Capítulo 19

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– O que fazemos é profano.

Sayuri não sabia como e nem onde estava, ela não tinha certeza se havia absorvido a marca da maldição corretamente e nem se havia sugado mais do que deveria e, se isso tivesse acontecido, as chances deter matado Sasuke no processo não eram pequenas.

A única coisa que a menina sabia era que estava presa em meio a suas lembranças, em algum lugar entre o passado e o presente. Mais especificamente, ela estava presa no país da Névoa Sangrenta.

Naquele dia, Kirigakure estava anormalmente quente, especialmente aquela região que, embora seja costeira, era pacata em comparação a alguns outros locais do país. Ali naquele pequeno vilarejo dotado de uma vegetação tipicamente praiana, seus moradores andavam sozinhos e um ou outro acompanhado, eles eram tão tranquilos quanto as fortes ondas que se chocavam violentamente contra as pedras da costa.

Aquela não era uma praia que se poderia nadar, e seus moradores não eram alguém com quem se poderia mexer.

Todavia, embora os habitantes daquele lugar fossem tão fervorosos, não havia o mínimo sinal de um ninja ou uma força de combate ativa naquele local, já se foi o tempo em que a elite se estabelecia ali. Não existia mais uma ameaça entre eles então a paz poderia reinar, até alguém roubar os poucos alimentos existentes no mercado.

O mar que era geralmente violento estava mais calmo e as crianças - excessivamente magras - aproveitavam para brincar na água e rir como a muito não faziam.

O sol escaldante trazia aos poucos moradores daquela região um sentimento de estranheza, os fazendo usar suas roupas - quase mofadas - de verão, mas aquilo não preocupava os habitantes, afinal eles não poderiam parar de trabalhar apenas porque não estavam acostumados com aquele tempo.

– É imoral.

Em uma das poucas propriedades significativamente grandes daquela área se encontrava Sayuri, olhando tranquilamente para pátio principal daquele enorme lugar em ruínas. A menina acreditava veementemente que ali já havia sido considerado um marco da arquitetura local.

Suas lembranças de como chegou naquele lugar eram confusas, ela só se recordava de uma missão de espionagem que quase não deu certo, de acabar encontrando um homem com uma enorme espada e uma pessoa que tinha o rosto andrógino, e acabar com partes de suas roupas rasgadas e sua máscara anbu rachada. Foi quando, de alguma forma, encontrou aquele lugar aos pedaços, se aquilo era uma coincidência ou não ela não sabia, mas já que estava ali deveria aproveitar. 

"O universo é preguiçoso demais para existirem tantas coincidências no mundo" Murmurou Kurama em meio as seus próprios pensamentos. Concordando mentalmente a garota logo se pôs a observar a grande construção em que estava. 

Os grandes muros que cercavam a imensa propriedade que um dia já foram conhecidos por possuírem estranhas pedras tão brancas que eram capazes de refletir a luminosidade recebida do sol, fazendo com que ninguém conseguisse olhá-lo por muito tempo, agora não passavam de pedras cinzentas desgastadas pelo tempo e que em muitas partes, já havia desmoronado.

A gigantesca fonte de pedras negras localizado na extremidade do pátio - que agora não passava de um aglomerado de pedras que pareciam ter sido sobrepostas aleatoriamente - despejava um fio de água que, em seus tempos de fartura, provavelmente encheriam o pequeno e extinto riacho que parecia já ter cortado a propriedade.

Do leito do antigo riacho até onde a visão da garota alcançava, existiu um jardim que certamente abrigou inúmeras espécies de flores raras e exóticas que encheriam os olhos do próprio daimyō de inveja, mas agora não passava de um amontoado de mato que cresceu de forma não regular, como se alguém não tivesse mais forças para apará-lo de forma uniforme, e de fato não tinha mesmo.

JinchuurikiWhere stories live. Discover now