Brincadeira Perigosa

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— Vai sair de novo? — Perguntou meu pai, sentado no sofá da sala enquanto observava que eu descia as escadas.
Eram 23h e eu estava arrumada para ir a um clube com Ryan e Anne.
— Sim. Por que? — Perguntei.
— Nada. Tem ido muito a essas boates noturnas. — Ele disse. Não era um tom de advertência nem de preocupação, mas de curiosidade.
Ele sabia que eu nunca fui de sair para festas e é fácil associar esse meu novo hábito ao coração partido. Mas eu não me importava.
Enquanto isso estivesse me deixando feliz e mantendo Liam fora da minha cabeça, mesmo que só por um sábado a noite, eu estava satisfeita.

Mandei um beijo no ar para ele, fui até o uber.
Eu sabia que iria ingerir bebidas álcoolicas, então eu nem tentava sair com meu carro para essas festas.

O uber me deixou em frente a boate e eu logo avistei Ryan e Anne.
Abracei Anne e a cumprimentei, e em seguida enlaçei o pescoço de Ryan em um abraço, e ele segurou forte minha cintura e me levantou do chão em um abraço forte.

Estavamos os três dançando, após algumas doses de tequilla, já nem sabia direito o meu nome.
— Olha, eu não sei da onde saiu essa nova Elize. Mas eu adoro ela. — disse Anne para Ryan, e então riram enquanto eu me delimitava a dançar frenéticamente.

Um homem alto chegou perto de nós e pareceu cochichar algo no ouvido de Anne.
Ela sorriu e cochicou algo de volta no ouvido dele.
Eles dançaram juntos por um tempo.

E depois de eu ter fechado os olhos para sentir a música e aquela felicidade que saltitava e me fazia querer gritar, quando os abri de novo ela e o tal cara haviam sumido.
— Cadê a Anne? — Eu perguntei, me aproximando de Ryan e falando perto de seu ouvido para que ele pudesse escutar melhor por conta da música.
Ele apontou para um local e eu olhei naquela direção.
E encostados em uma parede, vi um casal se beijando de uma forma bem... animada. E quando percebi que se tratava de Anne e o cara que estava dançando com ela eu abri a boca e olhei para Ryan.
Rimos um pouco e continuamos dançando.

Começei a dançar um pouco mais próxima de Ryan, e vi seus olhos passarem por meu corpo.
Talvez por conta do alcool, eu gostei disso.
Então começei a olhar fixamente para ele enquanto dançava. Para completar um música um pouco mais sensual começou a tocar.
E eu parecia ter desativado todos os meus pensamentos lógicos.
Ele pareceu surpreso quando eu me virei de costas para ele e dançei levemente encostada em seu corpo.
Ele hesitou um pouco mas logo encostou as mãos em mim.
De repente o provocar havia se tornado algo divertido. E no meu estado mental, eu só conseguia pensar em diversão.
Diversão era tudo o que importava.
As mãos dele deslizaram pelas laterais do meu corpo, então eu me virei e coloquei os braços esticados sob seus ombros e sorri.
Ele desceu as mãos da minha cintura e parou em meus quadris.
Eu me movimentava suavemente e desejava que ele tentasse me beijar, apenas para recuar.
Hoje eu seria uma menina má, uma menina muito má.

Ele fixou os olhos verdes nos meus e eu me concentrei em não quebrar o contato visual. Alguma voz gritava no fundo da minha mente algum motivo pelo qual eu não deveria fazer isso, mas eu a ignorei, por que provocar ele era muito divertido.
Ele me queria. Era notável, eu sentia.

Ele trouxe meu corpo para perto do dele e eu sabia que ele estava me desejando nesse momento, então agarrei seu cabelo com minhas mãos e fui lentamente chegando meu rosto para perto do dele, como se fosse encostar nossas bocas.
Ele umideceu os lábios e se preparou para me beijar e quando eu já até pudia sentir seu hálito quente eu me afastei subitamente e sorri maliciosamente para ele, apreciando sua expressão de confusão, que em seguida se tornou um sorriso perverso. Ele entendeu tudo.
Ele sabia o que eu estava fazendo, e talvez sua também falta de lucidez tenha gostado disso.
Eu voltei a dançar de costas para ele bem próxima de seu corpo, ele afastou meu cabelo do meu ombro e colocou a boca perto do meu ouvido.
— Então você quer brincar? — Ele disse.
Eu não respondi, apenas continuei dançando.

Ao decidirmos que estava na hora de ir embora, fomos procurar Anne, eu não a encontrava em lugar nenhum.
Decidimos esperar por ela no bar.
Tentei mandar uma mensagem mas não
conseguia digitar direito, estava tudo meio dobrado e meus dedos não obedeciam direito aos meus comandos.
Então decidi mandar um audio, apertei para gravar também com um pouco de dificuldade.
— Anne, onde você ta? Queremos ir embora, estamos te esperando no bar. — Eu disse, minha voz saia meio lenta e levemente embolada, mas eu apertei para enviar.

— Aposto que ela ja foi embora com aquele cara. — Disse Ryan, que hoje parecia estar tão bêbado quanto eu.
— Sem avisar? — eu disse.
— Talvez a coisa estava tão boa que ela mal teve tempo de avisar. — Ele disse e então rimos.
Após alguns minutos sem respostas, a boate ficava cada vez mais vazia e tinhamos quase certeza de que ela não estava mais ali.
Então decidimos ir sozinhos.
Antes de sair, eu cometi a loucura de pedir mais um drink e estava irradiando animação e felicidade. Estava prontíssima para mais algumas horas dançando se possível.
Mas já eram quase 5 da manhã e a boate ja iria fechar, me assustei quando vi que o sol começava a nascer.
Mas eu não queria ir pra casa, não queria dormir eu queria me divertir. Eu precisava me divertir.

Assim que entramos no Uber, Ryan iria falar meu endereço. Sempre pediamos que o motorista me deixasse em minha casa e depois ia até a do Ryan, mas eu tive uma idéia incrível.
— Não! Leve a gente apenas para o apartamento dele. — Eu disse, confiante. O motorista olhou para mim e depois para Ryan com uma sobrancelha erguida em forma de dúvida, notando que eu estava claramente alcoolizada.
Ryan olhou para mim pra mim da mesma forma.
— Não quero ir pra casa hoje.— Eu disse.
Então ele pareceu pensar um pouco e o motorista limpou a garganta, em sinal de que precisavamos nos apressar logo com a escolha do destino.
— Vamos para o meu apartamento então. — ele disse, terminando de passar o endereço exato para ele.

Ao chegarmos subimos uma escadaria do prédio onde ele morava, que estava completamente vazia. Eu apoiava um braço nos ombros de Ryan e a gente ria de alguma coisa aleatória que provavelmente não faria sentido quando estivéssemos sóbrios.

E de repente, no meio da curva da escada, fui puxada subitamente e me vi encostada na parede enquanto Ryan de bloqueava com seu corpo, os braços encostados na parede, me prendendo.
Ele olhou para mim com um sorriso malicioso e se aproximou da minha boca, eu pensei que ele iria me beijar, mas ele levou os lábios até meu pescoço me causando uma sensação quente por todo o corpo. Suspirei pesadamente e tinha certeza que o som emitido se parecia muito com um gemido.
Ele desceu as mãos pelas minhas coxas e eu permiti que ele as subisse me acariaciando suavemente e me trazendo sensações incríveis. Eu me concentrava em controlar qualquer som que ousasse sair da minha boca por que mesmo com todo aquele álccol circulando pelo meu corpo prejudicando minha capacidade de pensar racionalmente, eu sabia que estavamos no meio da escada do apartamento dele por volta das 5 da manhã e alguém poderia aparecer ou me ouvir a qualquer momento, e de alguma forma, o perigo me instigava ainda mais. Eu estava quase em meu limite e então ele finalmente voltou o rosto para perto do meu, mas estava demorando muito para me beijar.
Eu avancei em direção a sua boca e então ele rapidamente retirou as mãos de mim e virou o rosto, com um sorriso audacioso.
— Você não queria brincar? — Ele disse baixo. E então me deu as costas e continou subindo, me deixando ali com os batimentos acelerados, a respiração descompassada e um assunto inacabado.

Eu fui atrás dele, toda a competitividade do meu ser estava me dominando naquele momento. De alguma forma aquilo parecia um jogo e eu precisava ganhar.
Mas meu senso de perigo parecia um pouco afetado depois de tanta tequilla e vodka, assim como o dele.

Ele abriu a porta e fiz sinal para que eu entrasse, então dei alguns passos para dentro olhando um pouco do local que estava agora, ela sala de estar com uma grande parede amarelo claro onde se esticava um sofá marfim.

Haviam 3 portas brancas em um lado e uma grande janela do outro.

Meus batimentos cardíaco já tinham voltado ao normal mas eu ainda estava com uma grande animação que percorria todo o meu corpo.

— Onde é seu quarto? — Perguntei indo em direção as portas. Tentando soar o mais provocante possível.

As Cinzas do AmorWhere stories live. Discover now