Capítulo 31

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– Vou pegar água para você – digo com a mão no ombro de Mark.

Ele assente com a cabeça. Não está mais chorando, mas seus olhos estão muito vermelhos e inchados. Levanto-me da areia e sigo para o bar da área da piscina. Nesse caminho, algo me chama atenção. Ou alguém. Zoe Black e Chaz Houston. Os dois estão sentados, um na frente do outro, cada um em uma cadeira de bronzear. Mas isso não faz com que eles estejam distantes um do outro, pelo contrário.

Suas pernas estão muito próximas, assim como seus rostos. A cabeça de Zoe está apoiada no ombro de Chaz, praticamente grudada na cabeça dele de tão próxima, o corpo dele inclinado na direção do dela. Talvez ela esteja chorando. Os olhos de Chaz estão fechados, mas ele não demora a abri-los. Quando me encontra ali, parada, observando-os, sinto minhas bochechas corarem. Tento disfarçar, mas sei que de nada adiantará.

Ele percebe que há algo de errado comigo. Percebe que estive chorando, só não sabe o motivo. De repente, seus olhos se arregalam, e talvez ele pense que estou assim por sua causa, pelo que aconteceu. Percebo que faz menção em se levantar. Sorrio e balanço a cabeça antes que Zoe perceba o que está acontecendo. Tranquilizo-o com o olhar.

Estou bem – penso e movo os lábios.

Ele aquiesce com a cabeça. Sigo na direção do bar. Peço uma garrafa de água e assino a notinha. Volto para a praia, sentando-me ao lado de Mark e entregando a garrafa para ele, que agradece. Observo-o tomar longos goles e, então, vejo Zoe Black de pé na escadinha. Ela aponta para Derek.

Meu amigo me encara. Indico a garota com a cabeça. Ele se vira e olha para ela, soltando uma exclamação. Percebo que ele vai se levantar, mas se detém. Não quer deixar Mark.

Com um olhar que apenas meu melhor amigo entende, digo para ele não se preocupar. Cuidarei de Mark. Ele assente e coloca a mão no ombro do amigo. Mark o encara.

– Sinto muito ter que ir assim, mas... – Derek começa a dizer, apontando para Zoe.

– Tudo bem – interrompe-o Mark com um sorriso. – Pode ir. Estou em boas mãos – sua mão aperta a minha sobre a areia. Sinto minhas bochechas corarem. Derek se levanta e se vira, mas não chega a dar nenhum passo antes de Mark o chamar. Os dois se entreolham. – Obrigado, cara. Por tudo.

Derek sorri.

– É para isso que os amigos servem. Pode contar comigo... sempre.

– Espero que saiba que também pode contar comigo – diz Mark com um sorriso.

– Pode acreditar, eu sei.

Mark assente e toma um gole de água. Derek vai ao encontro de Zoe. Viro-me para as ondas e respiro fundo; a mão de Mark ainda apertando a minha. Não a movo. Gosto do seu toque.

– Sinto muito por... – começo a dizer. Minha voz falha. Mark me encara com as sobrancelhas arqueadas. Fecho os olhos por um breve momento e respiro fundo, antes de encará-lo. – Sinto muito por não ajudá-lo da maneira que você merece. Derek é melhor com as palavras e ações do que eu.

Mark dá uma breve risada.

– Não acredito que você está se desculpando por isso, Spencer – retruca, meneando a cabeça em negativa. O sol já se foi. Estamos sob a luz das estrelas. Ele respira fundo, ficando sério. – Você não precisa se desculpar por isso. Você fez bem mais do que imagina – aperta minha mão. Meu coração acelera. Sei que não é momento para isso, mas não consigo controlar. – Você não ter dito nada, ou quase nada, não significa que não me ajudou de alguma forma.

Sorrio, erguendo uma sobrancelha.

– Não?

– Você não precisa dizer algo para ajudar alguém, Spencer. Não necessariamente. A sua companhia já é o suficiente. Isso demonstra que você se importa comigo. Você tem seus problemas, você estava prestes a ir embora daqui para fugir deles, mas desistiu disso para me ajudar. Eu disse que precisava de você, e você não me abandonou, e isso é o que mais importa para mim.

Um verão na minha vida [COMPLETO TEMPORARIAMENTE]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora