Capítulo 12

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Camila POV

Me preparando para subir e tomar as classes, separo as folhas o mais rápido possível que consigo, quando o segundo sinal toca, me despertando de um provável atraso. Com os conteúdos de acordo a cada turma separados em mãos, apressadamente caminho para o andar dos primeiros anos, cumprimento um, ou outro professor que encontro nas escadas e rapidamente entro na sala do primeiro A, cumprimentando a todos e iniciando a primeira aula do dia. Porém, ainda que boa parte da manhã tenha sido cheia e exaustiva, ainda assim, as imagens da noite que passei com S/N vagam entre meus pensamentos. Minhas faces incendiavam só de lembrar e meu coração se acelerava loucamente. Sei que concordamos em fingir que nada aconteceu entre a gente, quando estivéssemos no colégio, todavia, tenho a total certeza de que as lembranças na minha cabeça ficarão ainda mais forte quando nos encontrarmos na próxima aula. E, caramba! Como será que ela vai reagir? Bem, levando em consideração que S/N sabe ser debochada a maior parte do tempo, não duvido nada que estará me esperando com a sua típica expressão gozadora e seu riso sem vergonha. Pronta para colocar sua encenação em pratica. Filha da mãe! Sorrio feito boba e, logo, o sinal toca, me assustando e anunciando o término de mais uma aula e o intervalo.

Após todos os alunos saírem, saio da sala e desço as escadas para o refeitório, em busca do meu tão almejado copo de café. Vou direto para cantina exclusiva dos professores e peço um expresso. Que é me entregue em poucos segundos. Agradeço a servidora e decido sentar em umas das mesas afastadas daquele recinto, para assim, tomar calmamente a bebida meio açucarada e amarga, enquanto vago tranquilamente meu olhar entre os alunos. E, olhando-os, assim, rindo, conversando, fazendo inusitadas brincadeiras entre eles, fica mais que claro que ainda são crianças. Porque, até então, dos corpos desenvolvidos e a falsa maturidade que aparentam, eles são apenas adolescentes começando a descobrir à vida. E mesmo que eu queira fechar os olhos para não enxergar, isso também vale para S/N. São precisamente oito anos de diferença entre nós e, querendo, ou não, ela ainda tem tanta coisa para viver, tantas pessoas para conhecer, mesmo com seus dezoito anos... Deus! Que merda estou pensando? S/N e eu não temos nada! É sexo, apenas sexo! É muita burrice e ingenuidade da minha parte achar que essa atração sexual vai sair do controle. Não há mais nada que possa sair disso, á não ser encontros casuais e nós duas nuas e acabadas numa cama. Merda! Passo as mãos irritavelmente pelo rosto. Por que não tenho tanta certeza quanto a isso? Suspiro irresignada e o sinal toca. Espero alguns minutinhos para me levantar e jogar o copo no lixo. Ajeito meus óculos, minhas pastas, minha bolsa e tomo caminho para o terceiro B. Paro diante a porta e como sempre, respiro fundo, visto minha máscara da indiferença e entro da mesma forma que entro todos os dias.

Ao colocar o pé para dentro, automaticamente, nossos olhares se encontram e permanecem trancados um no outro, e eu vacilo como nunca vacilei na vida antes. Uma proximidade, uma intimidade perigosa e intensa se instala entre nós duas e seus incríveis olhos castanhos são preenchidos com uma emoção quente, ao me olhar de cima a baixo. Meu corpo estremeceu e minha pulsação se acelerou. Um sorriso de apreciação e malícia repuxaram em seus lábios. Não consegui conter um sorriso. Seus olhos se voltam para os meus, porém, sou obrigada a desviar o olhar, quando suas amigas olham disfarçadamente para mim e sorriem. Instantaneamente, meu alerta pisca e olho novamente para S/N. Seus olhos brilharam e um riso pecaminoso tomou seus lábios. Algo parece errado e não estou gostando nada disso.

Tento não dar importância e pego o livro e as folhas que imprimi com algumas questões e peço a Taylor que distribua para o restante da classe. Viro-me para escrever o nome do capítulo na lousa e sinto o peso de vários olhares sobre as minhas costas, o que seria normal se não estivesse me incomodando tanto. Vislumbro novamente as garotas no fundo da sala e lá estão, olhando disfarçadamente e sorrindo para mim. Minha paciência começa a esvair e olho para S/N. Seu riso ampliou lascivamente. Fecho a cara. Ela ri mais ainda. Mordo meu lábio morta de raiva. Se essa garota fez o que acho que fez, ela pode ter certeza que vai sair daqui com um galo do tamanho de uma bola na testa quando eu arremessar o apagador na sua cabeça. Ah, se vai... Seus olhos perfuram os meus desafiando-me. Filha da puta! Fecho os punhos sobre o livro. Ela ri baixinho. Se essa idiota realmente teve a coragem de abrir a boca para contar a suas amigas que dormimos juntas e agora está tirando com a minha cara, não me responsabilizo pelo o que vou fazer com ela. Não mesmo! Maldita!

Irresistible Student ( Camila/You G!P )Where stories live. Discover now