Capítulo 14

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São nove da manhã quando retorno para o resort com os olhos queimando de sono e de tanto choro. Ando com a cabeça baixa, repensando nas palavras que Chaz me disse. Eu esperava voltar ao meu quarto e poder dizer ao Derek que sou uma fênix renascida das cinzas, mas isso está longe de ser verdade.

Quando entro no meu quarto, vejo que Emily não está na cama. Suspiro, porque não quero conversar com ninguém no momento. Minha cota de conversas já se esgotou. Deixo o celular perto da televisão e tiro minha roupa. Entro no chuveiro e ligo a água gelada. Talvez isso me ajude a pensar. Passo as mãos no cabelo, fechando os olhos, enquanto a água percorre meu corpo.

E as lágrimas voltam a escorrer, fundindo-se com a água.

Meu corpo inteiro dói. É como se eu tivesse levado uma surra, mas ninguém consegue ver as marcas, porque são todas internas. Às vezes, nem eu consigo enxergar todas elas.

O que eu fiz?

É nisso que penso quando o discurso de Chaz percorre minha mente. Porque, querendo ou não, ele está certo. Ele me contou tudo que o perturbava, e brinquei com os sentimentos dele, fingindo que nada do que me disse tivesse importância. Tratei os sentimentos dele como insignificantes.

E isso deve ter doído nele, como doeu em mim por anos, porque, no acampamento, quando ele passou a me evitar, ele estava me tratando como se eu não tivesse importância, como se nada do que fizemos tivesse significado.

Isso partiu meu coração e me fez sofrer por anos.

Ele também sofreu, mas por outros motivos. Seus pensamentos eram diferentes dos meus, talvez ainda sejam. Mas ninguém é igual a ninguém. Ele encontrou coragem para revelar seus sentimentos para mim, e o que eu fiz? Ele disse que se sentiu como um idiota, como o pior ser humano do mundo, e ninguém deveria se sentir assim. E tudo que fiz foi intensificar esse sentimento.

Grito, porque preciso libertar a sensação ruim que me consome. Não me importo se alguém vier bater à minha porta. Meu corpo treme, e não é de frio. Termino de tomar banho e visto um pijama. Preciso tirar um cochilo. Preciso descansar o corpo e a mente. Preciso me desligar desse mundo por um instante.

Deito-me na cama, olhando para o teto. Meus olhos pesam, mas minha mente não para de me fazer pensar e pensar e pensar. As lágrimas escorrem. Pergunto-me como ainda consigo chorar. Viro-me de lado e fecho os olhos, tentando não pensar em nada. Estou em um quarto branco. Não há nada para ver ou ouvir. Mas pensar nisso não me faz dormir. Mudo de posição.

O choro intenso e o cansaço me dominam não sei quantos minutos depois. Meus olhos pesam, e eu os fecho. Então, até que enfim, consigo adormecer.  

Um verão na minha vida [COMPLETO TEMPORARIAMENTE]जहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें