Charles conhece Erik Lehnsherr, seu romancista favorito de todos os tempos em uma cafeteria, mas não sabe que é ele, e Erik apenas critica sua própria escrita na frente de seu maior fã.
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O café Kafka estava sempre vazio à tarde, exceto o estranho aluno solitário resmungando febrilmente por sua tentativa de redação, ou alguns turistas que buscavam descanso do sol quente do rio, abanando-se com seus mapas de orelhas de cachorro. Charles gostava da solidão, porém, e descia todas as segundas e quintas-feiras como um relógio, sempre chegando logo após o almoço. A essa altura, a multidão do almoço teria fracassado e Sean estaria limpando as mesas. "E aí?" ele dizia quando via Charles, que sorria de volta e se sentava à sua mesa favorita, a de mármore levemente rachada atrás do pilar.
Depois, ele pedia sua bebida favorita, um mocha triplo de chocolate branco, e Sean sempre se certificava de que havia três biscoitos de manteiga ao lado.
Então, olhando em volta furtivamente, Charles pegava seu livro favorito do momento - os títulos variavam, mas o autor raramente mudava - e se perdia pelas próximas horas em um mundo que nunca desejava deixar.
Essa rotina funcionou perfeitamente nas horas que trabalhava na universidade, embora Stryker estivesse praticamente implorando para que ele voltasse como membro em tempo integral da faculdade. As horas mais curtas lhe convinham e deram-lhe tempo para fazer mais do que ele queria, que era ler, basicamente. Sendo um professor de literatura inglesa, seria de esperar que ele se apegasse a clássicos canonizados como Dickens, Austen e Steinbeck. Mas anos e anos analisando demais e moendo a alegria do idioma inglês - porque certamente esse era o objetivo da academia - e Charles acabou querendo algo divertido e sem cérebro para ler.
Talvez tenha sido pura coincidência que, no dia do acidente, Charles estivesse se preparando para voltar para casa e ele tivesse parado na livraria do aeroporto, querendo algo estúpido e escrito nos últimos 50 anos para afastar sua mente do sofrimento. a dor. A capa de 'Judas' de um EM Lehnsherr chamou sua atenção, e ele estava debatendo se deveria comprá-lo quando ouviu o pedido de embarque para seu portão, então ele rapidamente pagou e fugiu.
Talvez ele estivesse esperando que o livro fosse ruim e inútil, e talvez ele estivesse em um ponto particularmente vulnerável em sua vida, onde sua mãe distante acabara de morrer e ele estava lutando com uma estranha e terrível mistura de tristeza, culpa e alívio . O que quer que fosse, Charles fora inesperadamente varrido, sequestrado pela linguagem magistral e pela trama emocionante de dois irmãos, um dos quais se tornou um político importante e o outro um assassino, suas vidas culminando em uma traição inesperada.
Então Charles foi à Amazon estocar todo o catálogo traseiro de EM Lehnsherr. Custara-lhe um centavo bonito e muita maldição pelo carteiro sobrecarregado, mas ele havia devorado os livros - todos os quinze deles - como um homem que se afoga de sede no deserto. Alguns tinham falhas, é claro, e Charles não se importava particularmente com 'The Last Hunter', um livro também exibido pela maioria dos outros fãs no fórum oficial, mas mesmo no pior livro, o idioma ainda era lírico, colorido emocionante.
