Capítulo 15

4K 475 293
                                    

– Esse é o local da segunda fase do exame, a quadragésima quarta zona de treinamento de batalha. Nós a chamamos de A Floresta da Morte.

As grades de arame farpado circulavam o imenso território que tinha como os únicos objetivos treinar os ninjas nas mais diversas táticas de batalha e camuflagem. Aquela não era a pior zona de treinamento, mas com certeza não era a melhor. Naquele lugar nunca ouve espaço para erros.

Na primeira vez que Sayuri entrou naquele lugar ela tinha pouco mais de sete anos e tinha um único propósito, converter todo o conhecimento teórico em pratico.

Foi no primeiro mês confinada dentro daquela floresta que ela percebeu que aquilo não consistia em apenas aprimorar e adquirir habilidades em batalhas realistas, e sim em eliminar os incapazes através de uma matança descontrolada.

No segundo mês dentro daquele lugar a menina havia chegado perto da morte mais vezes do que poderia contar, foram tantos confrontos, tantas caçadas em busca de alimentos, tantas disputas por absolutamente nada que no final todos pareciam animais ainda mais selvagens do que os que habitavam aquela floresta.

Kurama não podia ajudá-la, mesmo quando a garota chorou de dor quando foi envenenada por uma cobra, quando confundiu uma planta venenosa com uma comestível e ardeu em uma febre intensa, quando suas armas acabaram e teve que partir para batalhas com apenas as mãos, quando quase morreu de fome por terem roubado sua caça, ou mesmo quando quase morreu por conta do nível descontrolado de chakra que aumentava cada vez mais e ela não conseguia controlar. 

A menina recusou toda a ajuda, todo o poder que não vinha dela, porque agora ela tinha alguém para proteger, alguém para amar, e faria de tudo por ele.

"Você está se esforçando demais, descanse um pouco e eu ficarei de vigia" Kurama sempre dizia isso quando percebia que a garota estava no seu limite.

Muitas foram às vezes que a raposa quis tomar o corpo da menina e levá-la para longe de toda aquela matança, e foram inúmeras as vezes que ele de fato tentou fazer isso, mas a menina sempre resistia, recusando todo o conforto que se apoderava dela sempre que era envolvida pelo chakra de Kurama, resista contra a maravilhosa sensação de ter todos os seus ferimentos sendo curados, porque ela sabia que tudo aquilo era apenas o começo e se desistisse agora, não teria chances de lutar no futuro.

Kurama entendia aquilo e sabia que tudo o que ela estava passando era necessário para fortalecê-la, tudo aquilo era um aprendizado e ela tinha que aprender, não importa o quão cruéis eram as lições. Mas por Kami, ela era apenas uma criança, ela era sua pequena garotinha. 

E mesmo a raposa não sentindo a dor física dela, e só Kami sabe o quanto ele preferiria isso do que vê-la sofre, ele ainda sentia algo quebrar em si mesmo toda vez que ela se machucava, porque todo aquele esforço era por eles, mas principalmente por ele, e Kurama nunca achou que doeria tanto ver um humano sofrer por sua causa.

Aquele era penas a iniciação para iniciar o treinamento na Anbu Ne, por que os fracos nunca teriam chance ali dentro. E no final do terceiro mês lutando pela sobrevivência ela descobriu que preferiria passar por tudo aquilo de novo do que ter que encarara Danzou com uma estranha cara de decepção.

– Você não atingiu minhas expectativas, criança – Falou o homem com um tom anormalmente afetuoso – Infelizmente terei que mandá-la para a orientação individual. Não me decepcione novamente, sim?

Acariciando levemente os cabelos desalinhados da menina, Danzou a guiou para uma sala fechada no centro de controle da Anbu Ne, onde ela aprendeu que desapontar Danzou nunca seria uma opção.

JinchuurikiWhere stories live. Discover now