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Londres; 21 de julho; 7:46 da noite.

- Dragões são clichês, mas o que você fez hoje foi definitivamente estupendo, Angela! Por um instante eu achei que ele ia sair do braço daquele cara e voar. – Gastón me vangloriou e eu o agradeci. – É sério, os seus traços são únicos. Não vou me espantar se um dia você se cansar de ser funcionária e quiser abrir o seu próprio negócio. – ele chegou perto de mim para sussurrar. No ambiente só havia os tatuadores e Natalie na recepção.

- Que nada, Gastón. – sorri formalmente. – Ainda não penso em me desvincular do estúdio. – eu disse tranquila, sem olhá-lo.

- Eu sei. Você é praticamente o braço direito do patrão. Imagina se ele ia querer que você se afastasse do ATOI? Nunca. – continuou com seu sotaque espanhol bem acentuado.

- Pois é, e é uma pena que ele já tenha voltado para Paris. Terry faz falta aqui. – falei ao mesmo tempo em que organizava o meu espaço. O último cliente já havia ido embora e eu estava deixando tudo certo para poder acabar o expediente.

- Angela, – Natalie apareceu próxima a nós. – tem um cliente que quer falar com você.

- Sério? Mas não tem mais ninguém marcado pelo que eu saiba. E eu já estava querendo ir para casa. – suspirei bem alto e tencionei os ombros. – Não tem como você dizer para ele ou ela, sei lá, voltar amanhã?

- Eu tentei, Angel, mas o rapaz disse que precisa falar com você. E ah, ele também falou que ao contrário do que você disse, foi difícil de te encontrar.

Fiquei a encarando, até que em poucos segundos concluí que a pessoa na recepção poderia ser apenas uma:

- Zayn. – murmurei rasteiramente, desviando de Natalie e os outros funcionários, só então o avistando bem próximo a porta com uma regata cavada preta e jeans rasgado da mesma cor.

- Angela. Finalmente consegui te achar. – Malik botou as mãos nos bolsos, mostrando um sorriso de audácia em nível extremo.

- O que você está fazendo aqui? Pirou!? – tentei falar calmamente, mas o semblante dele só me causava vulnerabilidade. Quem ele pensa que é?

- Ué, você não disse que eu tinha que te caçar e sei lá o que mais? Então, fiz apenas o que pediu. E, aliás, sem a ajuda do Harry.

- É, eu disse, mas isso não significa que você tinha que aparecer no meu local de trabalho. E se alguém de fora te ver aqui?

- Eu fui bem cauteloso ao sair de casa. Nem de carro eu vim. Não vai aparecer nenhum fotógrafo agora, muito menos o FBI, apesar de eu ter certeza que eles adorariam captura-la. – ele jogou mais uma risada. – Então fique calma, ok? Eu só vim marcar um horário com a tatuadora mais linda de Londres, e eu espero que a agenda dela não esteja lotada.

- Zayn, – fechei os olhos, e ao abri-los, hesitei continuar a frase ao ver Gastón se despedir de mim e das outras poucas pessoas que ainda restavam no estabelecimento. – Zayn, vem cá.

O puxei pelo braço, levando-o até a parte dos fundos do estúdio, onde fica o corredor que contém o escritório de Terry, o banheiro dos empregados e a cozinha.

- Você não está falando sério sobre eu te tatuar, né?

- Estou falando seríssimo. Eu quero que você me tatue, qual o problema? Ou você mudou de profissão? – Zayn ergueu as sobrancelhas e eu o observei sem responder. – Estou te perguntando qual o problema em você me tatuar?

- Eu acho melhor isso não acontecer.

- Por quê?

- Eu não quero. Simples assim. – repliquei de modo insensível.

Em Meio à Escuridão (BTD) || H.S. || K.S.Место, где живут истории. Откройте их для себя