Parte 11

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Eu estava me sentindo estranha. Por algum motivo, eu não conseguia chorar ou externalizar quaisquer emoções, o que não era algo comum quando se tratava de mim. Mas, por dentro, era como se houvesse um nó na minha garganta que insistia em permanecer, e um frio na barriga desesperador. Era provável que minha ficha ainda não houvesse caído, e que eu quisesse me agarrar as mesmas esperanças de Klaus.

- A primeira coisa que nós vamos fazer quando chegarmos em Mainytown é ligar para o Dr. Martin. Esse hospital incompetente cheio de médicos igualmente incompetentes...! Você acha mesmo que eu estou com câncer, com essa saúde impecável que eu sempre tive?

- Saúde impecável, você tem certeza? Klaus, seja sincero, quando foi que essas dores no seu abdômen começaram?

- Essas dores... Bem, na verdade, foi essa noite...

- Klaus, não minta pra mim, eu conheço quando você está fazendo.

- Sei lá, talvez... há um mês e meio...

- Um mês e meio? Você escondeu isso de mim durante todo esse tempo?

- Eu achei que fosse coisa boba, algo relacionado a minha cicatriz.

- Mas não era, Klaus. Você não pode fazer suposições quando se trata de sua saúde. Não se esconde sintomas por muito tempo, e se algo puder ser feito o quantos antes. E se... - enquanto eu falava, a lágrima caiu instintivamente, sem que eu nem sequer pudesse evitar.

- Ei, não fique assim, está tudo bem. Assim que chegarmos eu vou ir até o consultório do Dr. Martin e ele vai desfazer esse mal entendido, você verá.

Assim que Klaus saira do hospital naquela noite, já embarcamos no jato que estava em um hangar no aeroporto de Johannesburgo. O resto da equipe embarcaria na madrugada do outro dia.

Chegamos em Mainytown de tarde, e, assim que paramos na frente do prédio, Rebecca estava saindo de seu carro.

- Amiga, você nem me avisou que chegaria agora - gritou ela, enquanto vinha até minha direção.

Eu corri até ela e me atirei em seus braços, e permanecemos assim durante algum tempo.

- O que aconteceu, você estava chorando?

- Vamos entrar, eu tenho algumas coisas pra te contar.

♡♡♡

- Você vai adotar um filho? Então isso significa que eu vou ser tia...! Espera, por que não estamos pulando e gritando feito loucas?

- Não me entenda mal, eu estou muito feliz com isso. Minha conexão com o Mallik foi algo mágico, eu diria transcendental até... Mas...

- Mas...?

- Aconteceu mais alguma coisa nessa viagem, e eu não sei o que fazer...

- Ai meu Deus Claire, desembucha, quem morreu?

- Na noite passada, eu e Klaus estávamos dormindo em um dos alojamentos em Burundi. Até que eu acordei com o som de alguém ofegante e... o Klaus estava no canto, no chão, com a mão no abdômen e reclamando de dor. Daí nós o levamos até o hospital e, a médica notou que ele estava com um nódulo nessa região, que posteriormente foi identificado como um tumor maligno.

-Espera... Klaus está com... como isso é possível? Klaus sempre vendeu saúde, sempre gostou de praticar esportes, se alimentar bem e... Não tem nenhuma possibilidade de eles terem errado esse exame ou trocado com o de algum outro paciente?

- Na verdade, é nessa possibilidade em que Klaus está se agarrando. Mas eu não acredito que isso esteja acontecendo, seria muita coincidência.

- E agora...?

My Eternal JonesOnde as histórias ganham vida. Descobre agora