CAPÍTULO 30 - Trauma

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Nunca me sentir tão agoniado antes como estou me sentindo agora. Minhas mãos estão trêmulas e percebo que não vou conseguir segurar uma arma direito. Já passei por missões semelhantes, já me envolvi até em tiroteios e já fui baleado. Mas nunca tive tanto medo antes. Não me sentia assim outras Missões. Essa não é uma simples missão, essa missão é o resgate de Camila. E envolve o amor da minha vida, então acho que é perfeitamente normal eu me senti assim.

Não consigo ter um controle sobre meu próprio corpo quando a minha mente está totalmente bagunçada. Não consigo raciocinar ou pensar direito, quando lembro que Camila está mercê de bandidos criminosos fico desesperado.

Rapidamente as viaturas cercam o local e tenho certeza que o som da sirene e as luzes chamaram a atenção deles. O medo domina minha mente e meu corpo, sinto que a qualquer momento entrarão em colapso. Quanto mais o carro se aproxima, mais o meu corpo treme inteiro por dentro.

— Vai ficar tudo bem cara – Márcio fala assim que para a viatura a poucos metros de distância do barraco.

Tudo dentro do maldito barraco parece perfeitamente calmo, o que me causa um desespero. Pois o informante pode ter nos enganado e ter dado o endereço errado. A viatura do delegado Márcio é a primeira a parar. Ele saí do carro já tirando a arma do coldre e fica em posição, tomando a frente da operação. Major Júlia fica ao seu lado também recebendo ordens dele.

Ele me deu uma ordem para que não saísse de dentro do carro, mas é claro que não obedeci. Assim que ele saí, também pulo para fora do carro e fico atrás dele como uma sombra. Antes que pudéssemos nos aproximar um homem saí do pequeno barraco, rendido com as mãos para cima. Ele se entregou sem lutar, mas não vejo nenhum sinal de Camila ou Bianca.

Eu reconheço o desgraçado imediatamente. É Carlão, o covarde que ameaçou a vida de Camila diversas vezes e que a maltratou também. Sinto o ódio governar meu corpo quando recordo de todas as barbaridades que Carlão já fez com Camila. E sinto mais furor ainda ao relembrar que a mãe de Camila disse que ele a levou de lá arrastada pelos cabelos.

— Cadê a garota? – Márcio Pergunta agarrando Carlão pela camisa e empurrando-o com o cano da arma. Quando Carlão tomba, Márcio vira ele de costas e algema seus pulsos.

— Está lá dentro com Bianca – Responde brando. Márcio lhe dá um soco na boca do estômago com força e Carlão solta um grunhindo rouco.

Carlão caí de joelho no chão com dor e se encolhendo sobre o corpo. Olho para a cara do delegado Márcio e fico aliviado por ele ter feito isso, senão eu mesmo faria. Um dos policiais presentes, toma Carlão pelo braço e o leva até o camburão de uma das viaturas.

Quando tenho conhecimento de que Camila está sozinha com Bianca dentro do barraco, avanço para invadir o lugar sem pensar duas vezes, mas sou impedido de entrar. Marcio nota meu avanço e coloca o braço na frente do meu corpo bloqueando minha passagem.

— Pensei que tivesse mandado você ficar dentro do carro – Márcio diz ríspido.

— Achou mesmo que ia ficar lá sentado só olhando? – Retruco.

— É claro que não. Mas quero fique atrás de mim – Obedeço e vejo cerca de quinze polícias atrás da gente só esperando a ordem do Delegado Márcio para poderem agir.

De repente o som de um tiro sendo disparado nos assusta. Meu coração acelera de novo e o desespero toma conta de mim. Quero correr e abrir aquela maldita porta mas Márcio não deixa que eu tome sua frente.

— Polícia! abra a porta – Márcio grita antes de invadir o local.

Impaciente e receoso, com medo de que bala tenha sido disparada contra Camila, perco totalmente meu controle e tomo a frente. Márcio tenta me impedi mas uso toda a força do meu corpo e esbarro com ele passando por seu braço. Me aproximo da porta e chuto a mesma com força e ela se abre estrondosamente quase  caindo ao chão.

Meu tenente Gregório! (Em Revisão)Where stories live. Discover now