Capítulo 13

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Camila POV

— EU SAAAABIIIIAAAAAAAAAAA POOOOORAAAAA! Sabia que esse ódio todo era tesão reprimido! – Normani grita como uma doida, se esgoelando de tanto rir dentro do carro. De soslaio, olho para ela, um pouco sem jeito e irritada. Eu deveria ter ficado de boca fechada. Seu sorriso ampliou-se e Normani abaixa o vidro do carro, coloca a cabeça para fora e começa a esgoelar-se bem alto pela janela: – ALELUIA! ALELUIA, MEUS AMIGOS! A SECA AACAABOOUU! ACAABOOUU CAAARAALHOO! – Algumas pessoas olhou na nossa direção e ergueu as sobrancelhas. Minhas bochechas esquentaram e puxei Normani para que ela se sentasse novamente, começando a me irritar verdadeiramente com sua afobação. – Por isso que a senhorita chegou bem alegrinha no apartamento essa manhã. – Voltou à sua posição usual no banco, explodindo-se em gargalhadas altas, outra vez. Um som detestável. Cerrei meu maxilar. A cretina estava adorando me tirar do sério por causa disso. – Aí, caralho! Você encheu meu saco por causa da Dinah e acabou cuspindo no mesmo prato e ainda repetiu a dose por uma noite inteira. Quem diria hein, Cabello?! – Me observou rindo. Perdi as estribeiras de vez.

— Tá, Normani! Já entendi! Paguei pela minha boca, é isso que queria ouvir?! – Respondo, mais rude do que gostaria. Normani fica em silêncio, provavelmente intrigada com a minha mudança repentina de humor. Não olho para ela e mais irritada do que antes, passo o restante do caminho até o apartamento de cara fechada, enquanto sentia seus olhos presos em mim o tempo todo. Abro a porta do apartamento e me apoiando no batente dela, trêmula, afetada, descontrolada, tiro meus sapatos e largo-os de qualquer maneira sobre ela, jogo os materiais sobre a mesa e pego uma garrafa de vinho na geladeira. Lembrar da noite que passei com S/N e do que presenciei há minutos atrás me faz fechar a cara mais ainda e dar um grande gole na bebida.

— Aconteceu mais alguma coisa, Mila? – Nossos olhares se cruzam. Encaro a expressão preocupada da minha amiga. Mais um suspiro se vai e dou mais outro gole no líquido. Sei que manter a boca fechada seria a atitude mais lógica depois de tanta zoação, porém, sinto-me tão incomodada que preciso falar.

— Eu a vi aos beijos com uma garota na entrada da escola, enquanto te esperava no carro. – Normani fica quieta, apenas olhava-me, avaliando meu rosto, dou outro gole na bebida. – Não sei explicar, mas fiquei incomodada, Mani. – Tal como aconteceu no carro, um silêncio estranho nos envolve, até ela quebrá-lo:

— Camila, por acaso... Você está com ciúmes?

— O quê?! – Arregalo os olhos. – Ciúmes? Eu? – Seus lábios se curvaram num sorriso lento.

— Exato! Ciúmes! Você! – Não pude deixar de rir e a encarei, com evidente sarcasmo.

— Por que raios eu estaria com ciúmes daquela garota, Mani? – Digo injetando a quantidade certa de desprezo na voz. Um sorriso travesso surge nos seus lábios, enquanto brigávamos em uma batalha intrínseca de olhares, só para manter minha postura de sou inatingível no rosto. Seu sorriso ampliou-se.

— Ah, merda, você gosta dela! – Gargalhou, encostando-se no espaldar do balcão só para apreciar melhor a vista sobressaltada do meu rosto quando afirmou aquilo. Deus, tentei controlar desesperadamente as batidas do meu coração que parecia um tambor.

— O quê? Não! Não é nada do que está pensando, Normani! – Ela riu zombeteira.

— E o que é que estou pensando, Mila? Huh? – Indagou com evidente cinismo na voz.

— Te conheço, sua coisa. Você está querendo dar a entender que eu... E-eu...

— Você...? – Levantou as sobrancelhas sugestivamente.

— Já disse que não é o que está pensando! – Assumi novamente minha pose de sou inatingível. Não que funcionasse muito com Normani. Ela abre um sorriso de deboche.

Irresistible Student ( Camila/You G!P )Where stories live. Discover now