Capítulo 1

12.5K 944 1K
                                    

Camila POV

— Bom dia, Camila. – Respiro fundo e solto o ar com toda a força que tenho, sento na cadeira e continuo observando Normani a fazer nosso café da manhã. Ela dá uma risadinha pelo meu humor matinal e se virá para mim. – Sabe, acho que esse uniforme de professora docente está mexendo muito com o seu humor, Mila. – Minha amiga diz, enquanto coloca os ovos mexidos com bacon e as panquecas de banana sobre a mesa. Bufo.

— Antes fosse essa droga de uniforme, Mani. – Encaro-a por um instante e suspiro.

— S/N? – Pergunta e eu concordo. Normani solta outra risada.

— Além das regras daquele lugar ser tão rígidas que parece até um reformatório. Aquela garota chata continua tentando ser a rainha da cocada preta e vive me azucrinando com perguntas e sorrisos debochados. Tanto que às vezes eu tenho vontade de arremessar o apagador bem no meio da testa dela. – Normani deu uma gargalhada, jogando a cabeça para trás. Um leve brilho de humor brilhava em seus olhos. Bufei de novo. Sinceramente, eu não sei qual é o problema daquela garota. Sempre arrogante e cheia de si só por que é a "garota de ouro" do terceiro B. No começo, eu tentei relevar, tentei ser legal, mas a cada dia que passa ela tem se tornado meu martírio. Já perdi as contas de quantas aulas viraram debates porquê nenhuma de nós duas conseguia parar de falar e nem dar o braço a torcer. E pra começar a alegrar ainda mais o meu dia, é justamente na sala daquela garota insuportável que darei as primeiras aulas, depois da reunião pedagógica.

— Vamos lá, Mila. Ela é uma garota muito inteligente, é normal que seja um pouco arrogante. Afinal, todos ali são. – Normani me olhou divertida, antes de beber um gole do seu suco.

— Devo tirar a arrogância dela na base do tapa, então? – Mani ri novamente e nega com a cabeça. – Eu não sei o que fazer, bear. – Digo, cansada.

— Só tenha paciência, Mila.

— Se eu tiver um pouco mais de paciência, serei considerada Buda. Acredite, Mani. – Normani solta uma risada e eu a acompanho. Comemos nosso café da manhã e trocamos os assuntos de escola por outros mais cômodos. Assim que terminamos, saímos do apartamento e entramos no Hyundai creta i20 na garagem, tomo o assento do passageiro para dispararmos rua à fora até a escola. Nos despedimos próximas a sala dos professores. Normani vai para a sua orientação e eu vou para a reunião pedagógica. Como de costume, falamos apenas de burocracias e muitas outras coisas referente a pedagogia didática, como o programa de vestibular dos terceiros anos, sobre o cronograma que podemos aplicar, baseados no que a maioria das boas universidades pedem e sobre os professores responsável por cada sala e suas questões. Isso quer dizer que, além do trabalho extra dessas aulas, eu ainda terei que lidar com os problemas que houverem na sala que eu ficar como responsável. E advinha só, eu fiquei com o terceiro B. Por que o universo me odeia tanto assim? Respiro fundo, uma, duas e outra vez, tentando aceitar meu fardo, já que não tenho outra escapatória.

Saio dá sala após a reunião dar-se como encerrada e vou até a sala dos professores. Enquanto levo a xícara de café aos lábios, ouço Normani caçoar da minha falta de sorte.

— O universo é tão engraçado, não é, Mila? – Bufei de maneira frustrada, outra vez, diante das suas piadinhas de mau gosto, fazendo-a rir. Encaro minha amiga de canto de olho e solto um suspiro derrotado.

— É karma. Só pode, Mani. Eu devo ter jogado pedra na cruz, ou num velhinho. Talvez, até ter dado início a Segunda Guerra Mundial? Não tem outra explicação, Normani! – Ela ri.

— Velhinho, não. Velhinha, Mila. Por que você provavelmente deve ter jogado a pedra na vida passada da diretora, e isso explicaria o fato dela ter escolhido logo você para ficar como responsável pelo terceiro B. – Faço uma careta, antes de beber um novo gole do café. – Agora, se foi o caso de guerra, com certeza ela é um inimigo abatido que quer vingança. – Rio alto com sua fala e expressão contrariada. No entanto, o sorriso de Normani desaparece, assim que, Dinah, aluna do terceiro B, abre a porta da sala dos professores e vai até o professor de história, aparentemente ouvindo algum sermão. Dinah ergue o olhar e encara minha amiga por uns segundos, quase... sedutora? Mas logo volta a dar atenção para o professor de cabelos grisalhos que não parou de falar um segundo sequer. Normani deu um sorrisinho e passou os olhos pelo corpo dela, de um modo quase...sexual? Mas que porra foi isso? Dinah saí da sala poucos minutos depois, as mãos de Normani agarradas fortemente a sua xícara de café, enquanto eu tentava entender o que de fato havia acabado de acontecer entre ela e Dinah.

Irresistible Student ( Camila/You G!P )Onde histórias criam vida. Descubra agora