CAPÍTULO QUARENTA E OITO

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O som da campainha ecoou nos imensos corredores, o que era uma deixa para o quadro da mãe de Sirius começar a berrar xingamentos para os membros da associação. Aurora e Molly caminharam até a porta para abrir e se depararam com um homem alto, com os cabelos loiros molhados e cicatrizes frescas nas têmporas.

— Edward? – Aurora reconheceu o seu irmão. Ele estava abalado e fraco, procurando forças para se recompor de alguma atividade — Pelas barbas de Merlim.

— O que aconteceu com você? – Molly perguntou.

— Uma emboscada. – ele disse com a voz rouca.

— Fale a verdade. – Aurora encarou o irmão com desconfiança — Você foi atrás dela de novo?

Molly encarou a mulher com um ar de confusão estampado em seu rosto. A irmã mais velha estava se referindo à Catherine Deshayes, uma antiga paixão de seu irmão que fugiu e se voltou para o lado dos Comensais da Morte. Desde o desaparecimento da mulher, ele insistia em procurá-la e nada e nem ninguém faria o jovem desistir.

— Não. – ele mentiu, fechando os olhos.

Algumas lágrimas rolaram por suas bochechas manchadas por sangue fresco.

— Eu fui, Aurora.

— Molly. – Aurora olhou para ela e deu um sorriso fraco — Você pode nos deixar sozinhos por um minuto?

— É claro.

A mulher caminhou até as escadas e deixou eles sozinhos para uma conversa. Aurora guiou o seu irmão até uma das imensas salas da residência e inclinou a sua cabeça para o sofá, mandando o homem se sentar. Ele choramingou em um tom baixo e apertou as mãos com força.

— Por que está se arriscando assim por ela?

— Eu prometi a ela.

— Escute bem. – Aurora soltou um suspiro — Você não pode ficar se arriscando dessa maneira. E se acontecer algo? O que seria de Louis sem você?

— Eu preciso, Aurora! – ele exclamou, nervoso — Imagine se a única pessoa que você já amou verdadeiramente precisasse da sua ajuda. O que você faria no meu lugar?

Houve um silêncio terrível entre os irmãos.

— Pode me julgar à vontade. – ele engoliu seco — Eu sei que todos pensam que ela é uma pessoa ruim, mas não é. Eu a conheci de verdade. Ela se voltou ao outro lado por conta da família maluca.

Aurora hesitou, mas esperou o seu irmão continuar as explicações sobre a mulher.

— Eu insisti de todas as maneiras para que ela não fizesse isso. – as mãos de Edward tremiam — Ela tinha medo de fugir e acontecer algo comigo. Ela é uma pessoa boa a quem aconteceram coisas ruins, assim como todos nós.

— Como você tem tanta certeza de que ela está viva?

— Eu mandei uma carta. – ele vasculhou os bolsos do casaco e mostrou um pergaminho encharcado para Aurora — A coruja me trouxe de volta a carta e um colar que eu havia dado para ela.

— Isso não prova nada.

— Aurora, a carta dizia para responder se algo ruim estava acontecendo com ela, usando algum símbolo da nossa relação. – ele passou as mãos trêmulas no cabelo loiro — Eu não posso mais viver sem ela.

COURAGE - REMUS LUPINWhere stories live. Discover now