i hate you

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- Que bom que eu te achei! - falou com um sorriso cansado me olhando aliviada.

Partindo daí, sua voz ainda penetrava minha mente dando eco por todo meu crânio, eu podia sentir algo semelhante a uma pequena corrente elétrica passando por cada parte do meu corpo. Na verdade, eu não sei o que era que me desconcentrava mais, teu sorriso ou tua cara de pau de aparecer aqui e ameaçar expor qualquer que fosse o lance que tivemos...ou temos.

É vero que Aisha deixava pelo menos uma mensagem por dia na minha caixa de entrada do celular. E também é vero que eu não respondia porque meu orgulho é muito maior que qualquer vontade, desejo...saudade. 

 Mas o que estava me deixando encabulada era: como ela me encontrou aqui? Porque cá entre nós, o hospital não é um ponto de encontro cativante ou frequentado. 

Lucy me olhava, e na tua testa só faltou estar escrito: mas que que tá acontecendo aqui? É... era um ponto de interrogação imenso na sua feição. 

- É... Lucy, essa é uma colega de turma da minha sala, Aisha... Aisha, essa é a Lucy - sorri forjada.

- Olá, como vai? - a mistura de árabe com complicação da minha vida vem toda sorridente ao encontro de Lucy, estendendo sua mão e logo depois dando um leve beijinho em sua bochecha. 

- Bem! É, bem! E você? - Lucy retribui entrando na onda da outra garota. 

- Então... - fingo uma tosse interrompendo-as - que veio fazer aqui? -  abri um sorriso exaltando meu nervosismo. 

- Ah, então... é, eu preciso muito falar com você

- Isso não podia esperar? Falta só uma semana para as aulas voltarem... - entrefechei meus olhos.

- Bom, eu vou lá na lanchonete, e já volto - Lucy se levantou da cadeira sorrindo, prevendo que "sobraria" naquela conversinha. Se despediu de Aisha e desapareceu por entre os corredores.

- Olha... - se aproximou de meu leito, se sentando na cadeira em que Lucy ocupava segundos antes - eu sinto muito mesmo, de verdade, eu te mandei mensagem todos os dias, e eu estava tranquila porque até então você pelo menos visualizava, mas ai, passou 4 dias e nada, eu fiquei maluca... e ai, entrei em desespero, e me lembrei que você me disse um dia que morava perto da nossa pracinha - nossa pracinha? Ela é audaciosa né. Respirei fundo - enfim, eu cheguei a ir lá perto, mas não sei travei... não tive coragem

- Coragem realmente não é seu ponto forte! - ri ironizando-a.

Ela suspirou profundamente e me encarou fechando sua boca. Ainda não escutei a parte que gostaria, como ela sabia que eu estava aqui, e peraí, 4 dias? Porque esse mero detalhe foi mascarado das minhas informações? Ok. 

- Tá, e ai? - sugeri que continuasse - como sabia que eu estaria aqui?

- É... então, eu voltei pra casa naquele dia, e meu celular começou a lotar de mensagens e ligações, eu não tinha atendido antes, porque eu estava com o Rick, e... bom, quando fui ver, era o teu número, liguei de volta o mais rápido que pude, e uma tal de Larissa atendeu. Ela me disse que você tinha passado muito mal, que sabia que a gente tinha alguma relação e acharia que ficaria feliz se eu viesse...eu acho que ela se enganou mas...

- Não, calada! - ai, eu vou matar a Larissa, eu juro - primeiro que você não conhece a Larissa, e ela não tá a par do que tivemos pra saber o que é bom pra mim ou não. 

- Mas eu achei que... - tentou.

- Você não tem que achar, Aisha. Eu agradeço por ter vindo, mas quero que vá embora, por favor. Eu tenho amigos, amigos bons, e eu não preciso que você venha e me encha de esperanças de novo, tá bom? 

PsicoLove.Where stories live. Discover now