poderia ter feito isso, como teriam conseguido autorização minha para pegarem Alexa e ainda tentar descobrir o motivo de tudo isso estar tendo de acontecer. Não podia ser real, talvez fosse apenas um pesadelo e a qualquer momento eu despertaria desse sono desastroso.

- Camila, pare! - a voz de Dinah me despertou e a encarei - ficar andando de uma ponta a outra da sala não vai ajudar em nada.

Acatei o que minha amiga disse e me sentei no grande tapete felpudo no meio da sala, meus olhos se encheram de lágrimas e eu voltei a sentir falta da minha mãe, ela saberia como agir e me consolaria da forma que só ela sabe fazer com as suas palavras sábias. Merda, eu deveria estar em casa ao lado dela, ela deveria estar pirando com o sumiço de Alexa e eu sabia que estar longe de casa a deixava ainda mais desesperada.

- Vocês acham que vão entrar em contato de novo? - Verônica perguntou enquanto eu esfregava as mãos pelo rosto a fim de tentar me acalmar.

- Provavelmente vão pedir resgate - Normani respondeu tocando a mão de Dinah e eu respirei fundo.

- Ainda acho que deveríamos ir atrás da polícia - Verônica esbravejou - o pai da Camila é investigador polícial, deve saber o que fazer!

- Eu já disse que não vamos dizer nada a ele! - me levantei ficando ainda mais nervosa - se chamarmos a polícia quem quer que esteja com elas vai acabar as machucando.

- Você só pode estar ficando louca, Camila! - Verônica se aproximou de mim, suas palavras eram nervosas - minha tia está sabe-se onde e por um capricho seu não vamos chamar a polícia?

- E a minha irmã também está lá! - me aproximei dela ficando a centímetros do seu rosto - não seja egoísta!

- Eu egoísta? - riu debochadamente espalmando as mãos ao lado do corpo - a única pessoa que está sendo egoísta aqui é você!

Verônica me empurrou com o dedo indicador sob meu peito e eu juro que me segurei ao máximo para não pular no pescoço dela mandando nossa amizade aos ares por uma bobagem, nós duas estamos nervosas pelo ocorrido e eu não queria acabar fazendo burrada. Dinah apareceu entre nós duas tentando intervir que algo pior acontecesse e nos encarava tentando contornar toda a situação.

- Vocês duas, se acalmem! - disse firme como uma mãe tentando controlar seu filho bagunceiro - brigar não vai nos ajudar, temos que pensar com calma e esperar até o próximo contato para decidirmos o que fazer.

Voltei a me sentar e finalmente deixei as lágrimas correrem sem vergonha, eu estava em êxtase e assustada, nada disso era um sonho por mais que eu quisesse que fosse e o desespero corria por minhas veias. Talvez fosse mesmo egoista da minha parte não falar com o meu pai, lhe dizer que eu havia recebido aquela maldita mensagem e imagem da minha irmã e de Lauren, mas eu só não quero que as machuquem, eu não saberia lidar com tudo isso, na verdade, eu já não estava sabendo lidar.

Amor a distância {BOOK ¹}Onde histórias criam vida. Descubra agora