Capítulo 26

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Camila POV

Parada, em frente à porta do terceiro B, respiro fundo, umas quinhentas vezes, somente, para acalmar os meus batimentos cardíacos e vestir o meu disfarce de todos os dias e, sem hesitar, eu entro.

Dou bom dia a todos e, a passos firmes e decididos, me aproximo da mesa.

Não ouso olhar para o lado um segundo sequer, fico tentada a olhá-la, nem que de relance, mas seguro meus impulsos e me mantenho firme. Estou mais que satisfeita por estar conseguindo me manter longe emocionalmente e por agir como a profissional que sou, mas, há momentos em que, quero arrancar todas as suas roupas e pegar o que aqueles lindos olhos castanhos estão me oferecendo todo o maldito tempo em que sinto seu olhar intenso sobre mim. Se foi difícil resistir à S/N no começo, agora é uma tarefa mais que cruel, porque, sei seu gosto, seu cheiro e estou morrendo, para sentir isso de novo. Senti-la dentro de mim.

Meu cérebro sabe que devo odiá-la por tudo que me fez, mas, há uma parte desajuizada e sem respeito próprio, situada, especificamente, abaixo da minha cintura, que ignora tudo e continua a desejando com fervor, com intensidade, mesmo, quando, o medo absurdo de cair em seus braços em um momento de fraqueza e dar-lhe o poder de me machucar de novo me assombre.

Deus, como eu sou tão patética.

Faça um favor a si mesma e a esqueça, sua tola!

Suspirando, abro minha bolsa e começo a desfazê-las, para me distrair um pouco e, sem prestar muita atenção a minha volta, tiro as pastas, os livros e, assim que, coloco meu notebook sobre a mesa, começo a aula como normalmente faria. Da mesma forma que procuro não dar atenção a S/N, o mesmo vale para Harry. Se eu o fizer, aquelas imagens virão para me assombrar, e chorar, era a última coisa que eu queria naquele momento, ainda mais, quando um deles pisoteou sobre mim, como uma maldita dançarina de sapateado novo.

Mais um suspiro longo deixa meus lábios.

Não posso correr dela todo o momento, infelizmente, preciso instruí-la também. E essa é a tarefa mais difícil que já tive que cumprir em toda minha vida, sobretudo, agora, que me olha, com uma suavidade pesarosa nos olhos.

"Isso não acabou, Camila. Isso nunca vai acabar, porque você é minha e eu sou sua."

Essas palavras insistem em martelar na minha cabeça, desde quando ela as disse para mim. Na verdade, a imagem dela, chorando e dizendo que me ama, não sai da minha cabeça, por mais que eu queira apagá-la.

Por que minha fada-madrinha foi muito fanfarrona comigo? Por que não me arrumou uma garota romântica, apaixonada e que não me traí?

Foi muita sacanagem dela me trazer a mais filha da puta de todas!

Sentindo meus olhos arderem, me pergunto, pela milésima vez, se meu coração vai parar de doer algum dia.

Não, enquanto ela estiver perto. Meu subconsciente insiste em me avisar.

— Nesta questão, vocês irão justificar o porquê a afirmação está correta. – Digo, com a folha em mãos. – Já vimos esse tema anteriormente, então será fácil de responder. – Prossigo. – De dez a quinze linhas, está de bom tamanho. – Viro para pegar o livro. – Podem usar o celular para procurarem o significado de algumas palavras e quando terminarem, me....

— Eu não concordo com essa afirmação, professora Cabello. – Seguro a respiração ao ouvir a voz rouca e baixa de S/N, do outro lado da sala. Fico em silêncio por um momento. Eu sei o que está tentando fazer. Está revivendo nossas briguinhas para chamar minha atenção. Seja profissional, Camila. Mantenha a merda profissional até o fim do ano letivo. Não a deixe perceber que ainda te afeta.

Irresistible Student ( Camila/You G!P )Where stories live. Discover now