MIL DIAS COM ELA🌻Livro Físico EditoraLittera

Capítulo 47

Melissa Monttanri

Aquele dia em que Erick foi jogado na porta de sua casa quase morto, jamais sairá da minha memória.

Os médicos dizem, que certamente seus agressores acreditaram tê-lo matado, mas felizmente Erick, sobreviveu. Foram dias no hospital, ele teve uma costela quebrada, mas felizmente não perfurou nenhum órgão. 

Tenho me esforçado para estar bem, mas a cada dia que passa me sinto mais fraca. Minhas pernas doem horrores e quando preciso me locomover uso um apoio. Certamente estou perdendo os movimentos das pernas e  sei que quanto mais o bebê cresce, mais peso vou sentir e mais difícil vai ser. As emoções dos últimos meses me abalaram bastante, por causa disso Dr. Franklim decidiu que eu deveria ficar em repouso total e me cuidar, por isso estou praticamente morando na casa de Erick. Dona Joana tem ajudado bastante, e as vezes Maria também fica com a gente.

Desde que Erick se recuperou, insistiu que nosso bebê era um menino, disse que teve uma visão em que eu segurava um garotinho no colo, logo quando foi ferido, e acreditem, ele acertou. Fizemos a ultrassom na semana passada. Então decidimos que nosso filho se chamará, Lucca. Que significa "Aquele que traz a luz."

Erick Siqueira

Melissa não voltou mais para sua casa no Sul. Passa os dias e as noites aqui cuidando de mim quando ela não está mal. Confesso que tenho me preocupado, ela anda cansada e quase não consegue se levantar sozinha. Há momentos em que disfarça para que não percebamos que está com dor. É doloroso ver a mulher que eu amo sofrendo assim. Dr. Franklim teve uma conversa dura comigo, me explicou que as coisas vão piorar por causa do tratamento. Felizmente me recuperei bem nesses três meses, ter Melissa ao meu lado facilitou o processo, além de que, ter seu perdão e voltarmos a ser um casal era tudo que eu precisava.

Trevor foi preso felizmente. Enquanto eu me recuperava ele atentou contra a vida de Bernardo, mas seu plano não deu certo. Agora ele também pagará pela tentativa de homicídio contra mim.

Chego da faculdade e ando pela casa procurando por Melissa, a vejo no lugar que mais gosta, o quarto de Lucca, que agora está prontinho e  tem uma plaquinha com o nome dele na porta. A ultrassonografia confirmou que será o nosso menino. 

Mamãe me disse que ela vomitou bastante, ainda sofrendo com os efeitos da quimioterapia.

A envolvo pela cintura e encosto meu rosto em seu pescoço, sem me importar com seus tumores, eles aumentaram em quantidade após a gestação. Melissa também cortou o cabelo bem curtinho, está caindo bastante, mesmo assim ainda lhe acho linda, respiro fundo, adoro o cheiro que ela tem.

— Estou pensando em pintar de azul este quarto — falo em seu ouvido, e ela se vira para me beijar.

— Não, meu amor. Está perfeito assim — fala com sua voz cansada.

Respiro e inspiro fundo sem soltá-la.

— Erick... — fala com a voz triste, acariciando meu rosto. — Fico pensando, sobre quando eu não estiver mais aqui...

Eu peço que ela pare de falar:

— Shhh...

Mesmo assim ela insiste: