c i n c o

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Londres; 08 de julho; Sinceramente não sei que horas são.

Não precisamos pedir para que Harry permanecesse onde se encontrava, ali mesmo, parado rente ao portão após eu dizer não me importar em ter alguns minutos de conversa. A propósito, já aguardava o convite para tal acontecimento desde que as notícias entre eu e Styles têm se espalhado não só por Londres, e sim por toda a Europa e os demais continentes.

Retrocedi o caminho feito momentos antes e então já me mantinha paralelamente próxima a Gwen, que pediu gentilmente para que eu me sentasse no sofá mais uma vez.

 - Que bom que eu consegui te pegar ainda aqui em casa. Digo, na casa do Harry. – ela tracejou um sorriso, mas logo voltou para o semblante concentrado. – Eu sei que você já tava indo embora, então eu vou tentar ser o mais direta possível.

 - Gwen, se você for perg...

 - Não, espera. Er, eu sei que é só amizade. O Harry até já me disse sobre a história do passado de vocês e eu cheguei a ficar encantada com todo o enredo.

 - Imagino que ele tenha contado tudo como um livro falado.

- É, um pouco. – pausa. – Mas então, te chamei aqui porque queria desmentir a fofoca que tá rolando em diversos tabloides de que eu estaria completamente contra a sua reaproximação com ele. Tem matérias que dizem que eu até te odeio. Sério, não sei de onde esses jornalistas tiram tantas histórias absurdas e palavras que sequer falei.

Não consegui esconder a feição pasmada ao vê-la explicar algo que na minha concepção não faria mal algum se não fosse esclarecido. E os fatores para eu me segurar em tal pensamento são sólidos. (1) Eu não leio postagens sobre o assunto, a não ser quando Bea me mostra. (2) Eu sei muito bem que matérias sensacionalistas mentem na maioria das vezes. (3) Eu que deveria dar alguma explicação à ela. (4) Até minutos atrás, eu não achava que Gwen poderia ter um grau de doçura e humanidade tão significativo a ponto de supor que eu me importaria com qualquer afirmação falsa que a TMZ pudesse fazer, por exemplo.

- A criatividade deles supera a de todos nós. Pode ficar tranquila porque eu não sou de acreditar em matérias do The Sun. E eu queria te agradecer por estar tendo tanta paciência em torno desse cenário teatral que tá sendo moldado. Na verdade, eu devo confessar que tô surpresa por você estar levando tudo isso numa boa.

 - A relação é entre vocês dois, Angela. Eu nem deveria estar inclusa nisso. Eu sou apenas mais um relacionamento conturbado do Harry qu...

 - Meninas? Tá um vento bem chato lá fora e aí eu decidi entrar. Eu não quero atrapalhar a conversa, então eu vou subir, ok? Beijos. – quando Gwen tomou a respiração para terminar a sentença, Harry surgiu com seu celular em mãos e uma curva recatada nos lábios, desaparecendo de nossas vistas logo depois.

 - Enfim, era só isso que eu tinha pra falar. – ela se levantou, após ele ter visivelmente negativado o rumo de nossa conversa pelo simples fato de ter aparecido na hora, no minuto e no segundo errado.

A conclusão é que me despedi sem conseguir cobrar a frase não finalizada da qual provavelmente nunca irei escutar, tendo a sensação de que fui injusta ao ter cogitado a mínima ideia de que Gwen pudesse ser uma pessoa egoísta e que poderia muito bem se sentir incomodada por eu estar me aproximando do rapaz que ela aparenta amar sem grande dificuldade, pois é nítido que ela traz consigo um sentimento que transbordaria até mesmo a maior das xícaras, com o idêntico olhar inquieto de Thomas que também tantas vezes proclamou sua afeição a mim. E agora eu acabo por me questionar se é esse o efeito que eu e Harry causamos nas pessoas? Não somente não sabemos amar, como também não nos importamos com o amor que nos é oferecido.

Em Meio à Escuridão (BTD) || H.S. || K.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora