CAPÍTULO VINTE E UM

14.1K 1.7K 1.1K
                                    

Como um piscar de olhos, o mês de novembro passou despercebido pelos alunos em Hogwarts e o mês de dezembro alegrou a escola com os seus enfeites decorativos de Natal.

Por outro lado, Aurora não estava nem um pouco animada com a comemoração do mês, as notícias no mundo bruxo ficavam pior a cada dia e vários ataques foram registrados contra trouxas e a comunidade bruxa, a garota preferia se isolar na sala comunal para estudar do que socializar com as pessoas por toda a escola, procurando se esconder dos acontecimentos. Infelizmente, ela não conseguia se esconder durante as aulas.

— Senhorita Waterhouse, espero que você esteja nos acompanhando. – a professora de Adivinhação encarou a sua aluna da Grifinória. Aurora demorou algum tempo para se dar conta de que a professora estava falando com ela.

— Eu estou acompanhando.

— Ótimo. Então, você poderia nos dizer o porquê de ainda não ter escolhido a sua dupla para a aula de hoje?

— Perdão. – Aurora gaguejou e olhou para Dorcas. Ela empurrou a sua cadeira até a outra garota e se sentou ao lado dela. A sua amiga estava com um ar preocupado em seu rosto — Oi.

— Você some por dias e vem me dizendo um oi? – a garota de cabelos marrons deu risada — Aurora, você está muito estranha. Todo mundo está achando isso.

— É só um pouco de cansaço. Nada demais.

— Você deveria procurar a Madame Pomfrey. Ela deve saber de um remédio para exaustão de bruxos que não param de estudar nem por um segundo.

— Eu não estudo muito. – Aurora revirou os seus olhos — Você disse que todo mundo está achando que eu estou estranha?

— Isso.

— Todo mundo quem?

— Eu, Lily, Marlene, James, Sirius, Peter, o seu namorado, o seu irmão. Todo mundo. Você ultrapassou o seu namorado em relação aos estudos. – Dorcas riu e estalou os dedos na frente do rosto de Aurora — O que foi? Você esqueceu que tinha um namorado?

— Não. Eu acabo de lembrar de uma coisa.

Aurora havia se lembrado da licantropia de Remus e ficou preocupada ao olhar para os lados e ver o garoto com cicatrizes frescas no rosto. Remus lançou um olhar rápido em direção de Aurora mas voltou a sua concentração para os livros de Adivinhação.

— O quê?

— Uhm? – Aurora encarou a sua melhor amiga.

— Santa lerdeza. – Dorcas balançou a sua cabeça para os lados — Você se perdeu nos olhos do fabuloso Remus Lupin?

— Cala a boca.

— Eu perguntei sobre o que você tinha se lembrado e você nem me respondeu.

— Não era nada demais.

— Você também está me escondendo as coisas.

— Presta atenção na matéria. – Aurora apontou para o livro.

A sineta tocou e Aurora arrumou os seus pertences em três minutos. Era o seu tempo livre. Dorcas se despediu de Waterhouse e se dirigiu para a sua próxima aula de Estudo dos Trouxas. Aurora se levantou de sua mesa e foi surpreendida por Remus Lupin.

— Oi.

— Oi. – Remus deu um sorriso fraco. O seu rosto estampava cansaço e desgaste mental e físico.

– Você deveria estar na enfermaria. – Aurora usou a sua legilimência. Remus apenas precisava de um abraço e Aurora realizou o seu desejo. O abraço quente e aconchegante durou alguns minutos.

— Obrigado.

— Não precisa agradecer. – Aurora sorriu e colocou a sua mão sobre uma cicatriz no rosto de seu namorado - Eu te amo. Me desculpe por não ter falado com você nos últimos dias. Você precisava de mim.

— Você não precisa se desculpar, Aurora.

— Eu queria te ajudar com as suas transformações.

— Não, eu não quero que você acabe se machucando por minha causa. – Remus alterou o seu tom de voz — Sem contar que James, Peter e Sirius já me ajudam muito. Você não precisa se preocupar comigo.

— Eu só queria tentar te ajudar.

— Eu agradeço, Aurora, mas é um pouco complicado. Você é incrível comigo e é o suficiente para mim. Eu não poderia ter uma namorada melhor do que você.

— Tudo bem. – ela abriu um sorriso tímido — Eu estou livre. Nós podemos passar um tempo juntos.

— Vai ser ótimo.

Os dois alunos saíram da sala de Adivinhação e Aurora segurou a mão de Remus para entrelaçar os seus dedos. Eles caminharam até a sala comunal da Grifinória e encontraram apenas Sirius segurando uma carta rasgada em sua mão.

— Vocês já estão se falando?

— Sim. Eu até consertei o nariz dele após ter quebrado naquele dia.

— Surpreendente. – Aurora deu um sorriso e se sentou ao lado de Sirius — O que aconteceu?

— Nada. – Sirius fungou o seu nariz e esfregou a sua mão em seus olhos.

— Você está chorando? – Aurora e Remus perguntaram em um coro. Aurora encarou a carta e arrancou ela das mãos de Sirius, vendo a assinatura de Walburga Black — Não gaste as suas lágrimas com alguém que não as mereça.

— Ela é a minha mãe.

— Infelizmente, mas nós podemos mudar essa situação. Você pode fingir que a sua mãe é outra pessoa e não a Walburga Black.

— Finja que a Aurora é a sua mãe.

Remus deu um sorriso forte e recebeu os olhares admirados e surpresos de Aurora e Sirius.

— O quê? Você seria uma ótima mãe.

— Eu não vou ser a mãe dele. - Aurora riu.

— Você pode fazer o papel de mãe para ele.

— Não mesmo.

— Você é esquisito. – Sirius ergueu a sua sobrancelha direita.

— Cala a boca. – Remus mandou — Cadê o James?

— Ele está com alguns problemas.

— Problemas? – Aurora estranhou, encurtando as sobrancelhas em uma linha fina. — O que você quer dizer com isso?

— Então, ele se transformou em um cervo lá em cima e os chifres ficaram presos na porta do dormitório.

— E você não fez nada para ajudar o seu amigo?

— Eu ri.

— Sirius Black! – Aurora soltou um grito e Remus deu uma risada sarcástica — Do que você está rindo, Aluado?

— Você agiu como a mãe dele.

— Você é irresponsável. – Aurora se levantou do sofá e apontou o seu dedo indicador para Sirius.

— Você continua a agir como a mãe dele.

— É mesmo? – ela riu — Se eu sou a mãe dele, você é o pai.

— Droga.

— Faz sentido, mãe. – Sirius deu um sorriso fraco.

COURAGE - REMUS LUPINWhere stories live. Discover now