EPÍLOGO

19 1 0
                                    

Assim que abri meu e-mail, gritei, sem acreditar no que estava vendo. Peguei meu celular com as mãos trêmulas sobre a escrivaninha. Precisava mandar uma mensagem para minha mãe. Para saber se aquilo era real.

Emily apareceu no meu quarto, abrindo a porta bruscamente, com uma toalha enrolando seu corpo, o cabelo molhado, os olhos arregalados.

– Aconteceu alguma coisa? – perguntou com as sobrancelhas arqueadas, olhando de um lado para o outro.

Ri, meneando a cabeça em negativa. Ela franziu o cenho.

– Por que você gritou, então?

Suspirei e apontei para a tela do notebook.

– Por causa disso.

Emily entrou no meu quarto e se aproximou de mim. Semicerrou os olhos e viu o e-mail que eu tinha recebido. Sorriu.

– Você comprou uma passagem para Chicago? – indagou com as sobrancelhas arqueadas, olhando para mim.

Neguei com a cabeça.

– Não comprei passagem nenhuma. Mas, pelo visto, minha mãe comprou. Para o final do ano. Ela me mandou o link da compra, pode ver. Só não sei por que ela faria isso sem me consultar antes.

Emily mordeu o lábio, aparentemente, pensativa. Soltou uma exclamação, arregalando os olhos.

– Sua mãe mandou uma carta para você! Na verdade, foi um envelope... – sua voz falhou. – Eu separei para não esquecer de lhe estregar, mas o que foi que eu fiz? Esqueci – deu um breve sorriso. – Sinto muito.

– Tudo bem, Emily – disse, levantando-me num pulo. – Onde está esse envelope?

Ela fez uma careta.

– Na minha cabeceira. Mas prometo que não o abri – respondeu, erguendo a mão em forma de juramento.

Revirei os olhos, rindo.

– Confio em você. Agora, se me der licença...

Segui na direção do seu quarto; e ela, para o banheiro. Afinal, ela tinha um banho para terminar.

Com o coração acelerado e as mãos trêmulas, peguei o pequeno envelope laranja que estava na cabeceira de Emily Grant, praticamente um ano depois da entrevista que meus amigos deram. E que tinha sido bem mais sucedida do que eles esperavam. Do que todos nós esperávamos, na verdade.

Várias pessoas enviaram mensagens e vídeos para eles. Várias pessoas fizeram postagens no Instagram, Facebook e em outras redes sociais. Todo mundo queria compartilhar sua história. Todo mundo queria ser ouvido. Meus amigos se encontraram com muitos fãs e conversaram com eles pessoalmente. Outros, eles só conseguiram responder através de e-mails e cartas.

Suas músicas nunca tinham sido tão acessadas quanto agora. E a turnê deles estava fazendo muito sucesso; os shows se esgotando num piscar de olhos.

Continuei conversando com Chaz sempre que possível, afinal, éramos amigos. Passei um tempo pensando em mim, nas minhas necessidades. Saí com outros garotos. Beijei vários deles. Mas nenhum deles despertava em mim o mesmo sentimento que Chaz Houston despertava. Nenhum deles fazia meu coração acelerar. Nenhum deles me fazia corar.

Também mantive contato com Mark. Ele conseguiu voltar para casa. Ele conseguiu conversar com a mãe dele. E descobriu muitas coisas que sua mãe tinha medo de lhe contar. Seu pai faleceu não muito tempo depois, só que, antes disso, Taylor criou coragem e pediu o divórcio. Ela assistiu à entrevista dos meus amigos e tomou uma decisão. Não passaria mais tempo sofrendo, se podia acabar com esse sofrimento logo...

Um verão na minha vida [COMPLETO TEMPORARIAMENTE]Where stories live. Discover now