t r ê s

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Londres; 04 de julho; Não sei ao certo, mas em torno de 8:14 da manhã.

Hoje é o meu quadragésimo quinto dia em Londres e ao checar o clima pela janela de meu quarto, sinto que o verão chegou de vez. O início deste mês é a minha época favorita, tanto que nas horas vagas sempre acabo indo espairecer em algum parque da cidade, como fiz semana passada na companhia de Thomas, atual amigo e ex-namorado. Na verdade o meu primeiro. Acabei terminando o relacionamento meses antes de ir embora da Inglaterra e pelo visto ele ainda não aceita a nossa separação, sempre dizendo que deveríamos voltar e nos dar mais uma chance, como se não tivéssemos tido várias. O fato é que nunca demos certo plenamente. E por falar em dar certo, minha relação com Harry tem se estabilizado de uma forma bem positiva. Depois daquele dia em que ele se mostrou disposto a reerguer nossa amizade, temos nos visto com frequência e conversado bastante. Já estamos até conseguindo remontar risos, diálogos alegres e algumas experiências de vida, por exemplo, como se de alguma maneira estivéssemos tentando buscar um tempo perdido. Está sendo assim: relevo seus erros, miro suas íris e sorrio, pois se não for desta forma, nada funciona. Então é importante abrir essa exceção em me deixar levar pela urgência e vivacidade nos momentos em que estamos juntos.

Ao tentar prosseguir em meus devaneios, escuto o toque de mensagem de meu celular. E era de Styles:

"Olaaaa ;) q tal aproveitar um dia sem chuva com um cara muito legal? xx"

Quase ignorei sua falta de modéstia, respondendo-o:

"Bom diaaa. Não seja tão convencido, Harry, vc não é tão legal assim haha mas me diga quais são seus planos?"

"Vdd, eu sou ultramegalegal :D hum tava pensando em tomar café da manhã fora. Vamos? Se sim, estarei aí em 40 mins no máx"

"Gênio xd Acho ótimo. Ok, 40 minutos então x"

"Okay, até mais X"

              (..)

- Vem, Angel. É logo ali. – disse, me conduzindo na frente, evitando fazer qualquer contato físico que pudesse parecer inapropriado, constantemente olhando para os lados.

Chegamos sem grandes dificuldades. Harry escolheu um bistrô francês perto da Tower Bridge, que disse ser muito bacana. Ele fez questão de estacionar o mais próximo do destino, pois queria andar o mínimo possível. E imagino o motivo de querer fazer isso. Se até mesmo na porta da minha casa já havia um fotógrafo atrás de algum flagra dele, imagina aqui, perto de um dos pontos turísticos mais famosos do país?

- Essa observação compulsiva de todos os seus passos não é algo que pareça te irritar. – desabafei, ainda caminhando. Observei que todos os olhares ao redor estavam direcionados a nós. Quer dizer, a ele.

- Incomoda você? – me olhou de soslaio.

- Nã... Quer dizer, tô me acostumando.

- Não me convenceu muito com essa resposta, mas sei que você tá tentando ser compreensiva porque andar comigo na rua não é tarefa fácil. – sorriu. – Assim, irritado irritado eu não fico, mas é... É bem chato. – suspirou, botando sua mão direita em minhas costas, me conduzindo para o lado direito da calçada. – O que me incomoda mais são os fotógrafos mesmo, sabe?

- Entendo.

- Enfim, chegamos.

- Você sabe que aqui é um dos meus lugares favoritos da cidade, né? É muito foda! – pronunciei a última palavra em português. Eu estava em êxtase.

Em Meio à Escuridão (BTD) || H.S. || K.S.Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora