CAPÍTULO DEZESSEIS

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Depois de todo aquele sermão da escola, eu decidi mudar minha rotina, fazer da minha vida agitada algo que eu realmente pudesse me orgulhar. Precisei por minhas necessidades na balança, e óbvio que meu filho estava na frente.

Desde que consegui expandir meu negócio, abrindo uma barbearia maior, e uma franquia na Bahia, eu não precisava mais ir ao salão todos os dias, digamos que já tenha funcionários suficientes pra não precisar estar lá sempre. Entre tanto, me sentia no compromisso ou obrigação de estar sempre presente. Geralmente durante a semana eu ia ao menos cinco dias na semana, e quando não comparecia fazia questão de ligar avisando que não estaria presente, passava parte do meu dia me sentindo culpada de não estar por perto.

Só que hoje eu percebo, que talvez eu tenha dado atenção demais a uma coisa e deixado de focar em outra.

O fato importante é que não adianta eu ser bem sucedida em minha vida profissional e ser completamente falida na vida pessoal. Jamais me perdoaria por ter sido uma mãe ausente, e principalmente por não ter feito tudo que pude pelo meu filho. Sem contar que não teria nem chance de reclamar caso essa ausência me trouxesse problemas futuros.

Na manhã seguinte ao casamento, aproveitei a casa vazia pra dar uma geral por aqui. Não estava suja nem nada, Vini está sempre ajudando na limpeza da casa, mas eu queria dar uma geral nas coisas que não precisava mais. Me livrar de tudo aquilo que me prendia, tudo aquilo que eu tinha por vaidade e não por gosto.

Comecei por meu guarda roupas, fiz uma pilha sobre a cama de todas as peças de roupas que não fazia sentido eu guardar. Todas elas para doação, não serviam pra mim, mas quem sabe pra outro alguém será útil? Roupas que não fazia mais parte do meu estilo, roupas que não cabiam mais em meu corpo pós gestação. Ao lado eu fiz outra pequena pilha com todas aquelas roupas que não tinha nem chance de dar, aquelas rasgadas que eu usava pra dormir, aquelas manchadas que eu usava pra ficar em casa, e aquelas que eu mesma tentava customizar em casa e acaba estragando.

Quando terminei em meu quarto fui para o de Blue, tirei suas roupas pequenas que não fazia mais sentido guardar, por maior que fosse meu apego emocional eu juntei para doar. Decidi guardar algumas poucas que marcaram fazes importantes, tipo a camisa social que meu pai deu a ele quando o viu pela primeira vez. Ou a mantinha que mainha mandou fazer com seu nome bordado. Tem também a primeira roupinha que eu mesma comprei pra ele quando já estava em meus braços. Eram algumas que realmente me traziam memórias boas e sentimentos bons.

Juntei brinquedos e outras coisas materias também que não fazia mais parte da nossa rotina. Terminei a arrumação quase meio dia, hora em que Vinicios chegou lá em casa pra me ajudar a carregar tudo.

— E esse teu pescoço aí. — eu ri e ele me olhou como se não soubesse do que eu tava falando. — tinha tempo que tu não aparecia assim.

— Qual foi Tay, até tu chegou roxa em casa esses dias, eu não posso não?

— Pode! Deve! — gargalhei. — me ajuda com essas sacolas.

— Pra onde você vai levar tudo isso? Tá de mudança e eu não sei?

— Tô pensando em doar pra algum lugar, tem uma igreja aqui perto que faz esses trabalhos com pessoas carentes.

— Sim! Que ir lá ver?

— Pode ser. Você dirigi?

— Eu tô bêbado ainda. — gargalhei.

— Que horas você chegou Vinicios?

— Eu não sei Tay, já era dia.

— Puta merda. — gargalhamos. — vai fazer o que hoje?

— Dia de folga?

FeniceOnde as histórias ganham vida. Descobre agora