70. Fim?

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Hey, preparados? Boa leitura!

Sair pela porta do hospital foi um desafio e tanto para a loira, parecia que estava deixando um pedaço de seu coração ali. E de certa forma, mesmo apesar do pouco tempo que permaneceu naquele local, deixou um pedacinho de si e carregou consigo um pedaço de cada colega de trabalho e paciente.

Elizabeth seguiu de volta para casa, ansiosa em arrumar as malas para, enfim, partir. Ela confessava que as palavras de Maggie mexeram consigo, não porquê tinha um sentimento escondido pela morena, mas porquê esperava que mulher carregasse alguma mágoa.

De fato, Maggie era um ser de luz e Cooper desejava que ela obtivesse tudo de melhor na vida, encontrando alguém que a ame profundamente.

Enquanto olhava pela última vez o trajeto que levava do hospital para casa, Elizabeth perguntou a si mesmo se era necessário aquilo. Contido, mesmo com a dúvida, manteve a decisão. Precisava conversar com seu pai, tirar toda a história a limpo, saber o real motivo para que ele tivesse feito aquilo mesmo sabendo e vendo com os próprios olhos o quanto ela sofreu.

Às vezes, ela se pegava questionando se ele teve mesmo a coragem de fazer aquilo tudo.

Um pai deveria sempre querer ver a felicidade da filha, correto?

Ao que parecia, não.

Infelizmente a família que ela pensou ter não existia, nunca existiu. Era evidente que aceitar aquilo tudo não era fácil, ainda mais quando a sociedade definia que devia-se amar a família acima de tudo, que família não se escolhia. Mas será mesmo que existe a obrigação em amar pessoas que podem lhe fazer mal tanto quanto qualquer pessoa só por ser considerado família? Será que é preciso se ter a obrigação de colocar uma família que provoca o mal em primeiro lugar? Por que não montar a própria família com pessoas que fazem contribuem positivamente?

São questionamentos que ela não conseguia entender, mas esperava que um dia todos essas definições fossem quebradas.

No fim, Elizabeth tinha uma pontinha de esperança que aquilo fosse falso, que seu pai não tivesse sido capaz de sabotar a sua própria felicidade.

Quando o táxi parou em frente a sua residência, a voz do motorista a despertou, fazendo-a pagar o trajeto e descer do veículo. No momento em que pôs os pés no interior da casa, olhou em volta e suspirou fundo antes de seguir para o quarto e arrumar as próprias malas.

:¨·.·¨:

Uma última olhada ao redor de si, observando pela última vez a rua que morou por algumas semanas fez o coração da loira apertar de tristeza em abandonar um lugar que a fez bem e feliz. Em apoio e compreensão, sentiu um leve aperto na sua mão acompanhado com um sorriso de Jughead.

Ao menos, daquela vez, ele estava ali consigo e isso bastava.

As ruas de Burnaby até pareciam contribuir com a tristeza temporária da loira. O sol escondia-se entre as nuvens, as folhas caíam das árvores de forma melancólica, as ruas estavam quase vazias. Quando chegaram ao aeroporto e fizeram todo o procedimento necessário, sentaram esperando o vôo ser chamado e enquanto isso, Jones acariciava os fios dourados e macios da loira.

Não conseguia negar que ainda não estava acreditando que iria voltar para Riverdale com a garota e agora, mulher, da sua vida. Parecia estar sendo um sonho, mesmo arriscando muita coisa ao contar-lhes a verdade.

Mas era por amor e tudo que era feito por esse motivo não teria o arrependimento como consequência.

Imerso em pensamentos, passou a pensar em como as coisas aconteciam. De fato, parecia que aquela coisa de destino era totalmente verídico e se fosse, agradecia diariamente pela benção em ter uma mulher como Elizabeth Cooper ao seu lado, apesar de todo sofrimento que teve na infância.

Ao contrário das outras crianças, a sua infância não foi algo muito feliz quanto deveria ser. Contudo, o importante foi que isso não foi motivo para que ele desistisse de si e do irmão; era bom sentir a mudança positiva em cada dia que passava.

O chamado para o vôo fez com que o moreno se despertasse e acordasse a loira que se encontrava aninhada em seu corpo e com os olhos fechados, indicando que havia pego no sono — esse era o efeito de um cafuné em Cooper.

Ambos seguiram para a fila de embarque e logo entraram no avião, seguindo as instruções para garantir a segurança do vôo. No mesmo momento, a loira pareceu lembrar-se de algo e virou de frente para Jones com o intuito de contar-lhe.

— Amor? — chamou e fez uma careta, claramente desconfortável com o que iria contar — Preciso te falar de algo que aconteceu hoje mais cedo.

— O que foi, vida? — perguntou o moreno.

Assim que Betty abriu a boca para contar, o piloto do avião começou a falar com os passageiros, interrompendo o raciocínio. Posteriormente, o assunto acabou sendo esquecido por ambos e os dois contentaram em dormir durante o vôo para que a viagem passasse mais rápido.

O fato de que nenhum dos dois contou a ninguém sobre estar voltando a Riverdale foi influenciador, dessa forma, ninguém estavam esperando o casal para recebê-los de volta.

Quando pousaram em terra firme novamente, Elizabeth ligou para Cheryl.

— Você está em casa? — perguntou depois de jogar alguns minutos de conversa fora e ouvir todos os xingamentos possíveis da parte da ruiva pela falta de avião.

— Estou.

— Vou mandar as minhas malas e as do Jughead 'pra aí e depois vamos te encontrar — explicou, sem dar muitos detalhes do que iria fazer — E não conte à ninguém que eu estou em Riverdale.

— Pode deixar, quero saber tudo depois. E em detalhes!

Elizabeth riu e desligou o telefone, explicando para o taxista o que fazer com as malas e para onde levar.

— Não vamos para a minha ou sua casa? — Jones perguntou sem entender o que estava acontecendo.

— Claro que não, amor — respondeu e passou o braço ao redor do pescoço do moreno.

Jughead franziu a sobrancelha, sem entender e a loira o encarou antes de dizer:

— Vamos realizar meu desejo — disse e sorriu pervertida — transar na mesa do escritório do papai.

Fim?

Ou apenas o começo?

MASTURBATING ৲ bughead ❫Onde as histórias ganham vida. Descobre agora