Capítulo 27

14 1 0
                                    

Derek e eu seguimos para a área da piscina, onde Chaz está com seus amigos. Observo-os na água, conversando e se divertindo. Exceto Zoe Black. Ela está do lado de fora, caminhando em direção ao lobby. Respiro fundo e digo para Derek que preciso conversar com Zoe rapidinho. Ele apenas assente com o cenho franzido, encarando-me. Não me dou ao trabalho de explicar o motivo.

Sigo atrás dela, gritando seu nome. Ela finge não me ouvir. Consigo alcançá-la, tocando em seu braço. Zoe se vira bruscamente na minha direção, cruzando os braços. Vejo seus olhos marejados.

– O que foi, Spencer?

Sinto uma pontada no peito ao vê-la assim, porque sei que a culpa é minha.

– Sinto muito, Zoe. Sinto muito, de verdade. Eu não queria... – minha voz falha. Ela passa as mãos nos olhos. – Só fiz uma pergunta para Chaz e, então...

– Eu confiei em você, Spencer – interrompe-me, suspirando. – Contei para você, achando que não fosse dizer para ninguém. Então, primeiro, você contou para Emily! Você ouviu quando pedi para que ela não contasse nem para o namorado... Por que será que você foi falar sobre isso com Chaz?

Mordo o lábio, pensando em uma maneira de respondê-la. Meu coração bate acelerado. Não faço ideia do que dizer, mas sei que preciso falar algo. Qualquer coisa.

– Eu precisava saber... se ele sentia o mesmo por você. Ciúmes, não sei – dou de ombros, esperando que me entenda.

– Por que você só consegue pensar em si? – dispara, gesticulando. – Desde que você e Chaz se desentenderam, eu tentei ajudar... aos dois. Você não era nem minha amiga, mas me importei em ajudá-la. Pensei que você fosse fazer o mesmo por mim, mas parece que me enganei.

– Zoe...

Ela balança a cabeça em negativa e me dá as costas. Continua a andar. Vou atrás dela, apesar de saber que não há muito que eu possa fazer. Não mais do que já fiz. Me sinto péssima. Como pude fazer aquilo com ela? Zoe realmente só tentou me ajudar. Ela não me julgou. Ela me contou sobre sua vida, sobre momentos que ela, provavelmente, não costumava compartilhar com todo mundo.

E o que eu fiz?

– Eu realmente sinto muito – insisto com os olhos marejados, parando à sua frente, nós duas ao lado do elevador. – Não deixe de aproveitar o momento com seus amigos por minha causa. Chaz não acredita que você gosta dele... Tudo pode voltar ao normal. Nada vai se modificar.

– É aí que você se engana, Spencer – retruca, cruzando os braços. – Talvez as coisas não voltem ao normal. Já percebi que Chaz está olhando para mim de maneira diferente. Ele está me observando, talvez tentando ter certeza de que não sinto nada por ele. Vai ser muito mais difícil fingir agora, mas... preciso fazer isso. Preciso da amizade dele.

– E por que vocês não podem ser mais do que amigos? – pergunto, e não sei por que faço isso. Eu gosto de Chaz, então, por que estou encorajando Zoe a admitir o que sente por ele? – Chaz pode muito bem passar a gostar de você... mais do que como uma amiga. Não acha?

Zoe revira os olhos, dando uma breve risada.

– Por que você não consegue entender, Spencer? Ele não sente nada por mim. Não há nada que eu possa fazer, então, prefiro fingir que não sinto nada a perder a amizade dele. Por favor, pare de insistir nisso...

Ergo as mãos em forma de rendição. Não vai adiantar discutir com ela. Zoe já tem isso na cabeça há anos, então, será bem mais difícil fazê-la mudar de ideia. Se ela não quer se arriscar, não há nada que eu possa fazer.

– Tudo bem – digo, olhando para ela. – Não vou insistir mais. Só... Bem... eu realmente sinto muito. Você precisa entender que não fiz por mal. Eu não queria machucá-la, nem destruir sua amizade. Acredite em mim. E você não deveria ficar longe dos seus amigos por causa disso. Não deixe que uma ação estúpida minha interfira nas suas férias.

Um verão na minha vida [COMPLETO TEMPORARIAMENTE]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora