Queimar

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Liam POV:

Enquanto eu a beijava eu me esquecia completamente da raiva de saber que ela tinha estado nos braços de outro.
Da raiva por ela ter escondido de mim que sabia a verdade.
Todos os sentimentos negativos desapareceram.
A saudade e o desejo era mais forte que qualquer coisa naquele momento.
Eu mal conseguia pensar direito com ela tão perto.

As mãos dela percorreram meu corpo até descer a beirada da minha blusa, ela a puxou para cima e eu me perguntei se ela iria querer consumar nossos desejos aqui mesmo, na empresa, na sala dela.
Quando descolei nossos lábios para tirar minha blusa, o olhar faminto dela parecia responder que sim. Ela queria, agora. E eu queria tanto quanto ela.

Então a deitei sobre a mesa e a despi.
Acariciei o interior de suas coxas e subi as mãos a acariciando. Sentia sua temperatura elevada sob meus dedos.
Despi minha calça e coloquei delicadamente meu corpo sobre o dela.
Ela me olhava com tanto desejo, e eu agradecia por aquele olhar, pois eu havia sentido falta dele.
Eu esperei que ela pedisse por aquilo, e beijei seu pescoço enquanto ouvia sua respiração ofegante, prolonguei o tempo deixando ela louca por mim.
— Liam... — Ela disse entre um gemido baixo, e então apertou forte as unhas na minha pele. Eu sorri sabendo que ela me queria.
Eu continuei distribuindo beijos pelo seu pescoço e a acariciando enquanto ela parecia se enlouquecer um pouco mais a cada segundo.
— Liam, pare de me torturar. — Ela disse baixo e com a respiração pesada.
— O que você quer? — Eu disse sob seu ouvido e sentia a pele dela se arrepiar contra meu toque.
— Eu quero você. Eu quero muito. — Ela disse.
Eu olhei fixamente para ela enquanto me encaixava nela.
Me movimentei devagar ouvindo ela gemer baixo e observando sua expressão de prazer. Aquilo me instigava mais e me levava a loucura.
Ela mordeu seu lábio e então eu a beijei enquanto permanecia dentro dela.
Sentia meu corpo inteiro queimar por ela, o prazer me dominava intensamente.

Conforme fui aumentando a velocidade, eu sentia sua respiração cada vez mais descompassada.

Estávamos completamente entregues aquele momento de prazer, parecia até melhor do que antes. Tinha ainda mais desejo, saudade, intensidade.
Era como se nossos corpos estivessem saciando uma vontade guardada a muito tempo.

Continuei a sentindo e vendo sua expressão de prazer, quando ela apertou as unhas na minha pele e arqueou as costas, eu sabia que ela estava chegando.

Eu queria parar e fazer durar ainda mais, por que eu precisava de mais. Mas estávamos na sala dela e não poderíamos demorar tanto, a qualquer momento poderíamos ser vistos ou ouvidos. Então segurei firme em sua cintura enquanto me movimentava intensamente dentro dela.
Eu estava prestes a chegar no nível máximo de prazer, e quando a vi fechar os olhos e soltar um suspiro forte e se contorcer no ápice sob minhas mãos, eu não consegui mais segurar e também cheguei ao limite dentro dela.

Eu tentava recuperar meu fôlego e ela parecia fazer o mesmo.
Olhei para ela, com as bochechas coradas e os olhos ainda fechados.
A beijei novamente, mas de uma forma doce.
Então me levantei, peguei minhas roupas jogadas no chão e me vesti novamente, entreguei também as roupas dela. Ela se sentou e se vestiu.

Ela olhou pra mim e sorriu, percebendo que eu a estava olhando.
Por um segundo, a vendo ali, passou um filme pela minha cabeça, sobre tudo o que passei desde que ela saiu de casa, todo o sofrimento, desde que toda essa bagunça surgiu em nossas vidas.
Pensei em como isso poderia ter sido evitado se ela tivesse acreditado em mim. Ou em como já estariamos juntos 1 mês atrás se ela não tivesse fingido que nada aconteceu quando descobriu a verdade.

— Liz, eu te amo muito. — Eu disse.
— Eu também te amo. — Ela respondeu com os olhos presos nos meus.
Por mais que parecesse idiota, eu me questionei ao ouvir isso.
Ela realmente me ama? Por que esperou tanto tempo para vir até mim? Por que foi tão mais fácil acreditar em um idiota como Kevin do que no próprio marido?
Eu mudei por ela. Eu provei isso para todos os dias enquanto estávamos juntos e bastou uma situação armada para ela duvidar de mim.

— Mas eu preciso pensar. — soltei.
A expressão dela mudou rapidamente de relaxada para preocupada.
— Pensar? — Ela questionou, unindo as sobrancelhas.
— Eu te quero de volta, nunca escondi isso, você sabe bem. Mas... com tudo isso o que aconteceu... É complicado. — Eu disse. Mesmo parecendo estúpidez. Eu sei que posso tê-la e isso era tudo o que eu mais queria, mas agora que estou pensando direito, parece errado.
Parece confuso. Isso de alguma forma marcou a nossa relação de uma forma negativa. Me deixou abalado e se eu simplesmente voltar com ela agora e ignorar tudo isso, eu não vou me sentir bem.

— O que é complicado? Liam eu to aqui, agora. Eu sei a verdade e a gente pode voltar, tudo vai ser como antes. — Ela disse, vindo até mim e segurando meu rosto.
Olhei para ela e a dúvida se ela realmente me amava da mesma forma que eu a amo pairava na minha cabeça.
Eu sei que sou capaz de fazer tudo por ela. Mas não sinto que ela faria o mesmo. Não depois disso.

— Não, nada vai ser como antes. Eu pensei que pudesse ser, mas não vai. Por que antes eu não tinha dúvidas sobre você. —

Ela abriu a boca para falar mas a fechou de novo, engoliu seco e então tirou as mãos de mim.

— O que você quer dizer com isso? Pensei que depois desse momento a gente fosse ficar bem... —
— Acho que depois de Ryan você sabe bem que as vezes sexo não significa nada. — Eu falei por impulso, e uma parte de mim logo se arrependeu. Talvez tenha sido idiota. Talvez eu esteja com ciúmes, mas eu preciso dizer o que eu sinto ou isso vai me sufocar.
Ela abriu a boca parecendo assustada em ouvir aquilo, parecia encurralada e sem saber muito o que dizer.

— Liam? Por que está falando isso? Eu te amo, você sabe disso. —
— Ama mesmo? Por que não pensou duas vezes antes de colocar outro cara acima de mim. Acima de nós.— Eu falei, e tentava entender como a gente tinha ido tão rápido do desejo a uma discussão.

Ela se afastou, parecia não esperar ouvir isso, e na verdade nem eu esperava dizer isso. Eu estava completamente controlado pelos meus sentimentos, e agora tudo o que eu sentia é que precisava sair de perto dela e pensar.

— Tenho que ir. Depois a gente conversa. — Eu disse.

Elize POV:

— Liam? Liam! — Eu o chamei, enquanto ele me ignorava e deixa a sala.
Depois que ele fechou a porta, eu fiquei ali, completamente perdida e sem entender o que tinha acabado de acontecer.
Em um minuto estávamos bem e no outro ele pareceu estar mal e cheio de dúvidas.

Eu queria ter ido atrás dele, tentado o convencer de que ele não precisava pensar em nada, só ficar comigo.
Mas eu sentia que ele precisava de espaço.
Eu sei que errei mas não pensei que isso fosse o afetar tanto.

Eu me sentei e senti medo. Medo de ter perdido ele, medo de ter estragado tudo.
Mesmo que eu não tenha culpa sobre a farsa que Kevin armou, Liam estava certo.
Eu devia ter questionado aquilo, devia ter escutado dele, devia ter pelo menos pensado na possibilidade de ele estar dizendo a verdade. Mas eu não fiz isso e agora posso ter afetado tudo de uma forma irreversível.

Eu ainda tinha coisas para resolver na empresa, olhei para a minha mesa, para tudo o que eu tinha que colocar em ordem.
Apenas respirei fundo, fechei os olhos e depois me levantei subitamente.
Peguei minha bolsa e só sai da sala.

— Srta. Elize? Preciso da contabilização dos dados da... — Ouvi a minha secretária dizendo enquanto vinha caminhando rápido atrás de mim assim que me viu.
Eu não estava com cabeça para pensar em nada naquele momento.
— Não posso agora. Amanhã eu resolvo tudo. — Eu a cortei, e entrei no elevador sem nem olhar para trás.
Posso ter sido um pouco mal educada mas no momento eu não queria ouvir nada de ninguém, eu só precisava sair dali.

Ao chegar no estacionamento fui até meu carro.
Fechei a porta e fiquei sentada por uns segundos, encostei a cabeça no volante antes de ligar o carro e inevitávelmente comecei a chorar.
Tentava entender por que tudo estava dando errado.
Por que eu tinha sido tão idiota.
Eu poderia ter evitado tudo isso, a decisão estava nas minhas mãos e eu escolhi estragar tudo.

Após algum tempo, coloquei as chaves e sai com o carro, com meu rosto ainda molhado. Decidi ir passar um tempo no Asilo para me distrair.
Precisava de algo para me anestesiar.

As Cinzas do AmorWhere stories live. Discover now