— Gege, você sabe brincar de luta de cultivadores? — Wei SiZhui pergunta após ficar mais um tempo remexendo em seus dedos, passando por cima da vergonha.

Lan WangJi olha para Wei WuXian em busca de permissão – ou de ajuda, ele não sabe exatamente. A situação toda é extremamente nova para WangJi.

Além de sua própria infância, ele nunca teve muito contato com crianças, praticamente sempre tendo convivido com adultos. E quando havia alguma criança por perto, elas nunca o achavam amigável o bastante para irem brincar com ele. Wei SiZhui parece ser uma exceção e WangJi está disposto a fazer o possível para agradá-lo. Mesmo que tenha acabado de conhecê-lo, um sentimento de cuidado surge no peito do homem.

Wei WuXian, em resposta, apenas o lança um sorriso reconfortante. É o suficiente.

— Não sei, mas acho que SiZhui pode me ensinar. — Lan WangJi responde.

A expressão de felicidade no rosto de Wei SiZhui quando ouve a resposta do mais velho é algo que Lan WangJi não esperava, mas que o faz muito bem. E ele decide nesse momento que faria de tudo para ver e manter aquele menino e Wei WuXian sorrindo.

Wei SiZhui assente rapidamente e volta sua atenção para a sacola de pano que havia deixado no chão, logo pegando duas espadas coloridas de brinquedo. Ele entrega uma para Lan WangJi e fica com uma para si. Wei WuXian observa tudo calado, mas WangJi consegue ver o pequeno sorriso no rosto do rapaz e os seus olhos brilhantes.

— Eu vou preparar algo para comermos. Você vai ficar para o jantar, não é, Lan Zhan? — Wei WuXian pergunta e se levanta de repente tentando esconder o rosto enquanto o limpa com uma das mãos, como se estivesse chorando. Lan WangJi franze as sobrancelhas ao ver aquilo, mas decide não falar sobre isso vendo que o rapaz havia provavelmente sentido muitas coisas ao mesmo tempo assim como ele próprio. WangJi assente para ele, que sorri fraco e sai da sala de estar.

Lan WangJi ouve atentamente enquanto Wei SiZhui explica os seus golpes com a espada de brinquedo. O menino também explica o que a sua professora havia o ensinado sobre os ancestrais cultivadores da China. E WangJi confirma mais uma vez o quão precioso e inteligente aquele garoto é.

Alguns bons quinze minutos se passam até que Wei WuXian volta à sala de estar chamando os dois e dizendo que havia esquentado a macarronada do almoço. Lan WangJi se pergunta se o rapaz ainda era viciado em pimenta como nos velhos tempos.

Os três caminham juntos para a sala de jantar. Lan WangJi não consegue evitar que seu olhar percorra pela grandeza daquela casa e Wei WuXian percebe isso.

— Eu sei o que você está pensando. Por que uma casa tão grande, certo? — Wei WuXian fala e Lan WangJi se sente levemente envergonhado – e estranhamente satisfeito – por ter seus pensamentos revelados de forma tão fácil para o outro rapaz. Apesar disso, ele assente.

Wei WuXian sorri para si mesmo enquanto se aproxima da mesa posta com talheres e pratos, em seguida puxando uma das cadeiras para que Wei SiZhui se sente. Ele gesticula para que Lan WangJi se sente também, logo depois fazendo o mesmo.

— Pode culpar Jiang FengMian por isso. Papai tinha muitos terrenos para seus negócios, mas reservou três, um para cada filho. Essa casa estava em um deles. — Ele explica e Lan WangJi assente, mesmo ainda não entendendo completamente a razão para Jiang FengMian ter dado a filho uma casa tão grande, onde ele moraria sozinho.

Um curto silêncio se instala novamente entre os três indivíduos sentados sobre a mesa enquanto Wei WuXian usa um pegador de macarrão para colocar a comida no prato de Wei SiZhui, que agradece e começa a comer de forma adorável. Suas bochechas ficam ainda mais fofinhas e, dessa vez, Lan WangJi não se controla, esticando seu braço para apertá-las com sua mão, recebendo um sorriso envergonhado do menino.

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