CAPÍTULO CINCO

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— Potter! Lupin! Black! Pettigrew! Querem prestar atenção?

A voz irritada de Minerva McGonagall estalou como um chicote pela sala de Transfiguração, com as mesas afastadas para o fundo. A aula havia chegado ao fim mas a professora estava dando um recado importante sobre a próxima semana em Hogwarts.

— Com a gentileza de Potter, Lupin, Black e Pettigrew de fazer um minuto de silêncio, tenho um aviso para dar para vocês. – Minerva lançou um olhar de censura aos garotos — O baile de Natal está se aproximando. É a primeira vez em que realizamos ele em nossa escola e pode ser a última se vocês forem imaturos para o mesmo. – ela pigarreou, ainda observando os três garotos da Grifinória.

— Será que irão nos obrigar a dançar com garotos idiotas? – Dorcas caçoou ao lado de Aurora. As duas riram e receberam um olhar intimidador de Minerva.

— Aposto que não vou ser convidada por ninguém.

– É o que você pensa. — Marlene interrompeu a conversa e sorriu para Aurora.

— Bom, vocês terão de ir com trajes a rigor e em pares. – a professora explicou — Terão até o Natal para treinarem a dança. Juro pela honra da Grifinória que não os perdoarei se ficarem parecendo babuínos bobocas balbuciando em bando durante o baile.

Aurora olhava para Minerva com toda a atenção. Ela sentia que estava sendo observada por um grupo um pouco em sua frente. A garota lançou um olhar sorrateiro em direção aos quatro garotos, Sirius, Remus, James e Peter, e descobriu a face dos seus observadores. Sirius, James e Peter riam enquanto Remus tentava desviar o seu olhar de Aurora, que riu com a situação.

— Vocês vão convidar alguém? Ou vão esperar que eles convidem? – Marlene perguntou e apontou a sua cabeça em direção aos quatro garotos.

— Eu não vou com eles. – Aurora retrucou — Se eu quisesse passar vergonha, eu iria ao baile com uma melancia na cabeça. Aposto que Sirius nem sabe o que é uma dança de tão burro e idiota. Eu tomaria cuidado se fosse você, Marlene.

— Eu concordo com Aurora. – Dorcas riu.

— Ele não pode ser tão ruim.

— Ele é, Marlene.

— Calem a boca. A professora está falando conosco. – Lily cochichou ao nosso lado.

A sineta tocou e foram ouvidos ruídos dos alunos guardando o material nas mochilas e atirando as mesmas por cima de seus ombros. Aurora guardou todo o seu material em sua mochila e se aproximou lentamente de Remus. Ao olhar para o lado e ver a garota, ele deixou cair a sua mochila com os seus pertences no chão.

— Desculpa. Eu não queria te assustar. – Aurora se abaixou para ajudar Remus a pegar de volta os seus pertences — Você está bem? Anda um pouco quieto.

— É, eu sou assim, Aurora. – ele gaguejou e me encarou enquanto estávamos abaixados ao chão — Seus olhos.

— O quê? – Aurora sorriu.

— Estão brilhando. Quero dizer, eles são bonitos e brilhantes. – Remus gaguejou de novo — Desculpa, eu sou um idiota.

— Obrigada. – ela riu — Você não é um idiota. Ninguém nunca reparou em nada em mim.

Remus corou. Ele ficava assim frequentemente e Aurora já havia percebido há muito tempo. Os dois alunos saíram da sala de Transfiguração e conversaram sobre livros quando Remus decidiu interrompeu o assunto.

— Você vai ao baile? – perguntou para Aurora.

— Sim.

— Alguém já lhe convidou?

— Não.

— Seria um incômodo ir comigo? – ele coçou a sua nuca.

— Um incômodo? Não. – Aurora abriu um sorriso enorme — Eu adoraria ir com você.

— É sério? – ele sorriu — Vai ser uma honra lhe acompanhar, Aurora.

Aurora sentiu o seu rosto ardendo e passou as mãos em suas bochechas rosadas. Ela jurou ter ouvido o seu cérebro mandando ela parar de sorrir como uma criança. Talvez os meus poderes consigam se comunicar comigo, ela pensou e riu.

— Eu preciso ir. – Remus saiu pelas escadas e deu uma última olhada em direção de Aurora — Até logo.

— Até logo.

— Quem diria? Você sendo o primeiro de nós a convidar uma pessoa para o baile! – Sirius deu um soco leve no ombro de Remus — Quem é a sortuda?

— Aurora.

— Aurora? – Sirius, Peter e James perguntaram em coro. Os seus rostos pareciam assustados ao ouvir o nome da garota — Não é bom confraternizar com o inimigo.

— Francamente, eu acho que vocês são uns completos idiotas. – Remus se sentou ao lado dos amigos na mesa da Grifinória — Aurora é uma garota ótima. Ela é gentil, bonita e inteligente, assim como as garotas com quem vocês vivem saindo.

— Nós não saímos com ninguém.

– Marlene e Lily? – Remus assobiou ao dizer os nomes das garotas da Grifinória — Vocês deveriam me apoiar. Afinal, eu fui o primeiro de nós com coragem suficiente para chamar uma garota ao baile de Natal.

— Eu ainda não tive a oportunidade. – Sirius murmurou.

— Nem eu. – James retrucou.

— E muito menos eu. – Peter acrescentou como um apoio moral aos meninos.

— É claro. – Remus revirou os seus olhos e se lembrou de algo que abalou os seus pensamentos em Aurora e no baile de Natal — Vocês vão estar livres durante a noite, certo?

— Sim, nós sabemos que hoje é noite de Lua Cheia. Francamente, eu me tornei muito ocupado após ter virado um cão nas horas vagas.

— Ser um rato é complicado.

— A vida de um cervo também não é fácil.

— Vocês reclamam muito. – Remus suspirou — Nem sabem como é a vida de um lobisomem. – ele se levantou da mesa — Vejo vocês na Casa dos Gritos, Marotos.

COURAGE - REMUS LUPINWhere stories live. Discover now