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Londres; 12 de julho; Mais cedo do que pretendia acordar.

Manhã seguinte. Dor de cabeça. Náuseas. E Beatriz na ponta da cama, inundada de perguntas e mais perguntas.

- Amiga, sério, eu tô muito arrependida de você ter uma cópia da chave daqui de casa. Tem como você continuar esse interrogatório daqui a sete horas, no mínimo? Ou então tentar falar um pouco mais baixo? Ou melhor ainda, não falar? – balbuciei como uma completa derrotada, de bruços no colchão. – Que inferno na Terra.

- Não, Angela. Não tem como. Não saio daqui enquanto você não me disser o motivo de ter sumido da festa sem ter falado comigo. Você me disse que íamos embora juntas e até foi por isso que eu dispensei a carona do Patrick.

- Quem diabos seria Patrick? – me virei para ela, entreabrindo um de meus olhos.

- Um cara que eu dispensei! – ela exaltou e eu não dei devida relevância, voltando o rosto para o travesseiro. – Angela! Santo Deus! Tem como você se importar um pouquinho só?

- O Dieu! Tudo bem, tudo bem. – me sentei. – Eu peço desculpas por ter desaparecido ontem. Acabei sentindo vontade de ir embora do nada. Perdoa sua amiga aqui, vai – verdade.

Quando cheguei à sala, percebi que seria muito difícil ter novamente a mesma conexão de antes com todos, já que Zayn voltaria a dividir o espaço comigo. E como eu não estava disposta a ficar trocando olhares com ele pelo resto da noite, decidi encurtá-la, retornando para casa. O meu único erro nisso tudo foi ter exagerado no racionalismo e pecado pela falta de humanidade. Mas isso Beatriz não precisa saber.

- E você fala isso na maior naturalidade? O próprio Harry ficou perguntando direto por você, ligando pro seu celular e nada de você atender.

- Eu vacilei. Prometo tentar não fazer isso de novo.

- Mas que merda, Angie. – disse ela em português.

- Ei! Eu entendi o que você disse.

- Era pra entender mesmo, porque isso não tá me cheirando bem, ok? Por exemplo, agora tenta me explicar por que você sumiu simultaneamente com o Zayn? Com a única diferença de que ele reapareceu.

- Você tá parecendo um agente do CSI, Beatriz. Mas enfim, esse questionamento você já sabe a resposta. – respondi friamente.

- Não acredito. – ela suspendeu as sobrancelhas. – Não vai me dizer qu...

- Sim. Um beijo. – fiz um sinal singular com o dedo.

Mesmo sem nunca ter sido contemplada com um enxoval de bebê ou algo semelhante, Bea me encarava com um daqueles olhares maternos em que se tem um misto de preocupação, decepção e excesso de: você não deveria ter feito isso.

- Você não vai repetir com o Zayn as mesmas coisas que fez com todos os homens que já passaram pela sua vida, vai? – perguntou ela, erguendo-se para se recostar no armário.

- Meu Deus, foi UM beijo! Eu não pretendo ter nada sério com o Zayn, se é isso que você quer saber. – deitei de novo, olhando para cima.

- Ótimo, até porque seria péssimo se isso vazasse pra imprensa.

- Eu tenho certeza que ninguém viu. – disse séria. – Mas e se vazasse? – continuo séria.

- Seriam dias seus sem dormir em paz. Amiga de infância de Harry Styles que volta do nada, e ainda fica com o seu companheiro de banda em menos de dois meses de sua chegada repentina. Acho que não seria legal. Nem o Harry iria gostar tanto dessa exposição. Ele odiaria.

Em Meio à Escuridão (BTD) || H.S. || K.S.Where stories live. Discover now