Capítulo 19 - Mary Alice Brandon Cullen

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Nasci em Biloxi, Mississipi no ano de 1901. Vivia com meus pais e irmã - Cynthia, nove anos mais nova - em uma casa de classe média.

Meu pai era joalheiro e comercializava pérolas, - que comprava de mergulhadores locais e levava para o continente - assim, lucrava mais, vendendo-as longe do litoral.

O trabalho, o mantinha longe da família por dias a fio. Nossa mãe, cuidava da casa e do pomar da propriedade, além de cuidar de mim e de Cynthia.

Minha irmã e eu, nos considerávamos melhores amigas, apesar da diferença na idade.

Sempre possui o dom da vidência quando menina, mas as premiações eram bem menos intensas, se comparadas com as de agora. Eram mais como sensações ao invés de visões.

No início, nossos pais achavam aquilo divertido. Alice sempre acerta, diziam toda vez que eu - com apenas cinco anos - vestia capa de chuva, apesar de o céu estar completamente azul. - mais tarde é claro, chovia. Ou quando anunciava a chegada de minha avó - paterna. Eles sempre riam, e colocavam mais um prato na mesa.

Conforme os anos foram passando, comecei a hesitar mais em compartilhar minhas previsões. Odiava parecer ridícula quando errava. - Prever o tempo era o que eu fazia com mais facilidade, porque isso não envolvia pessoas e suas decisões que poderiam mudar a qualquer momento.

Aos dez anos, raramente contava o que previa, pois, as coisas que falava se confirmavam com tanta frequência, que começaram a surgir vários comentários. - Alice, a filha esquisita dos Brandon.

Raramente era convidada para as festas de aniversário de outras crianças ou qualquer outro tipo de comemoração.

Foi então que minha mãe, que me amava profundamente, me aconselhou a guardar segredo absoluto sobre minhas previsões.

Quando completei dezoito anos, já havia aprendido a ignorar meu dom na maior parte do tempo, mas, às vezes, sentia-me compelida a falar. - Mais quando falava, nem sempre era bem recebida. - Como quando preveni a uma amiga, de que não se casasse com um determinado homem. - Claro, o aviso foi ignorado, e mais tarde veio a tona que a família dele tinha um histórico de insanidade.

Mais ao invés de culpar o seu marido - por não ter contato - ou a si mesma, - por não ter me escutado - ela começou a dizer às pessoas que eu a tinha amaldiçoado.

Houve uma vez também que um de meus primos preferidos, planejava tentar a sorte no Oeste, implorei desesperadamente para que ele não fosse. - Augustos morreu em um acidente na estrada, e seus pais, - meus tios - me culparam por te agourado sua viagem.

Então, com passar do tempo, as pessoas começaram a usar palavras como bruxa ou feiticeira ao se referirem a mim.

Foi nessa época então, que tive a visão mais aterrorizante de minha vida: vi minha mãe sendo assassinada por um estranho, na floresta, no caminho para cidade.

Corri imediatamente e contei a minha mãe, que me escutou. Ela permaneceu vários dias em casa comigo e minha irmã de portas trancadas e com uma pistola carregada. O nosso pai voltou de viagem dias depois, e encontrou a casa suja, nós três, apavoradas e nenhuma comida na casa.

Por insistência de minha mãe, ele vasculhou a floresta perto da estrada, mas não encontrou nada. Então zangado com as malditas histórias de minhas visões, me proibiu de causar pânico novamente.

Passei então a ser assombrada por diversas, vezes, por flashes do estranho, no qual ele sempre perseguia a minha mãe. Onde então resolvi contar a meus pais, meu pai ficou furioso com a minha história. Ele insistiu em manter a rotina normal da família. Mas como ele estava sempre fora, na sua ausência, minha mãe fazia o possível para catar os meus avisos desesperados.

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