CAPÍTULO TRINTA E SEIS

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A manhã reluzia sobre o castelo da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts e os estudantes pareciam empolgados com o verão próximo no Salão Principal. A mesa da Grifinória estava agitada com as falas altas dos estudantes ao receberem as últimas cartas de suas famílias antes das férias, e Aurora observara todos os detalhes enquanto comia uma pequena torta de abóbora. Em alguns momentos, o olhar de Aurora encontrava o rosto cheio de cicatrizes de Remus e ela fingia não se importar com a sua recente transformação na última Lua Cheia.

— A Lua Cheia foi ontem. – ela concluiu em relação às cicatrizes — Por que não me avisou? Eu teria ido com vocês.

— Você está preocupada com ele.

— Eu só não gastei o meu tempo à toa me transformando em uma animaga. – Aurora negou a hipótese de Sirius. Ela engoliu o último pedaço da refeição e resolveu se distrair um pouco com um livro trouxa. Sirius a impediu de abrir o livro com a mão sobre a capa — Eu vou azarar você.

— Eu preciso conversar com você.

— Sobre? – indagou ela. Sem obter as respostas, a jovem leu a mente de Sirius — Eu suspeito sobre o que se trata a nossa conversa. – riu, olhando para Adhara Van Storm, uma garota da Sonserina ao lado de James.

— O quê? – Sirius soou em um tom alto.

Aurora deu um leve tapa no braço do garoto ao seu lado e encarou Adhara com atenção.

— Você não é fácil de se ler. – sorriu Aurora. Adhara entendeu a declaração e retribuiu com um sorriso.

— O meu tio me ensinou a manter todos fora daqui. – ela apontou em direção à cabeça dela.

— Isso é muito bom. – Aurora sorriu, animada — É isso que vocês, tapados, tem de aprender a fazer. – ela encarou James, Sirius, Remus e Peter.

— O quê? – Peter perguntou.

— Oclumência. – Remus disse, sem manter contato visual com Aurora. A garota de cabelos áureos o olhou de relance e deu um sorriso fraco.

— É bom mesmo. – Lily concordou.

A garota da Sonserina se despediu dos alunos na mesa da Grifinória, e Aurora e Sirius se levantaram para ir em direção à próxima aula no terceiro andar do colégio. Eles se sentaram em uma mesa com duas carteiras, e aguardaram a entrada da professora que ministraria a aula de Defesa Contra as Artes das Trevas.

— Dá para você calar a boca, Sirius?

A voz irritada de Aurora soou ao lado de Sirius que ria e conversava com James do outro lado da sala de Defesa Contra as Artes das Trevas. O adolescente de cabelos longos e negros encarou a sua melhor amiga e murmurou leves xingamentos por ter sido interrompido em uma conversa.

— Vocês são péssimos. – Aurora comentou, revirando os olhos e rabiscando o seu caderno com as anotações da lousa.

— É um assunto extremamente importante. – Sirius explicou e deu um sorriso astuto. A garota iniciou a leitura de sua mente — Eu sei que você está lendo a minha mente. Pode parar.

— Você sabe que as suas palavras não vão me impedir nem um pouco. – ela riu — Elas só aumentam a minha curiosidade.

— Eu te conto sobre o assunto quando saírmos da aula.

Os estudantes voltaram às suas atenções na aula sobre as Maldições Imperdoáveis. A professora fez uma explicação prática sobre os efeitos dos feitiços e pediu para os alunos da Grifinória e Sonserina redigirem um texto em pergaminho sobre elas até o término da aula.

— Você deve fazer o melhor texto da classe, Waterhouse, ainda mais se falar sobre a maldição da dor.

A jovem de cabelos louros virou-se para as carteiras atrás do seu corpo, e notou a presença de Severus Snape ao lado de um colega da Sonserina. Eles riram ao notar a expressão atordoada no rosto de Aurora e ela voltou a realizar o texto com os pensamentos nos momentos em que fora vítima da maldição Cruciatus. Por outro lado, Sirius se irritou com a atitude de Severus e apontou discretamente a sua varinha na direção do rosto do sonserino.

— Se contarmos a sua aproximação com as Trevas, eu apostaria que o seu texto entraria em destaque, Ranhoso. – ele argumentou — É melhor calar a boca ao invés de falar dos meus amigos.

— Sirius.

— Não, Aurora, ele vai ouvir. – o garoto não deu a mínima e continuou o seu sermão sem se importar com a presença da professora.

— Deixa quieto.

— Pelo contrário, você vai se arrepender de ter nascido. – Sirius abaixou a sua varinha devido ao pedido de Aurora e voltou a olhar para o pergaminho com o texto terminado — Eu odeio ele.

— Por hoje vocês estão dispensados!

A jovem Waterhouse e os outros estudantes da Grifinória saíram juntos da aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, e Sirius se colocou em uma posição de preocupação diante ao fato ocorrido com Severus Snape. A jovem fingiu não se importar com a declaração do garoto da Sonserina, mas ela se sentiu levemente afetada com a recordação da tortura causada por Bellatrix Lestrange.

— Eu estou bem. – ela encarou Sirius ao arrumar um livro marrom na mochila — Ele não é o único a me encher a paciência com essa história da maldição.

— Idiotas. – James murmurou.

— Você disse que ele não é o único, Aurora. – Remus comentou com receio da reação da artilheira da Grifinória — É sério?

— Sim.

— As pessoas realmente não têm mais nada a fazer de útil na vida. – ele resmungou.

Os alunos da Grifinória continuaram conversando sobre assuntos aleatórios até chegarem no salão comunal para arrumarem os seus pertences e ir em direção ao Expresso de Hogwarts. Em questão de minutos, Aurora desceu as escadas com a sua mala com as suas iniciais e a sua vassoura de Quadribol em mãos.

— Eu estou feliz pelas férias.

— Quem é você e o que fez com Aurora Waterhouse? – Sirius perguntou, desacreditado das palavras de sua amiga — Você está realmente muito estranha.

— Você sabe por que eu estou animada com a ideia de voltar para a casa. – ela olhou para Remus conversando com Edward sobre Quadribol — Eu precisava conversar com Remus.

— Vocês podem se encontrar durante as férias. Nós poderíamos fazer um piquenique com os Marotos e as meninas.

— Eu aprovo. – Aurora embarcou no trem junto à Sirius e olhou atentamente para Adhara Storm entrando em uma cabine com as suas amigas — Almofadinhas.

— Diga.

— O que você acha da Adhara? – ela perguntou com um sorriso infantil.

— Quem? – Sirius gaguejou — Ela é simpática, apesar de não ter conversado muito comigo. Eu a encontrei na Torre de Astronomia e nós ficamos conversando. Por que a pergunta?

— Curiosidade. – ela leu a mente de Sirius em busca de informações — Eu jamais pensei em dizer isso para você, mas deveria investir nela.

— Você está muito estranha mesmo. – Sirius ressaltou com uma expressão curiosa em seu rosto — O que deu em você?

— Apenas uma intuição.

COURAGE - REMUS LUPINWhere stories live. Discover now