Eliza Thompson é uma aspirante a chef que não demora muito para descobrir que as coisas não são tão simples quanto pensou. E agora, aos vinte e seis anos de idade, com uma coleção de desilusões amorosas e uma longa lista de sonhos que ainda não real...
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Durante a semana disse para Axel pelo menos umas dez vezes que não iria sair com ele em hipótese alguma.
E aqui estou.
No sábado.
Saindo.
Sendo que amanhã tenho plantão na clínica. E tudo por culpa daquela mulher. Quando ouvi o nome da amiga da Margs, Eliza Thompson, é claro que eu não pensei nem duas vezes para aceitar. Mesmo que depois de um segundo eu não tenha entendido exatamente o porquê aceitei, visto que a conhecia por no máximo dois minutos e sabia que no mínimo ela já me odiava.
Então acabei decidindo passar uma noite inteira ouvindo-a me xingar e me lançar olhares raivosos, e ainda assim, de uma maneira totalmente insana, sentia um tipo de euforia da qual não estou acostumado a lidar.
Não sou o tipo de cara que gosta de ser pisado, muito pelo contrário. Sou daqueles que presam pela parceria, companheirismo e amizade. Sei que são características que estão em falta nos dias atuais, e que talvez nem existam mais. Não sou um grande romancista nem nada do tipo, depois de um divórcio como o meu ninguém continua sendo.
Mas aquela tal de Lizzie mexia completamente com a minha cabeça e meu corpo, extinguindo todos os pensamentos coerentes ou qualquer racionalidade que deveria existir.
Acontece que desde aquele dia, em que ela foi a clínica, não parei mais de pensar nela nem por um único segundo. Até mesmo na reunião que tive algumas horas depois foi um fracasso total e minha secretária teve de remarcá-la apenas porque eu não conseguia focar em mais nada.
Assim que cheguei na boate liguei para Axel dizendo para vir me buscar aqui na entrada. Eu não consegui entrar porque um dos seguranças disse que eu deveria que estar com uma espécie de convite especial de algum cliente habitual, o que é óbvio que não estava.
Axel chegou alguns minutos depois com cara de quem enrolou um pouco mais do que o necessário, provavelmente porque ficou se pegando com Margot em um canto qualquer.
E bingo.
Margs surge logo depois, com a roupa toda amarrotada e parte do batom faltando.
- Nossa senhora! – Margot, que estava completamente bêbada, disse. Apoiando as mãos em meus ombros e se virando para Axel, fazendo o que pareceu ser uma careta. – Eu não acredito que você o trouxe.
- Pensei que dele você gostasse.
Ela sacudiu a cabeça exageradamente, quase perdendo o equilíbrio no processo.
- Não. Não é isso. Ela odeia ele.
- Ela me odeia?
- Ela odeia?
Axel e eu perguntamos ao mesmo tempo.
- Sim, odeia. – Margot olha nos meus olhos, como se estivesse me analisando criticamente, e então começa a gargalhar. Havia algo de muito aterrorizante em sua risada. E tenho quase certeza que era desespero. – Quando a Lizzie descobrir estamos todos ferrados. Ela vai me matar... Vai matar cada um de nós. E céus, aposto que curtirá cada segundo que tivermos de agonia.
