MIL DIAS COM ELA🌻Livro Físico EditoraLittera

Capítulo 44

Melissa Monttanri

Desço as escadas apenas com uma mala de mão. Vejo Leandro na entrada da casa e grito pedindo que ele busque minhas bagagens e leve ao carro. Ele fica confuso, porém obedece.

Logo papai, Rebeca e Henrique surgem, provavelmente me ouviram. Eles estão todos arrasados, mas não tanto quanto eu.

— Vai viajar, Melissa? — pergunta. Seu tom de voz é tão manso quanto eu jamais ouvi antes.

Sou firme:

— Estou indo embora.

Vejo meu pai quase surtar.

— Mas... Mel, você sabe... Não pode ficar sozinha... — Rebeca fala preocupada.

— Não posso ficar mais nesta casa — falo já quase na porta.

— Filha, não faz isso... Para onde você vai?

Bufo, não tenho mais paciência para falar com meu pai, mesmo assim respondo:

— Vou para a casa que a mamãe me deixou.

Neste momento Maria surge, servindo a Rebeca um copo de água.

— Mel, é muito longe.

Realmente compreendo que não posso ficar sozinha, já havia pensado sobre isso, não posso ser irresponsável assim. Então ao ver Maria, surge uma ideia.

— Maria — a chamo.

Ela me olha com carinho, sabe que o clima na casa não é dos melhores, e como nos viu crescer, tem muito carinho por nós, acho que não negaria um pedido meu.

— Em que posso ajudar, minha filha?

— Vamos para a casa do sul comigo?

Ela me olha surpresa.

— Melissa, essa sua ideia é absurda — papai ainda retruca.

Olho para ele, furiosa com seus argumentos.

— Eu não fico nesta casa nem mais um dia, com ou sem a Maria.

Maria percebe a tensão e observo ela tirar o avental.

— Eu vou Sr. Bernardo. Cuido da Melissa, ela não pode ficar sozinha. — Maria me olha com o mesmo carinho de antes. — Só preciso pegar algumas coisas e explicar para minha sobrinha.

Maria olha para papai como se esperasse sua autorização. Como Bernardo sabe que não vou mudar minha posição, faz um gesto de cabeça confirmando.

— Ótimo! — falo altiva.

Na sequência saio sem olhar para nenhum deles, ainda estou muito magoada e espero que toda essa dor passe. Entro no carro e espero Leandro e Maria para me levar ao Heliporto da família, espero chegar em meia hora e esquecer de tudo isso. Maria de aproxima, ela é rápida. Logo atrás vem Leandro, ele coloca as bagagens no porta-malas.

Estou aflita, pois sei que a qualquer momento Erick virá e não desejo falar com ele. Como se ouvisse meus pensamentos, ele surge, caminhando rapidamente na direção do carro. Eu bufo.

— Melissa, precisamos conversar!

Meus olhos lacrimejam quando vejo os papéis em suas mãos.

— Não, Erick, não temos mais nada para falar um com o outro. Vamos, Leandro.

Leandro me obedece e entra.

—Você está grávida de um filho meu, Melissa. Temos sim muito o que conversar.

Maria me olha surpresa, e percebo pelo retrovisor Leandro também assustado.

— Esse filho é meu, Erick. Somente meu.