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Acordo com um choro estridente, pego Eliza a amamentando.

Quando já estava satisfeita a coloco novamente no berço, ela volta a dormir.

Fico a observando com um sorriso bobo nos olhos, quando uma batida na porta me retirando do transe.

- Carl, aleluia. - O puxo para dentro quando a porta já estava aberta.

- Como você está amor? - Me da um selinho.

- Bem. - Sorriu. - Vou tomar um banho. - Digo pegando uma toalha logo adentro o banheiro.

Eu ainda estava um pouco dolorida, mas nada se compara a dor de um parto.

Abro o chuveiro o deixando na água morna, começando a me banhar. Eu precisava disso.

Depois de longos minutos saio do mesmo com a toalha enrolada em meu corpo.

Carl estava ao lado de Eliza, a acariciando.
Dou um sorriso para eles antes de começar a me vestir, coloco meus sapatos e minha arma no coldre junto com a faca.

- Estou pensando em já voltar para Alexandria.
- Carl fala agora voltando sua atenção para mim.

- Por que? - Me sento ao seu lado.

- Já passamos bastante tempo aqui, inclusive as situações de Alexandria já se estabilizaram.
- Explica.

- Por mim tudo bem. - Dou de ombros. - Podemos ir para lá amanhã. - Carl concorda com um sorriso evidente no rosto.

- Eu te amo, Anne. - Ele me beija com pressa, logo para devido a bendita falta de ar.

Seguro seu rosto com uma de minhas mãos.

- Carl, vou dar uma saidinha ok? - Me levanto da cama consequentemente me afastando dele.
- Prometo não demorar. - Dou um último olhada para Eliza e Carl antes de passar pela porta.

Saio do casarão vendo Maggie parada a poucos metros olhando para o nada.

- Ei Maggie. - Encosto no braço da mesma que se vira rapidamente.

- Que susto Anne! - Ela coloca a mão no peito.

- Queria saber se posso ajudar em algo, não aguento mais ficar parada. - Bufo.

- Você e seu papo de "não aguento mais ficar parada" - Imita minha voz.

- Eu não falo assim! - Riu.

- Claro que fala! - Maggie se junta a mim. - Mas Anne. - Maggie da uma pequena pausa. - Você precisa fazer seu papel de mãe, precisa alimentar Eliza, lhe dar amor e carinho. - Maggie solta um pequeno sorriso.

- Jud sobreviveu tomando leite de caixinha. - Dou de ombros.

- A diferença é que foi preciso Anne, Lori havia morrido, e você está aqui viva. - Maggie fala sem agora demonstrar a alegria de minutos atrás. - Você pariu aquela criança, então faça o seu papel de mãe, e tenha responsabilidade uma vez na vida. - Ela suspira. - Me desculpe...

- Ok. - Digo em um tom baixo.

- Tudo que anda acontecendo me deixa nos nervos.

- Só não desconte nada em mim. - Digo logo saio andando para longe dela.

Vejo alguns conhecidos mas só resolvo passar direto. Não estava com raiva de Maggie, longe disso, mas a culpa não é minha se ela passa por situações difíceis, todos nós passamos.

Vejo na horta Noah cuidando dos vegetais.

Ele estava não concentrado no que estava fazendo que nem me viu chegando.

- Noah? - O chamo, quando me vê abre um grande sorriso.

- Oi Anne. - Diz ainda sorrindo.

- Finalmente uma pessoa que está feliz em me ver.
- Solto um riso fraco. - Quer ajuda?

- Na verdade não, já acabei. - Ele caminha parando ao meu lado.

- Eai, você vai voltar para Alexandria? - Começamos a caminhar lado a lado.

- Não, acho que meu lugar é aqui. - Sorri fraco.

- Ah, que pena.

- Já está sentindo minha falta Anne? - Ele brinca.

- Você quem está dizendo. - Me defendo com um sorriso nos lábios.

- Inclusive, Enid mora aqui.

- Vocês estão...- O encaro.

- Sim, nos estamos namorando. - Ele fala, um solto um grito não tão alto pulando em cima dele de alegria.

- Eu sabia, eu sabia!

Nesses 8 meses que se passaram, Enid até que me fez companhia. E não, nós não éramos amigas, nunca vamos ser! Só aprendemos a nos suportar.
Talvez eu até goste delas, mas ela bem longe de mim.

Continuamos caminhando por um longo tempo apenas jogando conversa fora, a companhia de Noah me fazia muito bem. Ele era um ótimo amigo.
[...]

- Porra Anne, você falou que iria sair e já voltar!
- Carl suspira fundo tentando conter sua raiva.
- Se passaram 6 horas desde que você saiu, Eliza estava passando fome! Nossa filha quer uma mãe, será que você não pode fazer isso?

- Foi apenas essa vez Carl! - Digo com os braços cruzados.

- Não importa, você sabe seu dever como mãe! Eu não quero saber onde você estava, ou o que estava fazendo, isso não se trata de mim, ou de nós, mas sim de Eliza. - Ele gritava. - Se você não fosse cuidar, era melhor ter abortado, porque qualquer um pode falar que é uma mãe, mas na prática é diferente.

- Carl, para de gritar! - Digo agora em um tom alto.
- Me desculpa, sei que eu errei. - Suspiro. - Por favor, não quero brigar com você.

Um silêncio se estala no local, Carl se deita na cama e vira para o lado contrário de onde eu estava.

- Boa Noite. - Ele fala seco.

Solto um suspiro antes de me deitar ao seu lado, virando se costas para ele.
Logo adormeço em meus próprios e tristes pensamentos.
[...]

Survive | The Walking dead. [Pausada]Where stories live. Discover now