Capítulo Oito

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O céu já estava escuro, uma porção de estrelas brilhavam tanto quanto conseguiam diante das luzes da grande cidade de Nova York

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O céu já estava escuro, uma porção de estrelas brilhavam tanto quanto conseguiam diante das luzes da grande cidade de Nova York. Havia mais nuvens do que nas outras noites e pela temperatura amena, que desde ontem não parava de diminuir, não era muito difícil presumir que mais tarde teríamos uma nevasca.

Quando eu era mais jovem gostava de passar as noites exatamente assim, encarando aquilo que poucos notam ou se notam apenas não tiravam tempo para contemplar. Eu ficava maravilhado com os pequenos detalhes ao redor, a incrível obra de arte que existia logo acima de nossas cabeças.

Por um tempo durante a minha juventude até cogitei ser um astrônomo de verdade, mas os meus pais sempre quiseram que eu fosse médico, e no fim, me tornei um.

Não é que eu não gostasse da profissão, na teoria salvar vidas é incrível, mas este era o sonho dos meus pais, um que acabei tomando apenas para agradá-los. E por mais que muitos não percebam, há uma diferença nisso, entre fazer algo porque você é bom e decidir fazer algo porque você ama.

Nunca deixarei de ser um médico, não mais, depois de quase dez anos fazendo a mesma coisa querendo ou não você se apaixona por ela. Porém, sei que com a mentalidade que tenho hoje, se eu pudesse voltar no tempo certamente teria feito tudo diferente.

Cada maldito detalhe.

Axel e eu combinamos de assistir todos os jogos da liga juntos, e como o Kurt estava ocupando lá em casa para uma festa com os amigos, nós teríamos que assistir ao jogo desta noite na casa de Margs, já que o Axel era quase um sem teto enquanto o seu apartamento que ele dividia com Miles estava sendo reformado pela quinta vez só neste ano.

Eu muito provavelmente chegarei em cima da hora, sei disso. Acontece que antes de sair tive um imprevisto com o Kurt, um dos bons, eu diria.

Ele precisava de ajuda em cálculo, e como eu sempre mandei muito bem com números, ele pediu para que lhe explicasse rapidinho um determinado assunto.

Geralmente não trocávamos mais de uma ou duas palavras ao mês, mas hoje ele realmente fez questão de puxar assunto comigo, até me perguntou sobre o meu trabalho e todas as coisas que eu sentia falta de conversar com alguém.

No início fiquei sem reação, confesso que tinha esquecido do quanto Kurt era divertido, e como ele era a única pessoa da Terra que conseguia me fazer rir mesmo depois de um dia extremamente difícil no trabalho.

Desde que Verônica foi embora meu filho ficou distante, se esforçava para evitar qualquer tipo de diálogo. Um dos meus defeitos é que sempre fui um cara solitário, e me preocupava muito o fato de que talvez ele também se tornasse um.

Loving - #1 UCN Where stories live. Discover now