CAPÍTULO CINQUENTA E TRÊS

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As mãos de Remus se fecharam convulsivamente no colo, alertando Aurora sobre o nervosismo invadindo o corpo do marido ao ouvir o nome do lobisomem que havia infectado ele durante a infância. A mulher também notou o incômodo em Louis, ouvindo a conversa enquanto se sentava ao lado de Hermione Granger.

— Fenrir Greyback talvez seja o lobisomem mais selvagem que existe hoje. – Remus engasgou — O objetivo dele é contaminar o maior número possível de pessoas, principalmente as crianças.

— Voldemort está prometendo vítimas como pagamento por seus serviços. – Aurora acrescentou, receosa.

— Ele ameaça lançar o lobisomem contra os filhos dos bruxos e gera pânico. E isso tem gerado bons resultados para o outro lado.

Remus fez uma pausa, e então continuou com a explicação sobre a influência do lobisomem no atual momento vivido no mundo bruxo.

— Foi ele quem me mordeu.

— O quê? – exclamou Harry, perplexo.

— Eu era criança quando meu pai ofendeu ele no Ministério da Magia. Ele me atacou em casa. Eu achava que era por conta da falta de controle, mas ele não é assim, ataca as pessoas por bem entender.

— Foi assim comigo também – Louis comentou e mordeu o lábio inferior.

Aurora sentiu a culpa irradiando as suas entranhas. Ela evitou o contato visual com o sobrinho, e por mais que soubesse que Louis detestava vê-la se culpando pelo acontecimento, uma parte dela ainda se culpava de forma indireta.

— Ele queria se vingar de mim. – a mulher colocou uma mecha do cabelo loiro atrás da orelha — Não sei como ele soube que eu e Remus tivemos uma criança, mas ele foi atrás dela. – Aurora olhou em direção à Hope — E acabou machucando Louis.

Hope abaixou a cabeça, desviando o olhar de todas as pessoas reunidas na sala de estar da Toca. A jovem sentiu a mão de George entrelaçando com os seus dedos e deu um sorriso mínimo.

— Mas a culpa não foi dela. – Louis apontou para Aurora, interrompendo o silêncio. Em seguida, ele olhou para Remus — E nem do seu pai.

— É verdade. – Hope completou — Ele faz isso justamente para que outras pessoas se sintam culpadas em seu lugar. E, não tem problema ser como vocês dois.

— Vocês são normais, só têm um pequeno problema. – Harry exclamou com veemência — Mas são pessoas normais.

Remus caiu na gargalhada, aceitando um copo de gemada das mãos de Arthur Weasley. Ele agradeceu com um aceno de cabeça, e pareceu um pouco mais alegre e confortado em relação ao assunto da conversa.

— Você me lembra muito o James. Quando as pessoas ficavam por perto, ele dizia que eu tinha um probleminha peludo. – Remus deu um sorriso e encarou Aurora — Muita gente pensava que eu tinha um coelho malcomportado.

Aurora conseguiu ler a mente de Harry, mas nem era necessário por conta da reação nítida em seu rosto. O sorriso misturado a uma onda de excitação mostrava como ele reagia a uma menção de James.

A música alta na televisão ecoou por toda a residência, interrompendo as conversas alheias. A expressão facial da senhora Weasley ao ouvir a cantoria na sala de sua casa fez com que a maioria dos reunidos ali subissem para os seus quartos.

Devido a uma leve indisposição juntamente a um pesadelo terrível, envolvendo a filha de dezenove anos, Aurora acordou assustada durante a madrugada. Ela sentou-se na cama, cuidadosamente para não acordar o marido ao seu lado, que roncava e dormia bem, e olhou ao seu redor.

COURAGE - REMUS LUPINWhere stories live. Discover now