CAPÍTULO QUARENTA E CINCO

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As folhas alaranjadas das árvores caíam suavemente do lado de fora da janela da casa, enquanto Remus e Hope brincavam sobre o tapete da sala de estar e Aurora lia as notícias do dia no Profeta Diário. O homem colocou as mãos para cobrir o rosto, enquanto Hope se levantou do chão para se esconder em algum lugar da sala de estar.

— Lá vou eu!

— É pra contar até dez, papai! – Hope bateu os pés no chão, dramaticamente.

— Tudo bem. – Remus soltou um suspiro e fechou os olhos novamente — Eu vou achar você de qualquer jeito!

— Não vai não.

Hope soltou uma risada mansa e correu para se esconder atrás de um armário. A mãe da criança se levantou rapidamente do sofá da sala de estar, correndo até o encontro da filha de três anos e pegando-a em seus braços.

— Mamãe, me deixa brincar! – ela se debateu nos braços de Aurora.

— É melhor você se esconder em outro lugar, meu amor. – Aurora cochichou — Aqui tem uma coisa que vai te deixar com medo.

— O que é, mamãe?

— Uma vassoura.

No primeiro aniversário da criança, James Potter havia mandado uma pequena vassoura de presente que levantava apenas sessenta centímetros do chão. O presente era ótimo até o momento em que a vassoura se descontrolou, fazendo com que Hope adquirisse um medo de altura e chorasse ao ver qualquer vassoura em sua frente.

— Joga fora.

Ela olhou para a mãe com uma expressão de súplica e Aurora deu uma risada fraca com a reação de sua filha e depositou um beijo na bochecha de Hope.

— É melhor se esconder ali.

A mulher apontou em direção à uma brecha próxima de uma cortina lilás. Ela colocou Hope no chão e a criança correu entre passos desleixados até o esconderijo secreto. Quando Remus terminou a contagem, ele lançou um olhar de desconfiança para Aurora, de volta ao sofá.

— Você ajudou ela. – Remus cerrou os olhos, enquanto segurava uma risada em seus lábios — Eu também vou querer a sua ajuda na hora de me esconder.

O homem lançou uma piscadela na direção de Aurora e ela o advertiu com um olhar de reprovação.

— Você é péssimo. – Aurora riu — Agora vá procurar a sua filha.

Ele soltou uma risada sarcástica e ouviu um barulho na direção do esconderijo de Hope. A menina juntou as suas pernas para tentar disfarçar, mas Remus a viu e caminhou lentamente até a cortina. Ele deu um sorriso de vitória e puxou o tecido com força para o lado, revelando Hope com as mãos no rosto.

— Eu estou invisível. – ela brincou — Você não pode me ver assim, papai.

— Puxa! – Remus exclamou, entrando na brincadeira ingênua de sua filha — Como a Hope não está aqui, eu acho que posso ficar com o chocolate que comprei só para mim.

— Chocolate? – Hope e Aurora disseram em uníssono.

— Eu quero! – Hope agarrou as pernas do homem — Por favor!

COURAGE - REMUS LUPINWhere stories live. Discover now